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Centésimo sexto capítulo: Mina......what's  wrong?

Brahms pov:
Vou até a cozinha curioso querendo saber o que ele faz todas as noites,  assim que eu adentro a cozinha veja as duas garrafas de cerveja vazias sobre a pequena mesinha junto a um pacote de amendoim aberto esparramado e cheio de farelos, dirijo  meu olhar ao celular aberto ao lado das garrafas,  curioso vou até o mesmo e o  pego nas mãos,  eu não estou acostumado com essas modernidades,  na realidade não sei nem o que fazer,  Sandra me deu um celular mas eu não sei nem como ligar.

    Observo curioso a tela do  celular,  está aberto num  tipo de conversa,  definitivamente o irmão de mina não é muito bom em mandar mensagens já que os erros de gramática são notáveis e as abreviações terríveis,  começou a ler a conversa tentando compreender,  aparentemente ele fala com uma mulher de forma grossa, ao decorrer dos meus olhos na conversa algo me chama atenção...chantagem,  ele claramente está sendo chantageado e isso é nítido pelo tom passivo agressivo usado, no instante que vejo o nome de mina, meu coração parece errar uma batida.

‘’..... Se eu fosse você, eu facilitava, já sabemos o que vai acontecer quando o seu tempo se esgotar, eu vou atrás de você,  eu vou atrás de Alice.....’’

Meu maxilar se fechava prestando atenção na conversa com  certa raiva e preocupação.

‘’.... onde está ?? para quem você vendeu??, é melhor você me dizer talvez eu não seja tão gentil quando minha paciência se esgotar......’’

       Eu não compreendi muito bem,  mas nada da conversa tinha um caráter bom e claramente envolvia a minha mulher.   Antes que pudesse continuar escuto o entre abrir da porta sendo destravada, não quero ser pego agora, quero saber exatamente o que esta acontecendo,  me levanto com agilidade e antes que ele saia do banheiro   volto ao quarto, intrigado e irado me controlo  para não sair do quarto e lhe arrancar respostas com minhas próprias mãos, geralmente me controlo mais quando se trata de Mina todas as partes do meu corpo se eletrizam , duelo com a vontade irada dentro de mim, luto para me controlar e diminuir a chama de fogo ardente que cruza meu  peito, ainda de pé  encosto minha testa sobre a madeira fria da porta e tento me acalmar, respiro fundo tentando não fazer minha ansiedade e raiva me dominarem e estragarem tudo,  ainda tentando conter o demônio que assola minha mente caminho lentamente até o pé da cama,  vou até ela dormindo e toco seu cabelo com cuidado,  só de olha-la meu interior se contrai,  toda minha mente fica confusa como se  todos  os sentimentos se misturassem,  queria tanto acordá-la e gritar e lhe dizer, .....você   me tem, ......como um brinquedo em sua mão, faria tudo por você e mesmo sem você me pedir irei resolver isso eu mesmo,  me conte mina......me conte agora!!!!, palavras que eu queria esgoelar aos quatro ventos mais por medo não consigo.

       Luto para voltar a dormir e  acabo  conseguindo com custo  depois de organizar em minha mente  um plano.

       Desde que cheguei  na casa sei exatamente  que todos os dias às 4 horas da manhã Carlos desperta,  toma um banho e se arruma, ás  5 horas ele se prepara para ir ao trabalho,  o ouço desde o primeiro dia  se movendo e abrindo portas, minha audição  se tornou aguçada e isso as vezes me dá nos nervos, eu escuto tudo, os bipes de telefones, roncos, respirações altas, até mesmo os baques das unhas contra as teclas de celular,  por causa disso sei da rotina de todos, pois mesmo o mínimo barulho me faz despertar, hoje decido que será diferente, assim que o primeiro raio de sol invade o quarto,  mesmo que pequeno  e quase translúcido meus olhos se abrem,   o barulho de Carlos  abrindo a porta da frente chama minha atenção,  me levanto ás pressas  sem fazer barulho e  coloco uma camisa larga cinza que estava passada sobre a cama, coloco algumas coisas para Mina comer e lhe deixo um cartão, pela primeira vez em muito tempo quem irá sair será eu, pacientemente lhe dou tempo de vantagem e começo a segui-lo.

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