Capítulo 33

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Eu disse que voltava logo :-)

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Pov Day:

Poucas coisas são capazes de me deixar genuinamente feliz. Dentre elas, aprender uma manobra nova no skate, comer meu doce favorito ou aprender uma música nova da Avril Lavigne na guitarra. Pequenas coisas que me deixam pulando feito uma criança que ganhou um brinquedo caro do shopping. Mas nenhuma delas, absolutamente NENHUMA, me fazia tão feliz quanto ter passado um fim de semana inteiro praticamente sozinha com a garota por que eu estou perdidamente apaixonada.

E quando eu paro para pensar nas coisas que fizemos juntas, é impossível não sorrir. Eu já li muitos livros de romance durante toda a minha curta vida, mas nenhum deles é capaz de definir ou traduzir tudo o que Caroline Biazin me faz sentir. E aí eu chego a conclusão de que talvez eu mesma tenha que escrever um livro capaz de definir tudo o que eu sinto por ela, mas nem todas as palavras do vocabulário português seriam suficientes. E então eu me contento com a única coisa que sou capaz de fazer e que para mim é mais do que suficiente: sentir.

E naquela noite de domingo, depois de uma viagem incrível, eu contei para a minha mãe sobre o lugar, sobre os passeios e até sobre o pedido de namoro. Claro que eu precisei omitir para ela o fato de que Caroline e eu nos amamos pela primeira vez, porque não é fácil falar para uma mãe que a filha dela transa, por isso eu preferi não contar essa parte.

No final das contas, ela super me apoiou e ficou feliz por mim, o que me leva a crer que a conversa com o Rafael antes da viagem realmente fez milagres, porque dona Selma parecia outra pessoa, menos rígida e mais aberta ao diálogo.

– A única coisa que eu te peço, minha filha, é que não tire o foco dos seus estudos

É claro que o velho sermão não poderia faltar. Mas, que saber? Eu aceitei de bom grado porque estava feliz demais para deixar que qualquer coisa me abalasse.

Após conversar com a minha mãe durante o jantar, eu fui para o quarto, desfiz as minhas malas, tomei um banho quente e me atirei na cama. Fiquei navegando um pouco pelas minhas redes sociais, pulando de uma para a outra, respondi algumas mensagens no grupo que eu tinha com o Victor, o Dreicon e a Luísa, depois fui ver vídeos idiotas no tiktok. Tudo isso para esperar pela ligação de uma única pessoa, aquela que dominava 99,9% dos meus pensamentos e que era a protagonista de todos os meus sonhos.

Mas a ligação não veio e eu acabei não conseguindo lutar contra o sono e o cansaço e acabei apagando. Mas tudo bem, eu a veria na escola no dia seguinte, certo? Errado! Ela não apareceu.

Cogitei a possibilidade de ela ainda estar cansada da viagem e resolveu tirar o dia para repôr as energias, mas na terça-feira ela também não apareceu. Ok, talvez ela tenha pegado um resfriado e estava de repouso em casa, já que na quarta-feira ela também não deu as caras.

Mensagens dela? Não havia nenhuma e eu comecei a cogitar se talvez o pai dela esqueceu de pagar a internet, mas quando enviei uma mensagem perguntando se estava tudo bem, ela havia sido entregue. Então essa possibilidade foi descartada e eu comecei a recapitular todos os nossos passos para saber se eu havia feito algo errado que pudesse ter deixado ela chateada, mas nada foi capaz de justificar esse sumiço repentino e o fato de ela estar me ignorando e não atendendo as minhas ligações.

Na quinta-feira eu comecei a entrar em desespero e pensar que talvez eu devesse ir na casa dela checar se estava tudo bem, mas o pai dela não era muito meu fã e fosse o que fosse que tivesse acontecido, acho que a minha presença não ajudaria muito.

E foi só na sexta-feira, depois de uma agonia sem fim martelando no meu peito, que eu resolvi tomar uma atitude e ir falar com os amigos dela. Eu sei que eles não iam muito com a minha cara, principalmente a Elana, mas eu precisava fazer algo. Não aguentava mais ficar sem notícias da minha garota, isso poderia ser considerado uma espécie de tortura.

(não) Te amo Onde histórias criam vida. Descubra agora