you belong to Brahms

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Centésimo  sétimo capítulo: i will find......i will punish you.

Brahms pov:

Assim que meus pés estão na soleira da porta um gelo me percorre  a espinha,  me  sinto estranho, desconfortável,  Só olhar para rua uma aflição me percorre,  não me sinto nem um pouco a vontade  de sair na rua, um rosto como o meu  não é feito  para ser visto pela sociedade,  tenho vergonha, um calafrio de imaginar os olhares de canto e caras de desgosto, sair pra mim não é uma opção favorável,  me esforço para mover meus pés,  mais os mesmos estão paralisados, tento me controlar e pensar  em algo pra me motivar,  penso em Mina e que tenho um objetivo, não serei um simples fardo e  por ela  faria qualquer coisa   sem pensar  duas vezes,  abro  a porta e começo minha perseguição,  segui-lo não foi difícil, seus passos eram lentos e largos o que tornou  o caminho que era pequeno  desconfortável e tedioso.

          O  trabalho não  era  longe, apenas algumas ruas e chegávamos ao percurso, como andava num horário  tão matinal, não havia ninguém na rua, apenas uma ou outra pessoa, que mal me deu atenção, apenas foquei em olhar pro chão  afim de conseguir  me disfarçar, logo na frente avisto seus  colegas de trabalho , disfarçadamente contorno o prédio principal  garantindo que nenhum deles me veja, adentro o edifício totalmente despercebido, caminho por entre as salas com cautela, vasculhando com os olhos afiados á sua procura,  no alto do prédio, praticamente no ultimo andar o avisto  dentro de seu escritório, ele parece estressado, batia as teclas do computador  com força e parecia estar hiper concentrado,  mal percebeu  quando adentrei a sala, era silencioso  e calmo, espionava de perto controlando minha própria respiração  enquanto observava  a ansiedade do homem á minha frente, era nítido que algo o irritava e perturbava  pois o mesmo tremia e batia as pernas contra o chão  com avidez.

         Após alguns minutos me aproximo, ficando centímetros  dele, tão perto que poderia estrangula-lo agora, ninguém ouviria ou nem mesmo perceberia até eu ir embora, sinto raiva, puro ódio, o que ele esta fazendo que compromete minha amada ?, antes que pudesse concluir meu doce pensamento o mesmo desliga o computador e assim que observa meu reflexo se assusta, antes mesmo que ele pudesse gritar agarro em seu pescoço o tirando do chão e colocando-o contra a parede

Quando os olhos de Carlos se vibram com os meus posso ver suas pupilas arregaladas, com  minhas mãos sobre seu pescoço   ergue-lo não é muito difícil e com a raiva que sinto quebrar seu pescoço seria fácil.

-" Que porra é essa ?!?"- ele disse tentando soltar minha mão em seu pescoço segurando elas com os dois braços em busca de apoio,  seus olhos estão semi cerrados e ele tem dificuldade para falar.

-" eu....quem deveria perguntar, o que você  anda fazendo Carlos?"- digo com a outra mão pegando seu celular em cima da mesa e colocando bem perto de seu rosto.

-" nada......do seu....interesse"- Ele parece estar lutando pra respirar mas mesmo assim faz questão de provocar.

-" se não fosse por sua irmã eu te mataria agora, quebraria seu pescoço  e esbagaçaria sua cabeça , ninguém iria me pegar ou duvidar,  sairia como se nada tivesse acontecendo...então é melhor começar a abrir a sua boca antes que eu mude de ideia"- minha voz era grave e séria.

Carlos olhava para mim como se visse um monstro e era nítido, se olhasse profundamente em seus olhos arregalados podia-se ver o medo implantado dentro de suas pupilas.

-" Carlos o que você fez?"- minha voz era brava e potente mas no fundo, bem no fundo preocupada e assustada, sentia todo o  sangue do meu corpo fluir mais devagar esperando pela resposta,  meus sentidos estavam embaralhados e minha pele escorria suor,  me sentia  em Pânico,  dentro eram turbilhões de Sensações que tornavam aquela sala imensa pequena e sufocante, claustrofóbica, eu me sentia miúdo e  inútil,  dependendo de um homem ridículo que acaba de se mijar nas calças.

-" desculpa não tinha como eu saber que isso ia acontecer,  eu juro,  eu amo a minha irmã e  só queria o dinheiro"- pela primeira vez o homem solta sua voz chorosa e em lágrimas ele me olha enquanto luta pela sua sobrevivência Pois a cada palavra eu aperto mais seu pescoço.

-" eu não sabia no que estava  me metendo, eu só achei que um  dinheiro a mais ia ser útil,  eu não esperava que algo tão grande fosse  acontecer"-  o sentimento que resumia todo o meu ser era o ódio,  a sensação da traição,  não por mim que mal o conhecia mais por Mina que cegamente confiou em seu irmão, um crápula, ela que  estava tão preocupada em  não trazer problemas , em pagar tudo de volta, os meses que ficamos aqui, e ainda queria deixar um dinheiro pra eles como agradecimento,  enquanto ele mergulhou no seu próprio orgulho e claramente tomou as decisões por si próprio,  sinto a facada de emoções que me arrebatam  e rapidamente me fazem tomar suas dores para mim, ela não precisa de pessoas que vão a  trair, ela tem a mim e eu jamais faria isso com ela, imagino seu belo rosto quando descobrir tais casos horrendos, me sinto envergonhado só de ter que a contar pois me dói imagina-la tão triste.

Sem perceber mergulhado em pensamentos absortos e inundados por sentimentos cruéis acabo  apertando  demais seu pescoço e vejo ele em poucos segundos ficando totalmente inconsciente antes que eu o  largue ouço o barulho agudo do toque do telefone sem pensar duas vezes atendo.

-‘’ finalmente você teve a coragem de me atender, te dei mais de dias agora será a sua irmã quem irá pagar’’- uma voz feminina ecoa de forma baixa e meio fragmentada.

-‘’ quem é você ? ‘’- pergunto ouvindo atentamente.

-‘’ vamos pular essas conversas desnecessárias, vou te mandar o endereço.... se quiser pegar sua irmã de volta é melhor estar com o chip ou a localização do velho em mãos, e cuidado se eu ver uma sirene de policia eu corto a garganta dela imediatamente’’- ela desliga em minha cara.

     Afasto o celular do rosto ainda confuso quando vejo a foto......a foto que o número ligado fez questão de mandar.........