32. Pressa para o reencontro da felicidade

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Como sempre costumo fazer depois que Keyth foi embora, fui para Kyoto a fim de novamente receber um "não, Gojou, não tenho notícias da minha filha"

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Como sempre costumo fazer depois que Keyth foi embora, fui para Kyoto a fim de novamente receber um "não, Gojou, não tenho notícias da minha filha". Mas antes de ir para a escola decidi passar para visitar Alyssa. Por Yuji não lembrar dela, me sinto na obrigação de ao menos ir dar notícias dele a ela, como Yuki disse, o melhor é Yuji não saber de nada, afinal, ele não lembraria e sofreria ainda mais. Não é o que Alyssa gostaria.

Com flores em mãos, caminhei pelas covas até me aproximar da de Alyssa. No entanto, me surpreendi quando vi que alguém estava lá. A princípio pensei que fosse Yuki, mas para ser ela faltaria alguns centímetros e um cabelo longo e louro. A mulher estava sentada, mas não consegui ver direito quem era por ela estar de costas. Fiquei atrás de uma das sepulturas apenas observando, até que outra pessoa chega fazendo a mulher levantar. Era Noeri. Ele abraçou a mulher que parecia chorar e disse algo que não consegui ouvir. Não consegui vê-la direito, mas aparentava ser bonita, o cabelo curto estava preso em um coque alto com algumas mechas soltas atrás devido ao comprimento ser menor, trajava roupas pretas e um casaco azul, era magra e por algum motivo me parecia familiar. Não demorou muito e Noeri saiu abraçado com ela, deve ser alguma paquera dele ou coisa assim.

Aproveitei a deixa deles e fui até o túmulo, coloquei as flores no vaso que já estava vazio e me abaixei para ver sua foto. Pobre Alyssa, não merecia isso, amava tanto Yuji e não pôde ficar com ele.

— E aí, garota, de boas? É, imagino que não né. — Retirei os óculos para poder ver a foto com mais clareza — Yuji está bem, ele continua se esforçando e se dedicando aos amigos. Você deve saber né, ele os considera sua família. Recentemente ele recebeu uma promoção, ainda não estou 100% por dentro da nova classificação de xamãs, mas a categoria dele é o equivalente a xamã frau 1, como você era. Eu não ia te dizer, mas apesar da sua traquinagem ao apagar a memória dele, ou melhor, se apagar da memória dele, Yuji continua vez ou outra perguntando de você. É raro, mas acontece. Parece que você só não conseguiu apagar o que ele sentia, né? — Ri ao lembrar de Yuji dizendo que a "defunta da foto do enterro" era bonita — Ele ainda te ama muito, mas não sabe disso.

O vento soprou e o chacoalhar das folhas das árvores me fizeram parar um instante para observar o céu. Espero que Alyssa esteja ouvindo onde quer que esteja, em cima ou embaixo.

— Sabe a Kugisaki? Ela ainda tem raiva de você, por causa do olho. Imagino que você também a detestou até o dia de sua morte, ela me contou que deixou alguns furos em seu pescoço no dia da nossa batalha em Tokyo. Aqueles pregos delas perfuram de um jeito que fica cada buracão daqueles né. O Fushiguro, o emo encubado, não sente ressentimentos de você quanto a luta que tiveram, mas odiou saber o que você fez com a memória do Yuji, achou isso uma covardia. Sabe, você tem que agradecer a ele porque a Kugisaki estava disposta a abrir o bico para o Yuji, mas foi o Fushiguro que a impediu de fazer isso. — Voltei a olhar para a foto dela — E eu ainda não sei nada da Keyth-gracinha, bom, da sua irmã né. Espero que ela volte logo e que não tenha seguido a vida dela com outro, porque aí eu mato esse cara. — Me levantei e coloquei os óculos de volta — É isso, a gente se vê outro dia, Alyssa. Quando eu tiver informações da sua irmã, você será a primeira a saber, nem que seja por telepatia.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora