18. Conselho amical

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Depois da briga que tivemos, Gojou e eu não voltamos a nos falar, na verdade, faz seis dias que não vejo ele, temos nos comunicado através do xamã do outro dia. Enquanto ele está passando informações para mim, Gojou vai atrás de Yuki e quando ele está com Gojou, saio em busca de Killa. Não avançamos praticamente nada na missão e o prazo vem acabando cada vez mais rápido, isso me deixa atordoada por não saber mais o que fazer.

Além das preocupações com Killa e sua execução, outra coisa me aflige bastante: Gojou. Aquela discussão toda e tudo o que ele jogou na minha cara me fizeram refletir muito, mal preguei o olho a noite de tanto pensar nisso e sinceramente? Eu não queria ter brigado com ele, muito menos ter dito todas aquelas coisas, não que não seja a verdade, mas a forma na qual eu me expressei acabou magoando ele. Eu poderia ter feito diferente e não ter me alterado tanto, poderia até ter pedido um tempo para administrar melhor meus sentimentos, saber se eu realmente sinto algo por ele e se seria capaz de termos uma relação. Afinal de contas, estaria mentindo se dissesse que aquele beijo não significou nada para mim e sabe o "pior"? É que está mais do que óbvio que todas as palavras dele sobre me amar são verdadeiras e eu simplesmente não soube reagir. Ao menos não uma reação boa.

Tudo isso está me matando e eu já nem sei mais o que fazer. Só queria que Killa estivesse aqui.

Passei horas da minha manhã pensando nisso e cheguei a conclusão que deveria falar com Gojou, preciso conversar com ele, esclarecer tudo e quem sabe até me desculpar pelo o que aconteceu. Essa foi a decisão mais sensata que tomei durante essa viagem. Quando dei por mim já estava em frente ao apartamento de Gojou, prestes a bater. Respirei fundo diversas vezes tentando encontrar coragem para encará-lo e dizer tudo, exatamente tudo o que eu deveria ter dito, inclusive a confusão que está nos meus sentimentos.

— Isso é ridículo, eu não vou ter coragem de falar...

— Tem coragem de enfrentar maldições de nível especial e se acovarda apenas para falar algo? Não era isso que eu esperava da xamã mais poderosa do mundo jujutsu.

Olhei imediatamente para trás em um susto. Era Hidetaka, arregalei os olhos em descrença e pisquei algumas vezes para saber se era real e era.

— Hidetaka?!! — Exclamei surpresa.

— Eu sei, inesperado não é? — Ele sorriu abertamente.

— Como e por quê?

— Isso é culpa sua! Passa dias sumida e sem dar notícias ao seu pai, obviamente ele ficou preocupado. — Gesticulou com humor.

É verdade, no meio disso tudo eu nem sequer lembrei de retornar as ligações de Noeri. Não sei nem onde está meu celular e francamente estou com preguiça de procurar.

— Eu... acho que acabei esquecendo.

— Pois é, só saiba que ele não está nada contente com isso. — O olhei sobressaltada.

— Ele está aqui? — Passei a mão no pescoço nervosa com a situação, provavelmente vou tomar uma bronca daquelas.

— Na verdade não. — Relaxei os ombros após ouvir a resposta — Mas vai chegar em breve. Gakuganji não aprovou a ideia dele de viajar e auxiliar na missão, então Noeri achou melhor ficar por lá até que Gakuganji parasse de implicar. Como ele estava transtornado com toda essa situação, mandou que eu viesse no lugar, mas assim que ele chegar terei que ir, pois também tenho pendências em Osaka. — Explicou, me fazendo ficar mal.

— Poxa, desculpa te meter nessa, Hidetaka. Eu não queria te atrapalhar, sério, é que toda essa confusão está me enlouquecendo.

— É, estou sabendo de tudo. Sua irmã fugiu e o alto escalão está te punindo por isso... — Anui com desgosto — mas, o mais surpreendente de tudo isso certamente foi saber que Noeri é seu pai. Vem cá, como é que foi isso? Quando você descobriu? — Ele cruzou os braços e se sentou em cima de sua mala com os olhos brilhando de curiosidade, uma pose típica de fofoqueiro. Totalmente o oposto do que Hidetaka aparentava ser.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora