Perceber

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Izzy Ballard-Hunt

Abro a porta do bar e vejo que está tudo arrumado, caminho até o balcão e abro a portinha que dá para atrás dele. Abro a porta e mordo o lábio enquanto subo as escadas, junto a saia do vestido para ir mais rápido e abro a porta do apartamento com mais nervosismo do que quero admitir.

Paro rapidamente quando vejo tudo vazio, simplesmente não tem nada pessoal de Ian, passo a mão pelos cabelos e engulo em seco enquanto vou até a porta do closet e a abro para ver que não tem mais nenhuma roupa dentro.

-Não.- sussurro me afastando.- Não.- viro indo até a escrivaninha e procurando os desenhos.- Não. Não. Não.

Sento na cama e pisco os olhos tentando entender o que aconteceu, minha respiração fica mais rápida e sinto uma lágrima solitária descer pela minha bochecha ao mesmo tempo que Jake chega aqui em cima. Limpo rapidamente e me levanto.

-Por que isso está vazio?- ele parece confuso.

-Porque ele foi embora.- falo séria e Jake olha para mim.- Ele foi embora.

-Mas achei que você e ele fosse sério.- Jake fala enquanto vou na sua direção.

-Não.- não deixo minhas lágrimas saírem.- Não era sério.

Desço as escadas e Emma está ajoelhada atrás do balcão, seus dedos estão tocando uma mecha de sangue quase fresca e ela está com a cabeça inclinada na direção de baixo do balcão. Então estende a mão e mostra o celular de Ian.

-Ele não foi embora.- Jake murmura.

-Ele caiu no chão e o celular deslizou.- Emma se levanta.

-Provavelmente conhece a pessoa já que a porta estava fechada e ele estava aqui dentro.- Jake coça a barba.

-O pai dele.- olho por cima do ombro e vejo que é a primeira vez que o lugar está vazio.

-O pai dele não é um bêbado? Viciado?- Jake olha envolta.

-É.- assinto olhando para cada local.- Ele era um dos caras leais ao espanhol.- olho para o sangue.- A poeira.- aponto.

-É, eu vi isso também.- Emma levanta.- Ele foi arrastado. Onde isso dá?

-O estoque.- informo.

Jake puxa a arma e Emma me coloca atrás dela enquanto nos aproximamos, ele abre a porta e entra lentamente. Sou a última a entrar e vejo que o portão para o caminhão entrar está meio aberto, Emma vai até ele e nós três saímos para ver o beco completamente vazio.

-Câmera.- aponta.

-Consigo.- Jake murmura pegando o celular.

-O que você está fazendo?- vou até ele.

-Vendo o que aconteceu.- ele explica.- Talvez ainda dê para alcançar Ian ou...

A imagem começa a rodar e vejo Ian e o pai dele saindo por onde nós saímos, mordo o lábio quando vejo que nenhum deles está armado. Ian está indo por conta própria, ou pelo menos é o que parece.

-Ian trocou de lado?- Jake pergunta.

-Não, ele não...- o vejo entrar em um caminhão preto.- Ele não faria isso.

-Preciso do meu computador e do sistema só condomínio.- explica.- Podemos achar eles. Peguei a placa e o modelo, vamos.

-Jake.- seguro o braço dele.- Ele não trocou de lado.

-Ok.- ele me observa.- Vamos procurar por ele.

-Ok.- concordo e vou com ele até o carro.

Ian García

-Eu não entendo.- engulo em seco enquanto estou preso em uma cadeira com os braços para trás.- Por que está fazendo isso?

-Você não lembra, era um bebê quando tudo aconteceu.- meu pai sussurra.- Quando Manuel caiu, morreu.

-Pai...

-Ele era um bom homem, Ian, um homem honrado...

-Abusou de Sarah.- falo e ele sorri.

-Ela casou com ele.- sussurra.

-O que você quer?- pergunto.

-Poucos tem acesso ao condomínio.- ele explica e meu coração para.- Mas conseguimos converter um cara. Ele nos disse onde é.

-E por que precisa de mim?- travo o maxilar.

-Por que o cara foi expulso. Não tem como entrar lá.- explica.- Mas você tem, você é próximo. A garota vai ficar preocupada com você e deixá-lo entrar.

-Não condomínio?- aperto minhas mãos.- Tem crianças, pai.

-Que devemos matar antes que cresçam.- ele fala rápido.- Aquele pessoal se reproduz igual coelho. Precisamos dar um fim em todos os Ballard-Hunt.

-Não.- balanço a cabeça.- Não vou fazer parte disso. Me solta.

-Ainda não o conheceu.- ele bate na porta.

Ela abre e fico parado enquanto vejo um cara entrar com um terno impecável. Ele coloca as mãos nos bolsos e percebo que é igual ao Manuel, vi algumas imagens dele e realmente é parecido, mais do que eu gostaria que fosse.

-Como?- pergunto.

-A amante.- meu pai explica.- Nunca dão atenção para as amantes.

-Seu pai disse que seria difícil convencer você.- ele puxa uma cadeira e senta na minha frente.- O que você não quer fazer?

-Matar pessoas inocentes.- falo com raiva.

-Inocentes?- ele ri.- Os Ballard-Hunt só matam pessoas, Ian, eles são o vilão da história. Amelia matou Aaron, Judith matou Miguel, Laura matou Manuel, Dakota matou o próprio pai, Summer matou o irmão do noivo...

-Todos eles eram ameaças. Tentavam ferir eles.- falo com raiva.- Os Ballard-Hunt são boas pessoas. Se você tentar os machucar, eles vão revidar. Nunca deixariam eu entrar no condomínio.

-Se você não vier conosco para entrar, então vira conosco para morrer.- ele sorri.- Eu pensei que poderia dar errado, que você poderia se negar. Então vamos levar e matar você na frente de Isabella.

-Não fale o nome dela!- grito tentando o alcançar e meu pé toca seu peito.

O cara caí e meu pai o ajuda rapidamente, ele se aproxima com raiva e agarra meu rosto com uma mão. Respiro fundo e ele parece se controlar enquanto ergue a cabeça e ajeita o terno aí se distanciar de mim.

-Você vai morrer, Ian.- sorri.- Mas vai morrer por uma boa causa.

-Eles não vão abrir o condomínio para vocês.- aviso.

-Temos artilharia pesada.- explica.- Então, ainda pensando em não ajudar?

-Vai matar todos eles?- minha cabeça funciona rápido.

-Talvez.- ele parece perceber que quero barganhar.- Quem você quer vivo?

-Isabella.- murmuro e ele assente.- E as crianças.

-Elas ainda são muito novas para lembrar da família.- ele assente.- Tudo bem.

-Vai me soltar então?- mexo as mãos.

-Não.- abre a porta.- Vamos atacar no sábado, todos vão estar lá. Vai ser o último almoço deles.

O Protetor - 4° GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora