you belong to Brahms

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Vigésimo oitavo capítulo: what's going on with me ?

MINA POV

Assim que acordei minha mente foi se revirando,não me arrependo nem um pouco de ter transado com Brahms, muito pelo contrário esse definitivamente foi o melhor sexo da minha vida mais me pego tentando entender meu coração, eu gosto dele ?
Sinceramente não consigo me entender,estou mais do que confusa estou exausta,quando estávamos na banheira eu realmente pensei em ceder....mais se me envolver com ele como fugirei depois ?.Seu toque me enlouquece ,sua voz e corpo acabam com minha pureza e sanidade,corro me vestir pois o modo que ele me olha causa arrepios.
Desço as escadas já vestida , enquanto Brahms termina seu banho eu faço algumas panquecas.....o cheiro doce invade o lugar ,então me recordo que quando era mais nova meu sonho era morar numa casa grande assim,poder cozinhar e tocar piano todos os dias,ter vários cachorros e poder descansar pra sempre,pacato,seguro e meu.Um sonho esquecido afinal sou praticamente uma foragida,sem dinheiro nenhum,presa numa casa com um louco que vivia nas paredes e quando saiu delas matou duas pessoas e eu coagi com isso e as afundei no lago.
Se olhar desse lado parece horrível mais sendo honesta não é, Brahms é atencioso e obediente, sempre me ajuda e arriscou sua vida por mim,nós comemos panquecas e brigadeiro de manhã e ficamos ouvindo música clássica todos os dias,não me parece uma cenário de sequestro e talvez seja por isso que meu cérebro está me sabotando.
Se eu fugir sentirei saudades dele ?
Só me falta sentir falta do meu sequestrador
Sou interrompida pelo barulho de Brahms descendo as escadas, ele entra na cozinha, está sem camisa ainda e agora à luz da manhã posso ver como suas costas são machucadas ,as cicatrizes parecem ter sido feitas há pelo menos uns 10 anos ,me pergunto no que ele teria se metido para estar assim hoje.
Ele não fala nada apenas se senta na bancada ao meu lado e com a ponta dos dedos segura a ponta de meu vestido,ele parece uma criança que não quer se afastar da mãe,quero rir e ao mesmo tempo não consigo negar que estou me acostumando á esse bebezão.
Comemos em silêncio ,ainda estou um pouco confusa com as minhas ações e tenho medo de fazer alguma burrada, depois do almoço subi para o segundo andar procurar por Brahms pois ele do nada desapareceu, ouço de longe sua voz gutural e grave ressoando nas paredes , me dirijo até a sala de música e o vejo cantando uma música linda, pela casa ser aquecida ele continua desnudo , o mesmo está de costas prestando atenção na janela , sua voz é linda e ele parece distraído,resolvo me aproximar sorrateiramente pois sei que ele é tímido perto de mim , passo por passo vou me aproximando da grande figura ,encosto uma de minhas mãos em sua costa , o mesmo se move rapidamente assustado me pressionando contra a parede e prendendo meu pulso.
-''mina?.....desculpe,você me assustou''-ele parecia desesperado.
Enlaço minhas mãos sobre sua cintura o abraçando e sentindo as grandes cicatrizes que de perto mostram grande profundidade .
-''sua voz é linda....quer me acompanhar ?''- digo apontando pro piano no meio da sala,ele acena e parece tímido,estralo meus dedos e me sento tocando com os polegares as teclas,uma sensação feliz me invade , eu sentia tanta falta disso.
Começo a tocar Hit the Road Jack, do Ray Charles,assim que a primeira nota sai vejo a alegria de Brahms ao reconhecer a música, ele solta sua linda voz que ecoa pela sala no começo timidamente mais depois chega a ser irradiante trazendo uma felicidade inexplicável,depois de um tempo me permito cantar também ,não sei quanto tempo ficamos ali apreciando e cantando diversas músicas , acho que foi a primeira vez que vi Brahms tão feliz e animado.
-''sua voz é linda mina ''- ele falava toda vez que começa a cantar,pego sua mão e o levo escadas a baixo para a sala colocando uma musica animada,o puxo para perto para dançarmos.
-''eu nunca dancei com alguém''- ele dizia meio duro e desajeitado.
-''não se preocupe,vamos ! vou te ensinar ''- eu o conduzia devagar até que ele se acostumasse,ele estava feliz de verdade e expressava de um jeito contagiante,seu sorriso era lindo,enquanto traçávamos passos por toda aquela sala riamos e rodopiávamos embriagados pela música,quando estávamos colados Brahms me puxa para si e me dá um selinho casto e amoroso,meu coração por alguns segundos bate forte.
Dançávamos colados um ao outro apenas sentindo a música e apreciando nossa companhia,nunca havia feito isso com nenhum dos caras que saí , nem mesmo com Henry,meu coração palpitava e meu estomago se enchia de borboletas......ficar perto de Brahms é um jogo perigoso e não posso sequer arriscar me perder.