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Quinquagésimo  oitavo capítulo: your kidding right ?


Sentia  as goticulas de suor descendo  em forma de micro pingos  em minha testa,minha respiração estava  ofegante e dentro de mim uma ansiedade crescia,Olhar para os olhos cruéis  de carlos era um desafio ,Sempre tive um certo  medo  dele.
Sempre foi muito ríspido  e grosseiro,nunca conseguimos conversar de fato, ele olhava no fundo  da minha alma, o silêncio  reinava,admito que o medo que sentia esta menor.Depois de tudo que passei  com Brahms  nesses últimos meses  o medo se tornava tão  próximo, quase como um amigo.
O que mais  me assustava  era saber que em cima da minha cabeça  Brahms  estava  no chuveiro,era  possível  escutar o barulho da água  rebatendo nos canos.

-" cadê  o Henry  ? "- ele falava com a voz baixa e grossa como uma navalha.
Minha língua  se embolava,ele olha pra cima  provavelmente  escutando o barulho do chuveiro.

-" ele ta lá  em cima não  é? "- sua voz parecia irritada,meus olhos descem  até  sua cintura procurando  uma arma ou qualquer  coisa.

Por alguns segundos minha mente parece estar oca,um branco denso e eterno,não sei o que fazer e muito menos o que pensar.

-" me responde poha!!,cadê o Henry? "- Carlos  levanta a voz parecendo cada vez mais impaciente,fazia tempo que não  olhava em seus olhos tão  de perto,estar tão  próxima  dele era estranho,seu semblante estava mais cansado e com agressivas olheiras ,ele sempre foi alto e esguio ( mais definitivamente  bem menor que Brahms) estava coberto de tatuagens  que se destacavam sobre a camisa branca.

-" ele não  ta aqui.....eu já  disse "- minha voz se embramava,estava desprotegida,não  quero matar Carlos,apenas quero que ele se vá.

-" para de mentir Alice,onde caralhos ta o Henry!? "- ele esbravejava,atrás  de mim ouço  alguns  pares de passos,de canto de olho  consigo ver pelo menos seis homens,  todos me olhando firmemente...meu corpo gela em segundos,Brahms  conseguiria derrubar todos  eles ?,o que aconteceria se eles achassem......o que eles poderiam fazer ?

-" Carlos  eu te juro,ele não  ta aqui,ele foi embora faz tempo"- eu tentava controlar  minha mente caótica  e fazê-lo partir logo.

-" Alice, não  tenta me enganar..."- ele dizia ajeitando seu cabelo pra trás.

-" se ele realmente  foi embora ,não  deve ter sido a muito tempo pelo jeito"- ele se aproximava  com passos  pesados  e lentos, baixava seu olhar para o meu torço  vendo os chupões e as mordidas que brahms traçou  em meu corpo,o silêncio que  nos assola  é  assustador,como um baixo zumbido ouço  os canos hidráulicos  a todo vapor bobeando a água  pelos encanamentos ,se que Brahms é  forte  mais não  quero arriscar,estamos  cercados.....não  quero arriscar.

-" eu não vejo o Henry a um mês,não  faço  ideia do buraco em que ele pode ter se enfiado "- minha voz saía impaciente.

A risada de escárnio de Carlos  ecoava pela sala.
-"  e o que fez isso então  irmãzinha? "- ele puxava a alça  lateral do meu vestido deixando os roxos   à  mostra.

-" me poupe,eu já  tenho idade pra foder com quem eu quiser....irmãozinho "- afastava a mão  dele .

Tudo naquela cena me deixava aflita,a sensação  de observação dos homens atrás  de mim  que pesava minha nuca,os olhos frigidos de Carlos e a ideia de que a qualquer momento brahms pode sair do chuveiro.

Carlos me olhava quietamente  com um olhar mirado e analítico.
-" vamos Alice......eu te conheço  bem,você  não  é  do tipo que dá pra qualquer um"- ele acendia um cigarro fedido,um dos homens  que antes estava parado começa  a percorrer a sala.
Sua pele é  branca como  a neve,seus olhos macabros  estão  encarando os meus,tento focar meu olhar pra Carlos  mais não  consigo  ignorar  o andar  daquele homem e muito menos  o fato  de que em sua mão  há  uma espécie  de facão.

