28. Funeral

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"Keyth é minha irmã e minha melhor amiga.

Não importa a circunstância, sempre estivemos e sempre estaremos presentes uma para a outra".


Tokyo, Japão.

De volta ao meu lar, me preparava adequadamente para o funeral. Foi tudo tão doido e cansativo, e ainda nem tive tempo de dormir. Assim que desembarcamos do avião, Noeri me disse que levaria Keyth para a escola jujutsu de Kyoto e que me esperaria lá para resolver as últimas pendências da missão, visto que Keyth não teria condições. E por falar nela, desde que saímos do local da morte de Alyssa, ela parece ter entrado em estado de choque, não fala nada, não come, mal bebe água e seu olhar sempre está direcionado ao nada, como se aquela cena repassasse em sua mente sem parar. Meu coração dói só em lembrar da situação que ela está.

Satoru, posso entrar? — Era Shoko batendo à porta do quarto.

— Entra.

A porta abriu e ela entrou com Niti. Meu pequeno raio de sol veio correndo e pulou alegremente em cima de mim, me fazendo cair deitado na cama. Ela latia, corria, pulava na cama e vinha me lamber novamente, isso como se não tivesse pausa.

— Ela tava com muitas saudades de você. — Shoko comentou.

— E tá com fedor de cigarro. Por acaso deu algum a ela? — Questionei seriamente enquanto acariciava a cadela.

— Jamais, tá doido? — Riu. — E aí, como foi a missão?

Meu ânimo momentâneo logo sumiu. Percebendo que a coisa não tinha terminado nada bem, ela se deitou na cama ao meu lado e ficou encarando o teto com Niti deitada ao seu lado.

— Foi tão ruim assim? Achei que você ia conseguir se resolver com ela.

— E eu consegui, foi difícil, mas consegui. — Ela me lançou um olhar confuso. Me deitei também ao seu lado deixando Niti entre nós e encarei o teto tomando coragem para continuar a falar — A gente ia fugir com os pirralhos para fora do país e depois que tudo estivesse resolvido com o alto escalão, voltaríamos.

— Se você está aqui, imagino que algo deu muito errado.

— Sim. Quando encontramos Itadori e Alyssa, eles estavam acompanhados de Yuki Tsukumo. Tentamos dialogar, mas se recusaram. Então, eu lutei contra Tskumo e Keyth com aqueles dois. Só que ela acabou matando Alyssa e isso fodeu com ela e com tudo.

Shoko franziu as sobrancelhas sem entender.

— Ela não era irmã dessa mulher que você tem pira?

— Sim, não sei ao certo o que houve, ela não estava em condições de contar e não sei o que porra deu no Yuji que parece que não está raciocinando. Essa parte você deve tá ligada, eu te falei pelo celular.

— Sei, eu examinei o moleque, mas não encontrei nada de errado.

— Que caralho, realmente não sei o que houve. — Algo que notei me veio à mente e decidi contar — Sabe o mais estranho?

— O que?

— Quando usei os Seis Olhos em Yuji, não consegui identificar o Sukuna. É como se ele tivesse evaporado do corpo dele, eu devo estar ficando louco só pode.

— Isso é algo a ser analisado com mais calma. Farei isso semana que vem.

Ficamos um tempo em silêncio até ela o quebrar.

— Nobara e Fushiguro estão bem e recuperados, a título de curiosidade.

— Vish, tinha esquecido total deles! — Bati na minha própria testa, como eu poderia esquecer dos meus outros alunos?

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora