Capítulo 15

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Pov Day

Eu estava andando pelos corredores do colégio, minha mente vagava num loop infinito do beijo que dei em Carol hoje mais cedo, era bom sentir o gosto do beijo, era mais incrível saber que eu ainda poderia sentir.

Qualquer um poderia ver os meus olhos mais brilhosos, um sorriso nos meus lábios, mas tudo isso caiu por terra quando meu corpo foi puxado para dentro de uma sala, minhas costas bateram com tudo contra a parede de azulejos. Franzi o cenho quando percebi que era Elana amiga de Carol, engoli seco quando vi seus olhos quase me queimando.

- Elana? - Ela me forçou mais na parede. - O que houve?

Ela soltou uma risada sarcástica e balançou a cabeça enquanto seus braços apertavam mais meu peito.

- Não se faça de tola Dayane, você acha mesmo que eu não sei? - Dessa vez foi a minha vez de sorrir. - Acha mesmo tudo isso engraçado?

- Sabe o que eu acho engraçado? - Suspirei. - Essas sua perseguição comigo, essa sua obsessão pela Carol, jura pra que tanto ciúmes?

- Você realmente não entendeu não é mesmo... - Finalmente ela me soltou, arrumei meu uniforme amassado e encarei a garota. - Os pais da Carol são super rigorosos, eles não gostam do tipo de pessoa que você é! - Franzi o cenho, pessoas como eu?

- Hum... Okay... - Tentei fugir daquilo, essa garota era louca e eu tinha me manter longe dela, com toda certeza tudo isso era bobagem e obviamente ela era uma homofóbica que queria me afastar de Carol. - Se os pais de Carol fossem mesmo rigorosos ela teria me falado. - Estava preste abrir a porta e ela fechou novamente, mas que inferno, eu só quero ir pro meu intervalo.

- Eu vi você e Carol saindo do auditório, não sei o que estavam aprontando, mas pare, estou apenas cuidando de Carol para ela não sair machucada, será que não entende isso? - Gritou, eu dei um passo para trás.

- Eu entendo perfeitamente, mas você preza tanto isso de cuidar dela que não enxerga o quão infeliz ela está, e que agora... - Me aproximei ficando cara a cara, olhos nos olhos. - Só agora ela realmente parece que sabe o que quer, ela me quer por perto e eu a quero também, e não vai ser você que vai atrapalhar isso! - Vi seus lábios formar um sorriso cínico.

- Tem razão Day, não vai ser eu quem vai atrapalhar esse casinho lésbico de vocês duas! - Forcei o maxilar e a loira me deu as costas, fechei os olhos com força e engoli a única saliva que me sobrava.

Aquilo foi intenso e ameaçador, será que era verdade, Carol não parecia ter medo quando não rejeitou o beijo, quando perguntei se fugiria ela negou, então porque tudo agora parecia tão questionável, as palavras de Elana me deixaram totalmente com dúvida e eu precisava questionar Carol, mas de uma forma que a não a deixasse ameaçada ou com medo.
Sai da sala e caminhei até o refeitório, encontrei Carol, peguei meu lanche e quando me virei os olhos da ruiva estavam sobre os meus, céus ela é realmente linda, sorri tímida e balancei a cabeça para irmos para o lado de fora. Me sentei debaixo de uma árvore, lá tinha uma bela sombra, logo vi Carol caminhar pelo campo e vir na minha direção, meu coração acelerou em batidas incontroláveis, ela me lançou um sorriso e me derreti feito uma gelatina.

- Oi! - Ela disse baixinho, suas bochechas estavam vermelhas; adorável. - Posso me sentar?

- É claro! - Falei num tom um pouco mais alto, ela se sentou e eu mordi o lábio inferior, ter ela tão perto era quase impossível não querer beija-la. - Como foi as aulas? - Mordi meu sanduíche.

- Tedioso, mas minha mente estava ocupada demais para pensar nisso... - Cada palavra sua voz diminuía, era quase tímida revelar aquilo.

- No que estava pensando Biazin? - Seus olhos foram até os meus, depois desceram para meus lábios, acho que eu sei no que ela estava pensando. Deixei minha bandeja de lado e me sentei de frente, por sorte aquele lugar estava vazio, alguns alunos estava mais afastados. - Será que estávamos pensando na mesma coisa? - Sussurrei enquanto me aproximava, minhas mãos foram até a sua nuca iniciando um carinho, ela fechou os olhos, suas mãos foram até meus ombros, eu ainda olhava, ela parecia relutante.

(não) Te amo Onde histórias criam vida. Descubra agora