(não) Te amo

Capítulo 14

Pov Carol

- Bom dia Rafa - cumprimentei meu irmão, que estava sentando à mesa da cozinha, tomando seu café da manhã

- Bom dia meu amor - ele respondeu sorridente - sente-se, eu fiz panquecas

- Hmm, estou morrendo de fome - puxei uma cadeira e sentei - onde estão os outros?

- Papai foi pro trabalho com o Renan e a mamãe foi ao mercado - meu pai era dono de uma loja de material de construção e trabalhava junto com o Renan - somos só eu e você

- Vai para o consultório hoje? - Rafael era psiquiatra e tinha o próprio consultório

- Daqui a pouco, quer que eu te leve para a escola? - perguntou enquanto dava um gole no café

- Claro, mas podemos passar na casa de uma pessoa antes? É o mesmo caminho

- Podemos sim, mas quem seria? - ele estava curioso - a Elana?

- Na verdade é a Day - falei meio sem jeito - a Nana tá meio que brigada comigo

- Nossa, mas vocês são tão unidas - ele estava um pouco surpreso - por que brigaram?

- A Elana tá de birra por causa da minha aproximação com a Day. Ela acha que a Day é uma má influência pra mim, só pelo fato dela ser lésbica

- Que pensamento preconceituoso - revirou os olhos - Pelo visto ela pensa igual o papai - ele estava meio indignado

- infelizmente sim - suspirei frustrada

- Eu posso te perguntar uma coisa? - questionou em um tom de incerteza - Outra, na verdade

- Claro, fique a vontade - consenti, mesmo com medo da pergunta

- Você, por algum acaso, sente alguma coisa pela Day? Além de amizade? - arregalei os olhos

- Co...como assim? Por que está me perguntando isso? - eu estava assustada e com medo e acho que isso era perceptível pra qualquer um

- Eu vou ser muito sincero com você, okay? - balancei a cabeça em sinal de positivo - eu não quero pressionar você a nada, muito menos quero que você tenha medo de mim. Eu sou o seu irmão mais velho e amo você com todas as minhas forças. Só quero que saiba que, independente de qualquer coisa, eu vou estar do seu lado te apoiando e te defendendo em absolutamente qualquer coisa. Estarei com você até mesmo se for para te defender do papai, da Elana ou do resto da nossa família. Vou segurar sua mão e não soltarei por nada. Se o mundo estiver contra você, seremos nós dois contra ele, combinado?

- Obrigada Rafa - eu estava emocionada e com os olhos marejados - é muito importante para mim ouvir isso. Principalmente porque você sabe como o nosso pai é. E respondendo a sua pergunta, eu ainda estou meio confusa em relação a Day. Ela desperta coisas em mim que eu nunca senti e não sou capaz de explicar. Mas, ao mesmo tempo, eu tenho muito medo de tudo isso, porque você sabe bem como são as coisas. Eu nem ao menos sei quem eu sou, como vou saber o que sinto em relação a ela?

- As respostas que você procura, estão dentro de você e do seu coração - ele tinha o tom de voz calmo e compreensivo. No olhar, era notável que ele me entendia como ninguém - e eu acho que você já as encontrou, só não conseguiu enxergar isso ainda.

- E como eu faço para conseguir enxergar? - perguntei querendo achar as respostas para todas as dúvidas que existiam dentro de mim

- Na hora certa, você vai se dar conta - limpou a boca com um guardanapo e se levantou - vamos? Você não vai querer se atrasar

- Vamos - fiz o mesmo que ele e saímos em direção ao carro

Quando entramos no veículo, coloquei o endereço da Day no GPS e fomos até a casa dela. No caminho, fui torcendo para que ela ainda não tivesse saído.