Um amor (im)possível (Satoru Gojou)

10. A revelação

//Nada revisado.

______________________________________________________________________________________

Sem as correntes pude finalmente andar um pouco e me alongar, fazia muito tempo que eu estava na mesma posição e isso influenciou muito para que meus movimentos ficassem lentos, além das marcas que ficaram. Percebi também que eu havia emagrecido um bocado, isso me deixou um pouco frustrado, felizmente, me sinto melhor graças a Alyssa. Falando nela, não consegui parar de pensar no que aceitei quando ela veio aqui, algo que me diz que essa fuga vai ser algo complicado e sinceramente, não estou nos meus melhores dias para lutar.

— Já está de pé? — Não havia escutado a porta abrir, quando olhei para trás vi apenas Alyssa me observando enquanto aperta as mãos.

— Sim, preciso me exercitar um pouco e aproveitar a pouca liberdade que tenho. — Ela concordou e tossiu um pouco — O que faz aqui? Acredito que seja muito cedo, afinal, o "guarda" que fica aí ainda não veio aqui.

— Eu vim conversar com você sobre a reunião de hoje. — franzi o cenho confuso.

— Reunião?

— É, eu não havia dito a você ainda porque estava preocupada demais e não queria que você também ficasse. Mas nee-san e o alto escalão se reunirão hoje para discutir a adesão dela ao grupo e como prova de lealdade, ela terá que levar você lá.

— Não vejo tanto problema nisso... — Comentei realmente confuso. Alyssa se remexeu um pouco inquieta e cruzou os braços criando coragem para terminar de falar.

— É que lá eles farão testes de feitiço em você.

— Testes de feitiço? — Isso não me soa nada bem.

— Sim... — Ela andava de um lado para o outro lentamente enquanto explicava — são testes que eles fazem aplicando diversos feitiços com técnicas distintas para ver até onde o indivíduo aguenta, eles analisam as reações e dependendo do que acontecer eles determinam o melhor dia para a execução. Há várias classificações no resultado, mas em resumo, se o indivíduo for forte, eles o executam logo após os testes para garantir que ele não se recupere posteriormente; se for fraco, eles marcam uma data mais distante, isso se ele sobreviver...

Engoli em seco só em pensar que teria que passar por isso também.

— De hospedeiro a rato de laboratório, hmpf, que decadência. Foi por isso que propôs que fugíssemos? — Ela se aproximou um pouco mais cuidando para manter uma distância confortável.

— Bom, se eu soubesse que você iria passar por isso, teria te tirado logo daqui. — Confessou melancólica — Infelizmente não tem como fazer isso agora.

— Essa não foi exatamente a minha pergunta. — Ela abriu a boca para responder mas a interrompi — Esquece, não tem problema.

Alyssa mordeu o lábio inferior em hesitação e parecia querer dizer algo.

— Pode falar, seja lá o que for estou pronto para ouvir. — Ela respirou fundo e encarou os próprios pés antes de fitar meus olhos.

— Itadori, seja forte. Sei que não tenho direito de pedir isso mas... não morra, eu não aguentaria viver sem você. — Disse um pouco baixo enquanto segurava minha mão.

Ela acariciou meu rosto e sentir o toque quente de sua mão me deixou mais tranquilo. Estávamos a uma distância bem curta e meu olhar abaixou até encarar seus lábios rosados, meu coração acelerou e o pouco que nos separava ia sumindo, eu já não tinha mais consciência do que estava fazendo e quando dei por mim a porta foi aberta abruptamente e não demorou para que eu me afastasse de Alyssa.