Pov. Carol
Por algum motivo aquela semana passou rápido, e finalmente estávamos na sexta-feira e por que esse dia parece importante? Porque hoje tem festa na Luísa e significa que vai ser a primeira festa que eu e Day vamos estar juntas, quer dizer não necessariamente grudadas como um casal, mas ainda sim juntas.
O mais difícil foi convencer meus pais, minha mãe era um pouco mais tranquila, óbvio que ela se preocupava com essas coisas de bebidas e adolescentes cheios de hormônios querendo perder sua virgindade, mas eu estava de boa com isso.
Quer dizer, mais ou menos.
E lá estava eu implorando para meu pai deixar eu ir, e depois de muita insistência ele deixou, mas ele só permitiu porque Elana e Bruno estariam lá, e também ele vai fazer questão de me deixar lá.
Me animei e fui me arrumar, optei por algo bem básico mesmo, coloquei um vestido todo cheio de florzinhas e de alça fina, já em meus pés, um all star branco. Passei uma maquiagem leve, gloss e soltei meu cabelo, ele estava bem ondulados aquela noite.
Mandei mensagem para Day avisando que eu estava indo, porque ela já estava me esperando na casa de Luísa.No caminho meu pai passou na casa de Elana e depois na casa de Bruno, a gente foi conversando o caminho todo, assim que estávamos chegando ouvi meu pai resmugar.
- Tem certeza que essa festa vai ser segura Caroline, por Deus olhe ali fora! - Ele apontou para o gramado em frente da casa de Luísa, lá estavam duas meninas se pegando, fiz uma careta já me preparando para ele reclamar. - Falta de respeito com as pessoas que estão em volta você não acha? - Ele me olhou e eu engoli o seco. Pai eu basicamente faço isso nas horas vagas e longe dos seus olhos. Eu apenas concordei querendo sair logo do carro e assim fizemos, arrumei minha postura enquanto Elana me olhava estranha.
- Hey amor você veio! - Meu corpo se tremeu por inteiro, e nem era porque Day estava ali me abraçando, sim porque meu pai estava ali e ela me chamou de amor. Por sorte meu pai ainda estava no carro. Ela franziu a testa enquanto segurava meus braços, eu não havia respondido ela, eu realmente travei. - Tudo bem? - Ela sorria enquanto me olhava, eu havia desaprendido a falar também?
- É sério Caroline não fique perto dessas meninas, ela podem te passar algum tipo de doença e... - Meu pai parou de falar e eu me afastei de Day, a morena percebeu meu desconforto e deu um passo para trás também, seu riso foi morrendo aos poucos e seus olhos transmitiam a rejeição. Meu pai parou do meu lado, seus olhos estavam em Day e depois em mim. - Caroline o que eu disse sobre não ficar perto dessa garota?
- Eu não estava pai ela quem se aproximou de mim e.... - Minha fala foi interrompida porque eu já tinha dito merda, e não queria ser mais babaca do que eu já estava sendo, já bastava ter afastado Day de perto de mim, ela me olhava com mais tristeza ainda, mordi meu lábio inferior, encarei o chão por alguns segundos e voltei meu olhar para Day, que agora estava com uma pose diferente, e quando meu pai chegou perto ela não baixou a guarda, ela encarou meu pai, com a sua cara fechada.
- Fica longe da minha filha está ouvindo sua... - Olhou Day dos pés a cabeça. - Lésbica! - Eu queria me jogar na frente de algum carro que passasse aqui, ela não merecia passar por isso, mas meus pensamentos foram interrompido por uma risada, olhei para Dayane e a mesma tentava segurar o riso, mas parecia ser um trabalho difícil.
- Desculpa, mas se isso era uma ofensa o senhor falhou miserávelmente, eu não vou discutir com alguém que tem a mente do tamanho de uma ervilha. - Ela agora me encarou seriamente, eu engoli seco junto com meu choro. - E sobre a sua filha... - Ela se aproximou nem ligando para a distância que meu pai estava pedindo, ela ficou tão próxima que eu conseguia sentir seu cheiro do perfume doce que usava, mas também podia sentir o cheiro de álcool, não era forte mas ainda sim estava presente. Eu encarava ela, enquanto a mesma olhava nos meus olhos, queria muito que ela pudesse me ler, eu estava arrependida e não queria causar tudo isso, ela continuou. - Eu vou ficar bem longe dela! - Dito isso Day me deu as costas e entrou para dentro, e eu finalmente pude respirar, já meus amigos estavam surpresos com a situação.
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(não) Te amo
Fiksi PenggemarSinopse: Encarar as dificuldades da vida nunca foi uma tarefa fácil, ainda mais quando você é uma adolescente de 17 anos tentando se entender e descobrir o seu lugar no mundo. Caroline é uma jovem que foi criada de acordo com a religião de...