27 - P2. Dualidade: decisão mortal e uma verdade.

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Assim que engoli o dedo Keyth já estava perto, não daria tempo de ajudar Killa, porém, para a minha surpresa, Killa já estava de pé e correndo até mim. Tudo aconteceu numa fração de segundo: meus olhos entraram em choque quando se deram conta do que Killa pretendia fazer, ela jogou algo na minha direção que me prendeu ao chão, era uma espécie de cubo. Então, simultaneamente ela se jogou na minha frente e nesse exato instante Keyth atravessou a lâmina no corpo de Killa juntamente de Inu com suas garras que cortaram o corpo da minha amada. Meu coração pulou pra fora, aquela imagem de Killa sangrando bem na minha frente e eu incapacitado de fazer algo foi a mais terrível visão que eu poderia ter. Me estiquei ao máximo tentando alcançá-la e ela levantou seu braço com dificuldade até que a ponta de nossos dedos se encontraram.

— Eu disse que ia te proteger, Itadori! — Killa disse com um pequeno sorriso.

— Killa... não... — Meus olhos encheram de lágrimas e comecei a chorar frustrado e cheio de dor.

Mas de repente tudo tudo escureceu e minha consciência parecia ter... adormecido...

[...]

Meus olhos reviraram querendo abrir, aos poucos eu ia me acostumando com a luz do local. Era tudo tão diferente, era estranho, como uma caverna cheia de ossos, mas com um ponto de luz no fim dela do qual aparentava ser impossível de chegar.

Me sentei lentamente, minha cabeça estava pesada, como se eu tivesse tirado um cochilo de 10h seguidas. Olhei ao redor desorientado, até que meus olhos captaram uma figura sentada ao meu lado com as pernas cruzadas e um sorriso pacífico.

— Bom dia, meu dorminhoco!

Era Killa. Arregalei os olhos no instante em que lembrei de tudo o que havia acontecido, só podia ter sido um pesadelo mesmo! Meus olhos ficaram marejados e não contive a surpresa, gritei e abracei com felicidade e paz.

— KILLA!!! — Ela me abraçou de volta e eu comecei a chorar temeroso — Killa, eu achei que tinha te perdido. Eu tive um pesadelo tão maluco...!

— Shii! Passou, não foi? — Ela disse tranquilamente enquanto acariciava meu cabelo.

Me afastei um pouco dela e a olhei nos olhos, segurei seu rosto delicadamente com as duas mãos e ela fechou os olhos colocando suas mãos em cima das minhas.

— Me beija. — Pediu abrindo os olhos para me olhar novamente.

Fiquei surpreso a princípio, mas fiz o que ela pediu. Me aproximei lentamente sentindo sua respiração em meu rosto, uma de minhas mãos desceram para sua cintura e a outra para sua nuca. O sentimento que esse beijo passou foi tão inexplicável que parecia que não nos víamos há anos.

Com a ausência de ar, colei minha testa na dela e sorri por finalmente estarmos a sós e bem.

— Não sabe como fiquei com medo de te perder. Meu coração morreu com aquele pesadelo, foi um tremendo susto e- — Ela pôs o dedo indicador sobre meus lábios.

A olhei sem entender e seu olhar reflexivo me intrigou.

— Killa, eu-

— Eu sei do seu sonho, Itadori. — Fiquei surpreso, eu ainda não havia contado nada — E infelizmente tenho que admitir que não foi só um sonho e sim a realidade. Realmente tudo aquilo aconteceu.

Fiquei perplexo, não consegui dizer uma palavra sequer e meus olhos não saíam dela. Então era tudo verdade? Ela realmente morreu bem na minha frente? Minha mente e meu peito estavam um turbilhão de emoções, sendo a maioria delas negativas.

— Não pode ser... — Meu peito começou a doer de tristeza. O olhar de Killa parecia se compadecer com a minha dor — Não, Killa... você não pode... — Comecei a chorar novamente e dessa vez de dor.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora