5. Bate-papo confortante

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— Respondam!! O. Que. Está. Acontecendo. Aqui! — Noeri exclamou pausadamente, ele estava furioso e ninguém se atrevia a responder.

— Noeri, calma, acho que podemos conversar sobre isso mais tarde-

— Não!! — Ele interrompeu o homem que estava acompanhando para depois olhar cada um dos presentes — Eu exijo uma resposta, AGORA!

Seiko abaixou a cabeça, parecia que estava se sentindo culpada pelo que fez. Ryotaro estava em pé encarando o chão com as mãos na cintura, os dois pareciam duas crianças que escutavam a mãe com o chinelo na mão. O rapaz da Fala Amaldiçoada que até então eu não sabia o nome parecia se sentir parte disso.

— Noeri, foi tudo um mal entendido. — Ele falou enquanto o homem que veio com Noeri me ajuda a levantar, passando um braço meu ao redor de seu pescoço.

— "Mal entendido"? E o que você tem a ver com isso, Hidetaka?! — O rapaz engoliu em seco.

— Hã... Noeri, acho melhor irmos. — O homem o chamou enquanto olhava para algo atrás de si — Gakuganji chegou.

Noeri olhou a figura de um velho de bengala e barba grande e respirou fundo antes de se voltar para os três feiticeiros.

— Ele que espere, Hiroshi! Agora tenho outros assuntos para resolver! — Fuzilou os três.

— Noeri, — O homem o olhou seriamente com as sobrancelhas levemente erguidas — é Gakuganji, se não formos agora você sabe que esse ocorrido se repetirá mais vezes. Não vai querer comprar briga com ele, certo?

Noeri respirou profundamente se segurando para não matar um, então apontando para cada um dos presentes, ele disse:

— Quero vocês três na minha sala, ai daquele que se atrever a não ir! — Ameaçou — E tratem de arrumar essa bagunça!

Senti que todos suspiravam aliviados quando viram Noeri dar as costas e caminhar na minha direção. Por um momento achei que ele viria até mim para saber como estava mas, o que não é novidade, ele apenas me lançou um olhar preocupado e passou reto por mim indo até o velhote que encarava tudo com certa curiosidade.

— Bom ver você, Gakuganji.

— Que interessante, o que estava acontecendo aqui? — O velhote estranhamente olhou para mim enquanto Hiroshi perguntava como eu estava me sentindo, acabei não prestando mais atenção na conversa deles — Quem é a garota ali? É feiticeira?

— Sim, é Keyth. — Noeri respondeu tenso.

— Ora, mas vejam só, não sabia que ela era tão forte. — Se referiu ao pequeno caos gerado no local — Fiquei sabendo de um boato sobre ela, mas receio ser apenas um boato. Dizem que ela derrotou Gojou, você tem algo a ver com isso, Zen'in?

— "Noeri", sabe que não tenho mais nenhuma ligação com essa família. — Respondeu enojado.

— Hmpf, sangue é sangue, mesmo que não goste você não pode mudar isso. — Noeri revirou os olhos — O que queria comigo? É algo relacionado a garota?

— Sim, é. Por favor, peço que aguarde um pouco mais, tenho que resolver outras pendências antes de iniciarmos nossa reunião.

— Entendo. — Respondeu de maneira suspeita — Muito bem, esperarei no dormitório enquanto essa reunião não começa. Sinto que será bem interessante agora que sei quem está envolvido. — Se retirou, por fim.

Noeri passou a mão nos cabelos grisalhos e veio até mim com certa urgência.

— Keyth, você está bem?! — Minha atenção voltou-se para ele depois das inúmeras perguntas feitas por Hiroshi, eu estava dolorida e usar energia amaldiçoada depois de um tempo de "repouso" só fez a situação do meu braço piorar.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora