Capítulo 18

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Pov Carol.

Como sempre, Rafa e eu passamos para buscar a day, eu estava um pouco envergonhada então não conseguia ficar tão perto dela nem olhar em seus olhos.

— Red, você tá bem? - ela perguntou baixinho e eu olhei para o retrovisor, Rafa me olhou de volta.

— Sim - falei com um sorriso fechado.

— Ela só está nervosa que a nossa mãe vai levar ela no médico, não é nada demais - Rafa falou e eu senti meu corpo gela.

— Você não vai me dizer que tem medo de médico? - day brincou e eu não conseguia responder.

— Não, mas tenho medo da minha mãe - falei baixinho e vi de soslasio sua expressão virar pura confusão.

— A mamãe vai levar ela na g...

— cala a boca Rafael - gritei impedindo ele de falar mais uma palavra e ele começou a rir.

— Vamos fazer assim, quando chegar na escola a gente conversa - day falou segurando minha mão como se quisesse me passar confiança.

Passei o resto do tempo de cara fechada por causa do boca grande do meu irmão, e agora quando chegar na escola a day vai querer saber porque estou estranha "como que eu digo a garota que eu meio que namoro(?) Que eu... AAAAA minha vida não podia ser mais fácil?"

— Tchauzinho princesas - Rafa falou enquanto saímos do carro e eu apenas dei o dedo para ele.

— Você está delicada hoje - day comentou e eu encolhi os ombros.

Quando eu olhei pro lado, tentando desviar minha visão da day, encontrei Elana e Bruno conversando. Trocamos olhares rápidos, Bruno tentou acenar para mim mas a elana não deixou, eu passei a olhar para meus pés enquanto caminhava para o pátio.

— Dois beijinhos em troca dos seus pensamentos - falou próxima ao meu ouvido e eu me assustei ao mesmo tempo que senti meu corpo se arrepiar com o contato repentino.

Estávamos em cima do palco da escola, na parte mais afastada para que ninguém nos visse ou nos atrapalhasse, como sempre, era nosso cantinho.

— Eu estou com vergonha - falei e ela sorriu em compreensão.

— Não precisa ter vergonha, eu prometo que não vou rir - ela disse levantando uma mão e pondo a outra no coração como se fosse um juramento.

— Não, é estranho, eu me sinto estranha - falei e ela me olhou com mais empatia.

— Tudo bem, não precisa me contar, só queria saber porque você não consegue nem me olhar nos olhos direito hoje - comentou com a voz um pouco triste e eu não havia pensando que agir assim pudesse deixar ela mal.

— Eu nunca falei sobre essas coisas, é algo novo para mim... - suspirei e ela permaneceu calada como se me incentivasse a continuar - Eu estava lendo o livro que você me deu, e eu acabei chegando numa parte BEEEM explícita - comentei e um sorriso de canto surgiu em seu rosto - e eu acabei ficando um tanto incomodada... Argh - escondi meu rosto em minhas mãos e eu acho que ela entendeu o recado.

— Ei, tudo bem, essas coisas são bem íntimas mesmo, mas não entendo ainda porque você tá com vergonha de mim - sua voz era suave, ela realmente queria que eu me sentisse confortável para me abrir.

— Minha mãe me pegou fazendo coisas e agora ela vai me levar no médico, e eu... É só isso - não iria falar que eu estava pensando nela enquanto tocava a parte do meu corpo mais urgente daquela noite.

— Hmmm, você se tocou pensando em mim? - seu sorriso era malicioso, senti minhas bochechas esquentarem, eu não conseguia dizer uma palavra, minha boca abriu e fechou mas não emiti nenhum som - uma pena que sua mãe não deixou você termina, queria saber se foi bom pensando em mim - seus olhos escureceram e eu podia ver que realmente havia gostado de saber daquilo, e algo em mim relaxou mas acabou despertando uma parte de mim que eu não conhecia e que queria ver até onde aquilo ia.

(não) Te amo Onde histórias criam vida. Descubra agora