27 - P3. Tudo o que eu queria

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Isso tudo já tava me entediando e aposto que Tsukumo também sentia o mesmo.

— Aí, Yuki. — Falei desfazendo o gesto para o Raio Roxo e levantei a venda para massagear as têmporas — Acho que já deu né, já nos divertimos o suficiente por hoje.

Yuki relaxou os ombros cansada e desfez o sinal de um possível ataque poderoso também.

— Cara, pior que sim. Será que eles já se resolveram? — Perguntou com tédio na voz e uma mão na cintura. Coloquei as mãos para cima me alongando e depois alonguei as pernas, ela imitou os movimentos.

— Não sei não. Tá a fim de ir lá olhar? — Apontei com o polegar para trás indicando onde eles estavam.

— Rapaz, pelo o que eu vi naquela hora eles colocaram o hangar todo abaixo, devem ter lutado bastante antes de chegarem a um consenso. Não tinha uma alma viva além deles. — Ela colocou a mão no queixo pensativa — Parando pra pensar eu não lembro de ter visto Killa, hm...

— Espero que já tenham acabado, porque eu tô doido pra ir tomar um caldo de cana. Você já tomou? É muito bom. — Comentei com ela.

— Já, mas não sou muito chegada. Tu já experimentou tapioca? Cara, vou te dizer hein, é massa! — Falou fazendo um "ok" coma mão.

— Bora chamar o pessoal pra comer-

Olhei rapidamente para a minha direita, até cheguei a tirar a venda para saber se eu não estava ficando louco.

— Ô branquelo, que que foi? — Tsukumo estranhou.

— Nada demais, só Noeri e Gakuganji que estão vindo para cá. — Respondi e ela se manteve em alerta.

— Precisamos nos preocupar com isso? — Arqueou uma sobrancelha em dúvida. Olhei para ela e abaixei a venda.

— Nah, eles tão longe. Vai demorar um pouco para chegarem aqui.

— "Um pouco" quanto?

— O suficiente para sabermos se Alyssa e Yuji toparam fugir com a gente.

Ela se aproximou de mim de maneira suspeita.

— Vem cá, você realmente estava falando sério quando fez aquela proposta ou era tudo uma emboscada? — Não é estranho ela duvidar.

— Por mais inacreditável que seja, era sério. Noeri até assinou embaixo dizendo que apoiava, mas aqueles dois cabeça-dura parece que não pensam. — Respondi e passamos a caminhar até onde gracinha estava com os dois.

— Isso é coisa da Killa, essa peste gosta de aprontar. — Sorriu lembrando da menina — Espero que ela tenha decidido partir com vocês, gosto muito dela e prezo pelo seu melhor.

— Ela é esperta, vai ver que essa decisão é a melhor para todos. Só é meia doidinha das ideias.

— Puxou a mim! — Tsukumo apontou para si mesma com um sorriso cheio de orgulho, no entanto seu sorriso se desfez rapidamente — Pior que eu tô com um pressentimento ruim da porra, espero que ela não tenha feito nenhuma bobagem.

— Fé que não fez. — No fundo eu sentia esse mesmo pressentimento, era como uma angústia no peito. Como se Keyth precisasse de mim.

Tsukumo deu uma cotovelada de leve em meu braço e sorriu.

— Você até que é um cara bacana. Diz aí, qual o seu tipo de mulher?

[...]

— ... aí quando eu tentei conquistar ela, tá ligada? Mas a bicha se fazia de difícil, felizmente hoje estamos juntos!

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora