XLI

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Estava bufando de raiva. Benjamin me deixou para trás, me perdi dentro do hotel e fiquei vagando. Por sorte a aspirante a Wanda Vision me achou perdida e me guiou até a saída. Quando coloquei os pés para fora James acabava de estacionar o carro. E meu pobre coração pulou uma passada. Ele usava terno e um sobretudo feito por medida. O infeliz deu um sorrisinho vigarista e abriu os braços para mim.

Atravessei a rua com cuidado para não estragar o clima megalorômantico e me joguei nos braços dele. Deus do céu esse homem foi feito com muito carinho, acho até que o pai dele tem um pincel nas partes baixas.

- Estava com saudade pequena. - Ele falou no meu ouvido.

Tentei regular a minha respiração e me afastei um tiquinho dele.

- Preciso te contar uma coisa. - Fiquei séria.

- Então ficará surpresa com o que tenho para te dizer sobre a carta. Mas vamos almoçar que estou com fome.

James tinha baixado todas as músicas da minha cantora preferida, e mesmo não entendendo nada se arriscava a cantar algumas partes. Eu podia gravar, mas ele ficaria bravo e eu não queria isso. o restaurante era perto da escola do Nicolas, e eu  não sei porque ele decidiu passar na frente da escola. Tinha a sensação de quê alguma coisa estava acontecendo.

Quando o garçom já tinha levado nossos pedidos ele relaxou na mesa e me contou sobre a carta, e o porque de passar na frente da escola. Precisava se certificar que Nadja tinha mesmo colocado um carro para fazer a segurança do "enteado" dele. E ela tinha mesmo colocado um carro ali. E possivelmente alguém dentro da escola. Aliviada saboreei minha comida.

- Meu padrinho me ligou. - agora ele parou de comer. - Ele confirmou que entrou na minha casa e implantou o arquivo verdadeiro no meu notebook. James precisamos conversar sobre a segurança do condomínio, ou esses caras tem asa. Voltando ao nosso assunto. Ele me disse que esta escondido na empresa, e que em dois dias ele sai dali.

- Informações duvidosas pra ver se você vai até ele. Ninguém se esconde da máfia meu amor. Ele está se mantendo vivo na esperança de te conseguir.

E era verdade, ninguém em sã consciência passaria a localização estando escondido. Meu padrinho era um péssimo mentiroso.

- Já pensou na minha proposta? - Ele pegou na minha mão por cima da mesa.

- Pensei, muito. - Tomei um bom gole da minha bebida. - Não me faça me arrepender de morar com você James.

Ele ficou me olhando assimilando as minhas palavras, quando entendeu apertou mais ainda a minha mão.

- Então quer dizer que eu posso preparar a nossa casa? - Ele sorria genuinamente.

- Claro que sim. Só preciso contar a novidade para o meu amigo.

O nosso tempo foi só para fazer planos e eu até que estava gostando. Ter um futuro onde meu filho se encaixasse comigo, e James sendo James. Só sentia falta do Harry, apesar dele ter me moído no nosso primeiro encontro.

Voltamos para a escola do Nicolas e foi James quem o buscou na sala. Nicolas voltou com um ar de satisfação enquanto James vinha com a bolsa dele, e um sorriso estranho no rosto. Bastou Nicolas entrar no carro para me contar tudo.

Um menino da outra sala estava ameaçando bater nele, e disse que Nicolas não tinha pai, mas hoje quando James se apresentou no meio do corredor, pegou o menino pela camisa e disse que mandaria o prender, o garoto abriu um berreiro e prometeu nunca mais bater no meu filho.

- James. - o repreendi.

- O menino era bem maior que ele. - James ligou o carro e saiu.

***

Meritíssimo Juiz  @PremioshakeOnde histórias criam vida. Descubra agora