O Protetor - 4° Geração

Repetição

** 1 semana depois **

Ian García

Sinto a pele macia embaixo da minha mão e passo meus dedos pelo seu pulso, respiro fundo e sorrio quando sinto o cheiro do perfume dela, sempre estava com aquele cheiro de perfume incrível. Andrew estava dormindo com Sarah no sofá e eu era o único aqui.

-Você está tão linda.- sussurro.- Continua linda.- deito minha cabeça na borda da cama.- Nossa, Isabella, daria tudo para você acordar agora.

Fecho mais olhos e mexo a mão dela até meus lábios, fecho os olhos com força e beijo aquela pele suave tentando fazer ela ter algum estímulo. Ergo a cabeça e Izzy ainda está daquele jeito, com aquele tudo na boca para respirar.

-Iz!- Andrew acorda rápido e Sarah se assustar.- Ela acordou?

-Não.- falo desanimado.

-Porra.- ele levanta mexendo no cabelo.

-Pedi para você ir e descansar um pouco.- Sarah respira fundo enquanto olha para mim.

-Estou bem aqui.- passo o dedão entre os dedos dela.

-Ian, você não dorme há três dias.- ela fala e fico surpreso.

-Não é verdade, eu dormi por algumas horas ontem.- lembro.

-Ian, vá dormir.- ela fala séria.

-Que tal a gente comer algo e tomar um café, e quando a gente voltar, você vai embora. Para casa. Dormir um pouco.- Andrew fala calmo.

-Eu não tenho para onde ir.- sussurro e os dois param vestindo os casacos.- Apenas tenho que ficar ao lado dela.

-Acho que ela iria gostar que você dormisse um pouco.- Sarah aperta meu ombro.- E iria ficar mais confortável em saber que está dormindo, a salvo, no condomínio.

-Mas...

-Sem discussões.- Sarah diz.- Quando voltarmos, você precisa ir descansar.

Assinto calado e eles saem do quarto, deixo minhas costas eretas e afasto algumas mechas de seu rosto. Passo o dedão pela sua bochecha e então desenho o contorno de sua sobrancelha com o dedo indicador enquanto ela respira lentamente.

-Você é linda.- sussurro apertando a mão dela.- Você é doce. Divertida. Engraçada. Sempre me deixa irritado. Preciso de você, Isabella, preciso desesperadamente de você.

Falo e ela nem sequer abre um olho.

-Nem puxando seu saco?- pergunto com um sorriso fraco e ela continua na mesa.- Por favor?- abaixo minha e encosto minha testa em sua barriga com cuidado.- E se eu implorar?

Silêncio toma o quarto e fecho os olhos com mais força enquanto levo minhas mãos até os cabelos para os apertar com força. Sinto que vou destruir tudo se ela não acordar, sinto que vou fritar com todos e com tudo até perder a voz.

-Eu te amo, Isabella.- sussurro.- Se você morrer, eu vou junto. Juro por Deus. Se você morrer, eu me mato na hora que escutar seu coração parar.

Então, como se fosse uma brincadeira cruel de algum ser divino, a máquina que monitora os batimentos cardíacos de Izzy começa a apitar muito rápido e ela começa a tremer. Arregalo os olhos e uma enfermeira entra para apertar um botão e deitar ela completamente reta.

Ouço alguns gritos e então tem vários médicos no quarto de Izzy e um deles está me puxando para fora, percebo que ele está me afastando dela e grito batendo meu cotovelo em seu rosto. Começo a me aproximar de Izzy e um enfermeiro agarra meus braços.

-Você precisa sair, senhor.- ele explica.

Vejo um daqueles idiotas dar um choque em Izzy e ela não reagir. Empurro um dos enfermeiros e soco outro, então agarro seu pulso e caio de joelhos ao lado da cama quando ela acorda de supetão e começa a engasgar com tubo.

-Tirem isso dela!- me levanto rapidamente.- Tirem!

Eles tiram e ela vira para mim tendo uma tosse seca, seguro seu rosto e afasto seus cabelos, então ela ergue o rosto para mim e sorri, o sorriso mais bonito que ela já deu em todos os dias que ficamos juntos. Sua mão toca meu rosto e ela passa o dedão pelos meus lábios antes de voltar a deitar de barriga para cima.

-Que porra. Isso dói.- ela fala rouca.

-Não se mexa muito. Você está bem frágil.- o médico explica.- Seus ferimentos podem abrir de novo.

-Não queremos isso.- ela sussurra e sorrio.- Quanto tempo eu apaguei?

-Mais de uma semana.- explico.

-Não me sinto descansada.- ela mexe os pés e sorrio mais.- E você, Ian?

-Não.- sussurro.

-Você realmente está bonito.- ela estende a mão para mim em um sorriso.

-Isabella.- olho para o médico.

-Privacidade, por favor.- ela fala e sorrio.

Os médicos saem do quarto e fecham a porta, Izzy mexe os dedos e vou até ela, sento na borda da cama e ela segura meu pulso, seus dedos tocam meu braço e fecho os olhos com aqueles toques. Minhas lágrimas descem rapidamente pelas bochechas e ela segura meu queixo.

-Tudo bem.- sussurra acariciando minha bochecha.- Tudo bem, Ian.

-Eu quase perdi você.- sussurro segurando sua mão e beijando a palma.

-Mas estou aqui.- ela ri.- E já fiz você sorrir três vezes até agora.

Sorrio mais uma vez e beijo a ponta de seus dedos, agora salgada por ter limpado minhas lágrimas, então me curvo segurando seu queixo e beijo seus lábios. Ela segura meu rosto entre as mãos e move os lábios contra os meus em resposta, apoio minha mão em um travesseiro e sinto a língua dela me pedir entrada.

-Iz.- me afasto.- Ainda não. Você está machucada.

-Quero comemorar por não estar morta.- ela fala rindo e a encaro.- Cedo demais?

-Sim.- sussurro.

-Ok.- ela morde um lábio.- E um beijo na testa?

Sorrio e me inclino mais para encostar os lábios em sua testa, fecho meus olhos e me afasto com um sorriso, então abaixo minha cabeça e ela ri acariciando meus cabelos enquanto me trás para o seu ombro bom. Deixo que acaricie minha cabeça e minhas costas enquanto sinto o cheiro do perfume dela mais e mais fundo.

-Eu também te amo.- ela sussurra e me afasto arregalando os olhos.

-Você...você...

-De alguma forma estranha, ouvi o que você disse.- ela me observa.- Não me pergunte como, eu não sei. Só ouvi.

-Eu amo você.- assinto e ela sorri.- Não tenho nada para oferecer, mas eu amo você, Isabella.

-Não é verdade.- ela respira fundo.- Você tem muito a me oferecer, Ian.- explica.- Inclusive esse rostinho bonito.

-Iz.- sorrio.

-Venha cá, preciso do meu namorado.- ela puxa minha camisa.

Me curvo de novo com um sorriso e afundo meu rosto em seu pescoço enquanto ela acaricia minhas costas, percebo que as mãos dela estão mais me apalpando do que acariciando. Rio baixinho quando vejo que é por que ela quer ver se não estou com ferimentos ou algo assim.

-Não saia do meu lado.- pede em um sussurro.

-Não vou.- prometo.- Não vou.