6. Ruiva Picante

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- Que surpresa mais doce! - Erza vinha em minha direção para me abraçar.

- Oi Erza, muito bom te ver também.

- Mas vejam só se não é o curupira de pé ajeitado, o que faz aqui projeto de gente? - Perguntou depois de ver Nan.

- Vim lhe trazer esse lindo presente, vossa majestade. - Respondeu apontando para mim.

- Obrigadinha, depois passo na sua casa para consertar seu carro, a porta parece cansada. - Nan virou-se e viu a porta caída no chão - Vai indo carcereiro de gaiola, eu e minha querida Keyth temos assuntos para tratar.

Resmungando, Nan jogou a porta no porta-malas e arrancou com o carro o mais breve possível.

- Então Keyth, o que veio fazer aqui? Noeri está pior que o capeta por você ainda não ter voltado com o prêmio dele.

Iniciamos uma caminhada lenta e sem rumo enquanto a conversa rolava.

- É sobre o que conversamos por celular. O hospedeiro vai viajar segunda e gostaria que ficasse atenta para investigar e, se possível, quebrar-lhe o pescoço. - Ela parou e retirou um pirulito do bolso.

- Hm, basicamente você que eu faça o trabalho designado a você, certo? - Se não a conhecesse pensaria que estava tirando sarro de mim - Ok, o que que eu ganho em troca?

- Dinheiro? - Perguntei como se fosse óbvio.

- Não, não estou necessitada, quer saber? Não vou cobrar, é isso, me deu na telha. - Respondeu simplesmente.

- Te enviei as fotos dos moleques por mensagem junto com um pouco do que sei sobre cada um.

- Muito bem Keyth, assim que eu gosto, mas vem cá, por que Noeri quer tanto acabar com o coitadinho? Poxa, ele parece ser tão simpático. - Falou olhando uma foto de Itadori.

- Bom, ele tem seus motivos, apesar de me fazer acreditar que é pelo bem das pessoas normais.

- Hm, saquei. - Disse distraída ainda olhando as fotos no celular - Nossa, esse emo encubado é bonitinho, pena que é menor de idade.

- Erza, para com essa sua tara! - Exclamei puxando seu celular de sua mão e o desligando para jogar nas sombras.

- Qual é, mais um pouco e eu achava o perfil dele, quem sabe ele curte as mais velhas. - Gargalhou de sua própria piada me fazendo revirar os olhos. Megumi terá sorte se morrer ao invés de se tornar prisioneiro dessa maníaca por morenos - Então, quer comer alguma coisa? Estou com uma puta fome.

[...]

Depois de passarmos a tarde juntas, Erza me levou em casa. Arfei nostálgica ao ver meu lar, meu verdadeiro lar, onde passei toda a minha vida tanto antes de Killa aparecer em minha vida como depois.

- Faça bom proveito, afinal de contas é sua! - A ruiva falou bem ao meu lado.

- Não quer entrar? - Perguntei destrancando a casa.

- Ah, já que insiste tanto. - Levantou as mãos em rendição.

Ao entrar pude sentir o cheiro de poeira, resultado de uma longa viagem que deveria ter durado apenas alguns dias. Erza pareceu não se incomodar com a sujeira e se jogou no sofá deitando como se estivesse cansada após um dia exaustivo, considerei isso uma ofensa até porque eu não dou tanto trabalho assim.

- Nem me olhe com essa cara, me submeter aos seus caprichos desde que era piveta cansa muito. - Disse repentinamente com os olhos fechados. Coloquei as mãos na cintura e a olhei indignada.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora