Capítulo 36

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Oi gente, só vou pedir para que vocês leiam as notas finais
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Narrador:

Dayane não era uma pessoa de se apaixonar fácil. Aliás, isso só aconteceu duas vezes durante os seus 18 anos de vida. A primeira vez foi aos 16 anos, ela havia acabado de entrar no ensino médio e conheceu uma garota chamada Eduarda. A Duda era uma menina legal, simpática e divertida e ambas estudavam na mesma sala. Não foi difícil elas virarem amigas e logo se apaixonarem uma pela outra. Foi a primeira garota que a Day beijou, também foi com ela a sua primeira vez. Mas havia um problema: Duda não era assumida para a família e quando os burburinhos sobre ela e Day começaram a preencher os corredores do colégio, a garota simplesmente surtou e humilhou Dayane na frente do refeitório inteiro, negando o que elas tinham e gritando a plenos pulmões que jamais se relacionaria com alguém como Day e que esse negócio de ser lésbica era nojento.

Dayane demorou longos anos para conseguir parar de pensar no ocorrido e de se sentir um lixo. E aí veio Caroline, uma garota ruiva, nova no colégio e de sorriso fácil. A morena até tentou não chegar perto, mas quanto mais ela observava Caroline, mais seu interesse era despertado. E aí veio a segunda decepção, porque a ruiva simplesmente havia dado um pé na bunda dela sem nenhuma explicação e novamente a morena começou a se achar a pessoa mais descartável e substituível do mundo. Será que o problema era ela? Será que ela era do tipo de pessoa que você usa e depois joga fora quando não tem mais nenhum tipo de utilidade? Ela não sabia responder, mas os questionamentos insistiam em martelar na cabeça dela.

Já a Caroline, bom... Ela costumava pensar que era uma pessoa difícil, de coração duro, que não era capaz de se apaixonar por ninguém. Isso porque quando Eric, um garoto que estudava com ela na sua antiga escola e que era cobiçado por todas as garoras, se ajoelhou e se declarou para ela na frente da escola inteira, sua única reação foi sair correndo para casa o mais rápido que ela pôde. E aí teve o Felipe, um cara com quem ela até chegou até um namorinho quando tinha 16 anos, mas era o tipo de namorado que ela não queria por perto, ficava contando os minutos para dar horário de ir para casa quando eles estavam juntos e não sentia absolutamente nada quando ele a beijava. E então ela se convenceu de que realmente não era do tipo que se apaixonava por ninguém.

E aí, ela conheceu a Day. Uma garota que simplesmente decidiu não tirar os olhos dela desde o primeiro dia de aula. Uma garota que despertou nela o que os garotos até tentaram, mas nunca conseguiram. E foi aí que ela entendeu: não é que ela não conseguia se apaixonar, ela só não conseguia fazer isso com meninos.

E, se for parar para pensar agora, os sinais já estavam evidentes, ela só não conseguia enxergar. Quando era criança, Caroline sempre pegava os bonecos dos seus irmãos para fazer par com as Barbies dela e ela sempre escolhia eles porque, segundo seu pai, o menino tem que ficar com a menina e então ela queria ser o boneco, porque só assim ela poderia ficar com a Barbie.

Houve também uma vez em que Caroline se apaixonou por uma menina sem saber disso. Ela tinha 13 anos de idade e estava terminando o ensino fundamental. Carol se recorda de que conheceu uma garota chamada Ellen, que logo virou sua melhor amiga. A ruiva gostava de agradar Ellen, ela sempre comprava as balinhas preferidas da garota e dava para ela antes das aulas começarem e sempre ficava esperando-a na porta da sala de aula, olhando fixamente para o portão da escola para conseguir ver quando ela chegasse. Quando ganhou seu primeiro celular digital, foi o nome de Ellen que ela colocou como senha e também colocou uma foto dela no papel de parede. Na época, ela achava que fazia isso porque a garota era sua melhor amiga e era tudo em nome da amizade, mas hoje ela sabe que é porque era apaixonada pela garota, só não sabia disso naquele tempo.

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