10. A Luta.

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 Acordamos cedo, pretendemos repassar o plano antes de irmos. Era simples: ela chamaria Itadori para sair com a desculpa de que precisava vê-lo urgentemente pois teve uma briga comigo, assim, quando ele chegasse ao local marcado usaremos um feitiço chamado ERV, que basicamente era a mistura de uma técnica de absorção de Juryoku com um encantamento de morte, onde esse encantamento toma a forma de uma rosa e ao acertar a rosa em alguém ou algo ela morre mas, se houver energia amaldiçoada suficiente para impedir que a pessoa em questão morra de imediato, ela pode "segurar" a vida desse por até 48 horas e por isso usaremos a técnica de absorção. Bom, inicialmente o encantamento foi criado para deter maldições de grau alto, mas então se tornou algo esquecido pelos xamãs conforme as técnicas ficavam refinadas, mas isso não me impede de usar, afinal de contas se não conseguirmos levar Itadori dentro das 48 horas para Noeri, ele morrerá já que o ERV só pode ser desfeito por quem o criou e por ser antigo, esse encantamento é permanente, ou seja, mesmo que feiticeiro que o fez morra, o encantamento continuará. Depois de levar o moleque para Kyoto, Gojou pode até tentar ir atrás mas é óbvio que não conseguirá fazer nada a respeito já que Noeri tem grande influência entre os velhotes e poderia acusar a catenga branca de traição.


- Está pronta? - Perguntei.


- Estou. - Respondeu com frieza indo para fora.


- Eu já vou, esqueci de pegar o celular.


Corri até meu quarto para pegar o celular. Procurei em todo canto, revirei cada gaveta e não o encontrei. Olhei em cima da cômoda e o achei debaixo de algumas peças de roupas que fiz questão de deixar na cama. Com o celular em uma mão e uma peça de roupa na outra verifiquei se estava carregado, foi então que notei o que estava segurando. Era o moletom que Gojou tinha me dado. Um aperto em meu coração me fez sentir arrependimento por continuar com essa ideia de levar Yuji, lembrar daqueles olhos azuis cheios de tristeza era como uma facada no peito. Toda vez que lembro daquele branquelo eu sinto vontade de jogar tudo pro alto e o abraçar como se não houvesse amanhã. É, parece que no fim eu senti algo por ele. Hmpf, balancei a cabeça para afastar tais pensamentos e joguei o moletom de volta na cômoda e me apressei para ir.


Assim que chegamos, saí do táxi olhando todo aquele lugar. De um lado da estrada, o direito para ser mais específica, a alguns metros de nós estava o cemitério, já era possível ver aqueles bichos perambulando pelas covas dos mortos. Do outro lado da estrada não tinha nada, só umas três árvores e mais nada. Sem dúvida nenhuma ninguém vinha aqui há muito tempo!


Procurei um bom lugar para Killa começar o ERV e decidi que seria no meio da estrada um pouco afastado do cemitério. Criei uma Cortina só permitindo a entrada de quem possuísse energia amaldiçoada, assim Itadori entraria facilmente. Então fiz um pequeno corte em meu dedo mindinho e com o sangue que escorria eu tratei de fazer dois selos, um de atração na direita e o outro de liberação, na esquerda, tratando de deixar um espaço entre os dois para que a pequena pudesse sentar. Com o feitiço de liberação ela conseguiria liberar e concentrar o juryoku mais fácil e com o de atração mais maldições viriam.


Ao terminar me concentrei para usar energia reversa e curar meu dedo, não sou boa fazendo isso só consigo quando é um simples corte ou arranhão. Canalizando algumas emoções não tão profundas eu consegui retirar do meu domínio um objeto amaldiçoado que já tinha guardado há meses durante uma missao no qual o tinha encontrado, era o Reino das Prisões, um cubo feio pra porra, ele ficava ainda mais assustador ao sair do meio da escuridão das sombras do domínio.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora