Cego

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Izzy Ballard-Hunt

Ouço a descarga no banheiro e franzo as sobrancelhas sentindo alguém deitar na cama de novo. Percebo que estou no meu quarto e viro no colchão para ver um cara loiro de olhos castanhos, ele sorri quando me vê e então beija meus lábios.

-Buongiorno, bella.- fala e eu tento sorrir.

-Quem é você?- pergunto.

-Amigos do Luca, ele nos apresentou.- explica e franzo as sobrancelhas.- Bebi tequila do seu umbigo.

-Ah.- me lembro.- Ah.- sento rapidamente.

-Tudo bem?- ele toca minhas costas e bato na mão dele.- Porra, Izzy.

-Você tem que sair.- me levanto e começo a juntar as roupas dele.

-Por que eu tenho que sair?- pergunta quando jogo as roupas nele.

-Porque eu vou receber uma visita e preciso estar sem você aqui.- visto um short moletom e uma blusa.

-Acabamos de acordar.- diz enquanto eu tomo um pouco de enxaguante bucal e cuspo na pia depois de gargarejar.

-O que isso tem haver?- franzo as sobrancelhas e vou empurrando ele até a porta.

-Só quero dizer que gostei de ontem.- fala enquanto o empurro pelo corredor.- Você tem uma tara em algemas?

-Eu...- engulo em seco quando descemos a escada.- Um pouco.- admito.

-Por que estamos correndo?- pergunta.

-Porque não...- a porta da frente abre e paramos.- Bosta.

-Ah, que incrível.- Ian me observa.- Não aguenta uma noite?

-Sai.- peço para o italiano.

-Mas...

-Sai antes que eu castre você.- Ian fala sério e ele passa por nós.- Sério?

-Você vai para Nova York, achei que deveria começar a escolher outra pessoa.- explico calma.

-Italiano?- aponta.

-Eles são bons com a língua.- provoco e Ian cruza os braços.

-E frouxos, pelo que percebi.- se aproxima.

-Com quem eu transo ou deixo de transar não te interessa...

-Me interessa quando eu também transo com você.- ele agarra meu braço e nos encaramos.

-Como você disse, vai para Nova York...

-E horas depois você arranjou alguém para me substituir?- pergunta.

-Eu sou viciada em sexo.- explico e ele ri com raiva.- Ian, não combinamos nada...

-Tem razão.- assente se afastando.- Não combinamos nada.

-Isso.- assinto.

-Então não se importa se eu transar com outra garota.- murmura.

-Não.- balanço a cabeça.- Mas vai ter que esperar seu turno terminar, não?

-Andrew está me devendo um dia de folga.- ele sorri mais.- Acho que vou usar hoje.

-Legal. Aproveite para bronzear, está precisando.- aponto.

-Não é o que eu pretendo fazer.- abre a porta da casa.

-De qualquer forma, aproveite.- mexo os ombros.

-Eu vou.- fala e bate a porta atrás de si.

Começo a ir até a cozinha e pego uma caneca para encher de café, desço pelas escadas de trás e caminho pelo gramado até a próxima casa. Sinto o cheiro de café da manhã e abro a porta vendo a minha avó colocar a mesa e meu avô treinar o novo suéter.

O Protetor - 4° GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora