Abordagem

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Ian García

Me viro para pegar duas cervejas no congelador e ouço o sininho da porta, olho por cima do ombro enquanto puxo as cervejas e vejo Izzy tirando o casaco enquanto entra.

Coloco a cerveja na frente dos caras e eles pegam indo para a mesa, Izzy senta na minha frente e apoia as mãos na mesa enquanto olha envolta tentando procurar o cara que ela quer interrogar.

-Ele não chegou.- falo baixo.- Ele só chega em duas horas.

-Legal. E o que eu vou fazer durante duas horas?- ela olha para as bebidas atrás de mim.- Vodka com suco.

-Não vou dar bebida para você.- balanço a cabeça.- Passa pelo bar e fica lá em cima, quando ele chegar eu te aviso.

-Eu quero ficar aqui.- mexe os ombros.- E faz minha vodka com suco.

-Isabella.- a encaro.

-Que saco.- ela pega as coisas e abro a tábua para ela.

Izzy passa por mim e abre a porta de onde leva direto para meu quarto, por que realmente era só o que dava em cima do bar. Meu pai mora aqui ao lado e eu fugi para cá quando ele começou a me agredir por causa das drogas.

Lá em cima tem uma cozinha bem pequena, tem minha cama e um armário aberto improvisado e um banheiro bem pequeno. Seria ruim se não fosse só eu, mas até que é bem aconchegante ficar ali.

Ergo a cabeça e vejo que tem alguns caras observando por onde Izzy subiu, olho para o fundo do bar e vejo meu pai bebendo shot após shot. Acho que o problema dele nunca foi com as drogas ou bebida, na verdade ele não era alcoólatra ou viciado.

Mas ele insistia que era esses dois para atribuir os problemas da vida a isso, quando ele me batia dizia que era por culpa da bebida, e eu aceitava porque ele era meu pai, o que eu iria fazer?

-Ei, cara.- um cara chega falando em espanhol.- Está com a garota dos Ballard-Hunt?

-Eu sou segurança dela.- explico.

-E ela te paga desse jeito, é?- ele sorri olhando para cima.- Eu e meus amigos temos uma proposta.

-Não estou interessado.- guardo uns copos embaixo do balcão.

-Você deixa a gente se divertir com ela e damos um dinheiro bem generoso a você.- ele explica.

-Eu não estou interessado.- o encaro.

-Não pode ficar com coisas boas só para você.- começa a se irritar.- Por que não quer compartilhar?

-Se você não sair daqui agora mesmo, eu vou ser obrigado a fazer sua cara de pano para o meu balcão.- explico e ele fica sério.- E ainda vou deixar o pai dela saber quem é você e o que queria fazer com a filha dele.

-Tudo bem.- mexe as mãos.- Você ganhou.

Ele se afasta e fecho a porta rapidamente, volto a apoiar as mãos no balcão do bar e o vejo cheio como sempre. Ouço algumas conversar e espero pelo cara que Izzy tanto quer interrogar.

Aperto minhas mãos e percebo que estou ajudando ela e não estou contando para o Andrew. Começo a ficar nervoso e tento ignorar o sentimento de enjôo que isso me causa, eu só preciso de um olhar errado para ele me matar e agora estou ajudando Izzy....

Eu vou morrer.

Izzy Ballard-Hunt

Aperto a bolinha roxa e jogo para cima, parece uma daquelas bolinhas de tênis mas é um pouco mais leve. Não sei se é importante, mas já atirei ela na parede umas vinte vezes para ficar brincando e me distrair.

O Protetor - 4° GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora