Capítulo 22

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Pov Day

Dizer que eu não fiquei abalada com o episódio do pai da Caroline, seria mentir descaradamente. Quando vi a forma que o homem me tratou e como ela reagiu a isso, provocou em mim o pior sentimento que eu já experimentei na vida. Nunca vou conseguir entender como um ser humano consegue ter o pensamento tão retrógrado e preconceituoso e, ainda sim, achar que está certo.

Meu objetivo era fazer o que ele pediu e ficar longe da filha dele pelo resto da noite e, se eu conseguisse, da minha vida também. Mas não adiantou, eu falhei miseravelmente no momento em que ela entrou no quarto e me olhou com aquele olhos de quem pede perdão em silêncio. Eu queria ser mais forte, queria ser mais resistente, queria não ser tão fraca perto dela, mas não adianta, eu não consigo. Foi só ela chegar perto, que todas as barreiras que eu havia levantado, caíram por terra.

E, como se o universo estivesse me testando e querendo esfregar na minha cara o quanto ela me deixa vulnerável, eu gozei apenas assistindo ela se tocando. Tudo bem, eu mereço um desconto. Seria impossível disso não acontecer, tendo essa mulher sentada no meu colo, gemendo baixinho e se tocando com a minha ajuda. Você resistiria? Pois é...

E agora ela está aqui, dormindo nos meus braços, enquanto eu velo seu sono. Acordei tem mais ou menos uma meia hora e simplesmente não consegui parar de prestar atenção nela, no quanto ela fica linda dormindo, no peito subindo e descendo de forma calma, como se estivesse em um sono tranquilo. Eu estou irremediavelmente apaixonada por essa garota e não há absolutamente nada que eu possa fazer para mudar ou anular esse fato.

Comecei a passar a mão levemente pelo rosto dela, contornando todas as curvas e sardas. Ela é tão linda, que palavras não conseguem descrever.

– Por um momento, eu achei que estava sonhando - ela fala com a voz rouca, me causando um leve susto

– Me desculpe, eu não queria te acordar - pedi um pouco envergonhada, afastando minha mão

– Foi o melhor jeito de acordar que eu já tive em toda a minha vida - me deu um sorriso sonolento - por que parou?

– Ah, não sei. Pensei que você não fosse gostar

– Não gostar de acordar com as suas carícias? - abriu os olhinhos e me encarou - só se eu fosse louca - acabei sorrindo com o que ela disse

– Você sabe que perdemos a festa toda, né? - nos deitamos de frente uma para a outra

– A festa aqui dentro foi muito melhor - ela deu um sorriso malicioso

– E isso que a gente nem fez nada demais - entrei no jogo dela

– Ainda, né? - piscou para mim

– Você tá ficando muito safadinha, Carol Biazin - me aproximei mais

– Cortesia de Dayane Lima, que anda me provocando e me deixando louca

– Então eu te deixo louca? - ela assentiu - eu tô só no começo, amor - deixei um selinho nos lábios dela

– Baby, eu quero te pedir desculpas... - ela começou, mas eu não queria entrar naquele assunto

– Carol, não. Vamos esquecer isso, vai ser melhor - tentei interromper

– Não Day, me deixa falar - pediu e eu consenti - eu sei que agi errado com você e sei que te machuquei. Eu só... Só fiquei com medo. Você viu como meu pai é e eu travei, não consegui reagir. Me perdoa por ser tão fraca, por não ter sua coragem, me perdoa por não conseguir enfrentar ele e defender o que nós temos - vi pequenas lágrimas se formando nos olhos dela

– Ei baby, não fica assim. Ta tudo bem... - levei meu polegar ao rosto dela e sequei algumas lágrimas que caíram - eu entendo você, de verdade. Vamos no seu tempo, ok? Não quero que se sinta pressionada a fazer algo que você não está pronta. Prometo que vou tentar ser paciente, só não prometo que o tipo de coisa que ele disse não vai me machucar.

(não) Te amo Onde histórias criam vida. Descubra agora