-" Não  tenta fingir ser quem você  não  é "- meu irmão  especulava tragando o cigarro até  seu último e o jogando  no chão.

-" como pode dizer que me conhece tão  bem ?"- Eu dizia com um rosto enojado.

-" você  não  sabe porra nenhuma sobre mim,então  não  me venha ser  um irmão presente agora que eu não  preciso "- era cirúrgica  com minhas palavras e mesmo assustada com o branquelo que rodeava a sala  não  iria deitar pro meu irmão.

-" to falando mais  do mais do que sério,não  tem ninguém  aqui "- eu olhava para os olhos de Carlos  que observava  em silêncio.

-" você  ta certa...eu não  te conheço,não sou obrigado a confiar em você "- sua voz era uma navalha.

O barulho do chuveiro cessa de repente,uma pequena partícula  de suar desce sobre minha  testa,estou no auge dos meus nervos,os olhos de carlos vão  para cima e em seguida pra mim.

-" já  que é assim.....vão  rapazes vasculhem a casa "- ele ordenava,minha respiração  para por alguns segundos ,vendo mais de oito homens armados subirem as escadas de uma vez  só.
Mesmo eu tentando evitar não podia ignorar  o riso macabro e satisfatório de Henry  que percorria pela sala,ele estava escorado ao lado da escada  e não parava de gargalhar.

-‘’ você ta fudida........ele vai ser morto ‘’- debochava com gosto e não parava por um segundo.
Só  era possível  ouvir os passos apressados contra a madeira antiga subirem sem hesitar,eu mal respirava.
Em cima de mim podia ouvir eles vasculharem o segundo andar inteiro,abriam portas  e vasculhavam quartos,meu corpo  fervia de agitação.
O demônio  albino ficou na sala bem no canto  apenas me olhando  profundamente,dizem que dá  pra ver a loucura nos olhos das pessoas e hoje descobri que é  verdade,Carlos  se mantinha  calmo à  minha frente parecendo  despreocupado.
E Henry  não parava de gritar e debochar  alto.

-‘’ voce vai morrer.........’’-

-‘’vou cuspir na cova de vocês dois com o maior prazer......’’-

-" sua vadiazinha.......finalmente vai pagar pelo que me fez!! "- ele berrava  pra mim,me controlava tentando focar  na cena á minha frente.

-" você  sabe o que vai acontecer com  o cara que estiver lá  em cima né?"- ele completa colocando as mãos  no bolso em posição  de espera.

Eu lutava tentando ignorar a presença daquele infeliz que não parava de gritar.

-" já  te falei,não  tem ninguém  aqui"-eu mentia na cara dura,por dentro um pavor se instalava,era como uma coceira infernal que nunca sanava.

Carlos solta um pequena risada.

-" você  não  mudou nada,ainda é uma péssima mentirosa "- ele completava se afastando  e sentando no torço  do sofá.

Fiquei em  silêncio  tentando rezar ou implorar pra que se algum Deus  existe me ajudar,tudo era muito silencioso alem de Henry que se moveu da escada agora pra minha frente ,cara a cara comigo,seu rosto podre  e apodrecido era enojante.....eu lutava pra me manter no plano real  e chamava por uma ajuda divina que eu sabia que não existia,minha reza é  interrompida pelo barulho de um dos capangas  tentando  abrir a porta do banheiro e ela estar trancada,ele chama mais alguns homens e começam  a tentar  arromba-la.

-" por que você  fugiu?"- meu  irmão  me questiona ainda olhando pro chão,voltando minha atenção pra ele .
Era impossível  manter a calma,com todo o cenário,ignorar Henry,a porta sendo arrombada,e agora Carlos tentando foder com a minha paciência.
-" ta brincando né?"- eu me exaltava.



Oi gente linda😀😃,finalmente  acabei  minhas  provas🥳🥳 e vamos voltar com os capítulos,espero que todos  vocês  tenham  tido  um ótimo  carnaval,tudo de bom e mais uma vez  muito obrigada  pelas mensagens,fico  muito feliz  em saber que vocês  estão  gostando♥️.

you belong to BrahmsOnde histórias criam vida. Descubra agora