Capítulo 34

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Oi meus amores, como estamos?

Espero que tenham preparado o coraçãozinho para tudo o que vai acontecer nessa estória
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Pov Day:

Vocês já ouviram falar no som do silêncio? Ou melhor, acreditam que isso existe? Se é silêncio, não tem som. Logo, não se pode ouvir, não é? Em teoria, até poderia ser, mas o som do silêncio realmente existe. Talvez agora vocês me achem maluca por estar falando essas coisas, ou pode ser que nem levem a sério as minhas palavras. Mas, quando você olha para dentro de você e não enxerga nada além do vazio, você começa a acreditar no que eu acabei de dizer.

Meu peito parecia um buraco sem nada dentro. Já assistiram aqueles filmes de faroeste, onde passa aquela velha cena de um deserto com uma bola de feno sendo carregada pelo vendo? Era assim que o meu coração se encontrava.

Por mais que tudo ao meu redor fizesse barulho, porque São Paulo é uma cidade extremamente berulhenta, dentro de mim havia apenas silêncio. Um silêncio ensurdecedor, que gritava tanto, ao ponto de eu quase enlouquecer com ele. Um silêncio que parecia um buraco negro prestes a me engolir e devastar absolutamente tudo ao meu redor. E tudo isso, porque a garota que havia colorido todos os meus dias, havia ido embora da minha vida de uma forma tão súbita, que eu nem sequer tive tempo de raciocinar direito o que havia acontecido.

Naquela manhã de sábado, eu caminhava de cabeça baixa pela calçada, indo para a casa da Luísa estudar com os nossos amigos, enquanto "my happy ending" da Avril Lavigne tocava alto no meu fone e a letra da música me acertava como tiros de uma metralhadora mirada diretamente no meu peito. Eu não lembro exatamente o momento em que peguei no sono ontem a noite, só sei que chorei muito antes disso acontecer e agora com certeza estou com a cara inchada e cheia de olheiras, mas quem se importa?

Coloquei o fone no volume máximo, na tentativa de calar meus pensamentos e sufocar toda a dor que eu sentia no peito. A mensagem da Caroline ficava martelando de tempos em tempos na minha cabeça e, toda vez que eu lembrava, um milhão de perguntas sem resposta surgiam na minha mente.

Eu ainda me lembrava da última vez que senti algo parecido e foi exatamente pelo mesmo motivo: Alguém que entrou na minha vida, fez eu me apaixonar e depois foi embora sem muitas explicações, deixando apenas um coração quebrado e uma Dayane destruída para trás. Talvez eu devesse ter ouvido o Victor quando ele me alertou que esse lance com a Carol era furada. Ou talvez eu devesse ter escutado a Luísa quando ela falou que eu não merecia passar por isso novamente. Se eu tivesse ouvido meus amigos, talvez, só talvez, eu não estivesse sentindo meu peito ser rasgado ao meio cada vez que meu coração batia.

Mas quer saber? Eu assumi o risco, eu paguei para ver e agora terei que lidar com as consequências disso e com esse vazio que eu sinto me engolir desde que a Caroline simplesmente escapou das minhas mãos e sumiu das minhas vistas. Acho que esse é o preço que se paga por amar muito alguém, eu já deveria saber disso.

– Ei, Day – a Luísa me cumprimenta animada, quando toco a campainha da casa dela e ela prontamente atende – entra aí, a Elana e o Victor já chegaram, faltam só o Bruno e o Dreicon

Eu apenas aceno positivamente com a cabeça e atravesso a porta. Nossos amigos estavam todos reunidos na enorme sala de estar da casa da Luísa e pareciam estar em uma conversa animada.

– Ei pessoal, a Day chegou – a loira anuncia e todos os olhares se voltam para mim

– E aí, gente? – cumprimento sem muito ânimo e logo me sento ao lado da Elana

– Credo Day, que bicho mordeu você? Sua cara tá péssima – o Victor me pergunta me olhando preocupado

– Olhem – Desplugo o fone do meu celular a abro no aplicativo de mensagens, colocando o mesmo em cima da mesa com a conversa com a Caroline aberta – Não me façam perguntas, ok? Eu não tenho resposta para nenhuma delas

(não) Te amo Onde histórias criam vida. Descubra agora