XXVI

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-Agora pode me soltar. -Tentei me afastar.

-Só depois da gente conversar. E não diga que não vem, porque eu saio te arrastando à força, e com essa roupa tenho certeza que ninguém vai te ajudar. -James deu um tranco em mim.

-Você está querendo dizer que eu pareço uma...

-Não disse nada até agora, mas se não me ajudar eu falo.

James conseguia ser sarcástico mesmo tendo a vida em perigo. Eu por outro lado estava com os nervos à flor da pele, tentando não demonstrar, é claro.

-Eu estou com o meu carro, então teremos que ir separados.

-É mesmo? Porque seu amigo saiu para dar uns amassos na minha irmã e levaram o carro que eu gentilmente aluguei. Então, vamos no seu. -James passou por mim.

Antes de sair com o carro vi Davi entrar no dele, o último do estacionamento. Ele acenou para mim e arrancou. James havia ligado o rádio e estava de olhos fechados com um sorriso no rosto.

*******

-Porque me trouxe aqui? - Tirei as sandálias.

-Eu precisava de um lugar só para nós dois. E pensei nesse, que descobri assim que cheguei aqui. -James tinha as mãos no bolso da calça preta.

-Eu vinha aqui. Era um pouco longe, mas mesmo assim eu vinha, gostava de andar na areia observando as pessoas. - Confessei.

-Olha... -Falamos ao mesmo tempo.

-Olha, eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu na boate. - James falou. -Eu fui um trouxa em acreditar que você e o Benjamin estavam juntos.

-Não precisa se desculpar. Não temos nada além de um caso para resolver. Pode levar a sua vida James. -Sentei na areia.

- Porque você tem que ser tão durona assim? Eu não esqueci do quê aconteceu naquela noite na cabana.

- Eu não sou dura! -Me exaltei. -Só estou dizendo a verdade. Ou você queria que eu chorasse por te ver passar a viagem toda na cabine da sua namorada. Fora ter descoberto que vocês saiam.

- Eu queria te dar um tempo! E no entanto quando saí vi vocês dois de mãos dadas.

A pura e triste verdade é que nós dois estávamos chateados e com medo. Todo advogado se prepara para o dia em que será ameaçado por algum louco, mas com o passar dos tempos a gente se acostuma e acaba esquecendo. Aí o impossível acontece, você mexe em um vespeiro e tem que desviar das ferroadas, ou deixar elas te matarem. Eu decidi fugir delas e voltar com veneno. James deve estar no mesmo barco que eu. Estamos tão assustados quanto.

-cBenjamin está confuso, mas sei que no fundo ele gosta da sua irmã. Já no nosso caso é diferente. Você sai com a Nadja, mas nega, e no entanto eu vejo vocês dois aos beijos.

- Falou quem não quer ter nada comigo. -James estava chateado.

-Eu vou embora, não temos nada de útil para falar.

-Não disse que terminamos moça. -Ele levantou a cabeça. - Nadja foi um erro desde o começo, não vou negar que precisei dela para fugir, mas não é por ela que estou aqui. Não é ela que me tira do sério e mesmo assim me faz sorrir. E tenha certeza que não foi ela quem tirou todo o meu mal humor.

- Não estou te entendendo. -Mentira, estava sim.

- Olha, - Ele olhou para o mar e sorriu meio sem graça. - Você cuidou de mim, mesmo com as suas maluquices. Podia ter saído correndo, mas não foi. - Ele me olhou nos olhos. - Quero dizer Marjorie, que eu estou me apaixonando por você.

E agora o que eu faço que eu não sei? Eu estava a ponto de começar a rir alto. Porque se ficar nervosa e dou risada, é meio estranho.

- James..  - Sentei na areia outra vez, minhas pernas tremiam igual vara verde. - Olha, e se amanhã ou depois você decidir que quer ficar com a Barbie dá índia?

- Barbie da índia? - Ele riu alto. - Tá bom. prefiro a mini Barbie Brasileira mesmo. 

- Eu tenho medo de morrer. - Falei. - Ou que...

James não esperou meu falatório desnecessário, e me beijou. Eu também não banquei a durona, na verdade queria que Nadja visse ele me beijando. 

- Só... Promete que quando tudo isso acabar, vamos ficar juntos...

Talvez fosse o clima do Brasil, as noites sempre gostosas, as ondas espumando, o som dos risos e todo tipo de música. Eu realmente senti aquelas palavras explodirem no meu coração.

- Prometo. - Respondi. andava prometendo muita coisa ultimamente - Se não te pegar nos amassos com alguém.. Aí sua cabeça vai enfeitar minha sala.

- Credo, - Ele riu. - Você é estranha,
James me puxou para o seu colo, dei uma olhada em volta, da onde estávamos não éramos vistos tão fácil. Me encaixei nele e o beijei, James me esfregava em seu membro duro e latejante. O sacana gemia na minha boca. Mas aí tudo mudou.

James de repente ficou muito alerta e eu saí de cima dele para olhar na mesma direção. Meu pai vinha correndo na areia, e pelo jeito estava assustado. Não demorou muito para vir Helen e Ben atrás, e Ben estava machucado...

- Acharam a gente. - Ben nos alcançou primeiro. Se viu meu pré-sexo não sei.


A historia foi a seguinte, Ben estava voltando com Helen, e notaram que estavam sendo seguidos. Ele entrou "fingindo " dar um amassos na Helen dentro do meu quarto, lá dentro pegaram a prova, que ele sabia onde guardei e fingindo errar o quarto saíram para o vuco vuco no outro quarto. Nessa hora um homem entrou no meu quarto e colocou tudo a baixo por causa dessas provas. Ben notou quando ele saiu que o cara estava meio chapado, aí entraram em uma luta corporal, o cara conseguiu fugir. Só que ele não tinha quebrado só meu quarto, antes quebrou a entrada do hotel. .

— Vocês fingiram ou fizeram? – James olhava para Helen com uma cara estranha. — Se mentir eu vou saber.

Ben tinha a cara de quem foi pego no flagra, mas Helen nem desviou o olhar.

— O que importa? Não foi na sua cama..

Eu olhei para o Ben, mas ele fingia demência.

— Importa sim, – James disse. – Poderiam ter morrido, pelados, imagina a cena..

— Chega ! – Meu pai passou na frente. – Depois a gente discuti quem dormiu com quem. Agora temos que dar o fora.

Meritíssimo Juiz  @PremioshakeOnde histórias criam vida. Descubra agora