Capítulo 35

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🚨Alerta gatilho🚨

Esse capítulo contém conteúdo extremamente sensível e que pode acabar gerando gatilhos em alguém. Se você já passou ou passa por alguma situação parecida e ler sobre te faz mal, por favor espere o próximo.

Se você quer ler, prepare seus lencinhos e uma garrafinha de água para se idratar.

Boa leitura!
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Pov Carol:

Eu não me considero uma pessoa pessimista, muito pelo contrário. Eu sou daquelas que acredita que no final as coisas se acertam e tudo da certo, mesmo que antes tenha dado errado. Só que dessa vez era diferente. Dessa vez eu havia tido um final de semana incrível demais e tinha quase certeza de que algo muito ruim estava para acontecer. Afinal de contas, o universo não era tão bonzinho comigo assim.

Apesar de estar extremamente feliz enquanto tomávamos o caminho de volta para casa, algo dentro de mim gritava que toda essa magia acabaria. Eu não queria focar muito nisso, não quando a minha namorada estava com a cabeça apoiada no meu ombro e uma das mãos segurando a minha com ternura, enquanto nós cantarolavamos uma música da Taylor Swift que tocava no rádio do carro do Rafael.

Quando nós a deixamos em casa, eu mal me despedi dela e já sentia meu peito arder de saudade. Como isso era possível? Ela havia acenado para mim não tinha nem cinco minutos antes do carro dar a partida. Talvez seja isso que signifique estar perdidamente apaixonado e só quem sente é que consegue entender.

Ao chegar em casa, a primeira coisa que eu fiz depois de cumprimentar meus pais e guardar minhas coisas, foi jantar e em seguida ligar para a Nana e o Bruno e fofocar sobre tudo o que havia acontecido nesses dois dias. Meus amigos estavam felizes por mim, mas não perderam a chance de ficar me zoando quando eu contei que Dayane e eu havíamos feito sexo. Tudo bem, eu podia suportar as piadinhas, a noite com ela havia sido perfeita demais para que eu me incomodasse com as brincadeiras idiotas dos meus amigos.

Tudo ia bem, até o Renan bater na porta do meu quarto, informando que meu pai estava me chamando no escritório para conversar comigo. Eu estranhei, pois ele não costumava fazer isso. Mas, para não aborrecê-lo, apenas desliguei o telefone com a promessa de que retornaria depois e fui para o cômodo onde ele me esperava.

– Mandou me chamar, pai? – eu pergunto entrando na sala quando ele me pede para que eu o faça, depois que bati na porta

Meu pai não era um homem muito sorridente, mas, nessa noite em específico, ele estava mais sério do que o normal, o que me fez engolir em seco e sentir um frio percorrer toda a minha espinha.

– Você não tem nada para me contar, Caroline? – ele pergunta me encarando seriamente e eu congelo

– N... Não senhor, pai. Por que? – gaguejo, já sentindo as minhas mãos começarem a tremer

– Então você pretende continuar me escondendo que estava tendo um caso com aquela lésbica nojenta? – eu paraliso e sinto todo o sangue sair do meu corpo no momento em que ele finaliza a pergunta

Eu me considerava uma pessoa de fé, apresar de não concordar com muita coisa que falavam dentro da igreja. Na minha casa nós fomos educados para ir aos cultos todos os fins de semana e sermos fiéis aos ensinamentos de Deus. Naquele momento eu orei, como nunca havia feito em toda a minha vida, e pedi ao Deus em que eu acreditava que me ajudasse e protegesse naquela situação

– P...ai... Eu... Eu não – tento formar uma frase coerente, mas nada sai

– E só te pedi uma coisa Caroline, UMA ÚNICA COISA – O tom de voz aumenta – Eu pedi várias e várias vezes para que você ficasse longe daquela garota e o que você faz? Desobedece todas as minhas ordens e passa a cometer essa pouca vergonha nas minhas costas, achando que eu não ia descobrir

(não) Te amo Onde histórias criam vida. Descubra agora