8. O pedido inesperado

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Já estava se tornando impossível conviver com essa angústia em meu peito

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Já estava se tornando impossível conviver com essa angústia em meu peito. Eu não fazia a menor ideia de onde ela poderia estar e esse rapto do Yuji só me deixava mais nervoso, em que condições aquela maluca o deixou? Será que ele está sendo torturado? Será que ainda está vivo? Pensar nisso me deixa louco. Sem contar Megumi que está em coma! O mais difícil para mim nesse momento é como irei encarar Kugisaki, com que cara vou dizer que falhei miseravelmente e que seus dois melhores amigos estão em apuros por minha causa?!

É ainda mais complicado pensar nisso quando se está na frente dela, vendo-a segurar um espelho estática, com uma expressão indecifrável após saber que perdera um olho. Sua reação, ou melhor, a ausência de uma me deixa nervoso.

— Infelizmente Shoko não conseguiu fazer nada a respeito disso, sinto muito. — Ela continuou sem se mover, com seu olhar vidrado no espelho — Itadori foi levado de todo jeito, elas ganharam a luta e agora eu não sei onde estão, nem o que estão fazendo.

Kugisaki abaixou o espelho colocando-o virado para baixo e virou o rosto decepcionada.

— E como está o Fushiguro?

Abri a boca sem saber o que dizer, acho que o melhor é que ela não saiba da situação dele por enquanto. Afinal, já está sendo difícil demais digerir essas informações.

— Ele está se recuperando. — Menti.

— Pelo menos isso. — Suspirei frustrado comigo mesmo — Eu juro que mato aquela pirralha desgraçada!

Sua jura me deixou surpreso. Certamente ela deve estar pensando em mil formas de aniquilar a garotinha de cabelo lilás, mas claro que não conseguirá realizar nenhuma delas e irá praguejar ainda mais quando eu contar a ela que será impossível matar a garota com a irmã por perto.

Nem fodendo que Keyth é xamã de grau 3. Lembro muito bem que certa vez mencionei seu nível e a insultei dizendo que ela era da ralé, no mínimo, ou melhor, sem sombra de dúvidas ela é nível especial. E só por ter me vencido é óbvio que Kugisaki não poderá matar a irmã dela.

— Desista dessa ideia por enquanto, trate de se recuperar e não falamos mais nesse assunto.

— Mas que porra! — Exclamou entredentes.

Sua frustração era totalmente compreensível, mas para seu desgosto ela nunca será capaz de matar a fedelha.

Quando me dei conta, ela estava de costas para mim, deitada e chorando em silêncio. Isso me partiu o coração e quando coloquei a mão em seu ombro para consolar, ela puxou o braço em sinal de desagrado.

— Saia e me deixe só. — Engoliu o choro por um curto tempo apenas para bancar a durona.

— Caso precise de algo, estarei com Megumi.

Saí de seu quarto indo até a ala médica onde se encontrava Fushiguro. Desde que Shoko me disse que ele estava em coma e que provavelmente nem acordaria mais, passei a ficar horas ao lado da cama em que ele está inconsciente, conversando, praticamente sozinho.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora