1. Traição - [2° Temp]

363 40 99
                                    

Escuridão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Escuridão. Era tudo o que eu via. Depois que fui atingido tudo o que vi foi uma vala escura, meu corpo estava imóvel, não conseguia mover um músculo sequer, algo me arrastava por um lago raso enquanto uma dor imensurável tomava conta de todo o meu peito e atravessava meu coração como uma facada. Minha mente não conseguia medir tamanha agonia e dor.

Aguente firme!

Um sonho tenebroso se fazia visível como um filme diante de meus olhos, meus piores demônios participavam do elenco e atuavam conforme meus medos, o protagonista, eu, corria aterrorizado sem poder fazer nada a respeito. Ele não era forte o suficiente, não era veloz, não tinha técnica alguma, estava fraco e sem forças para continuar, mas continuava sendo perseguido e quanto mais corria mais os demônios pareciam próximos. Então, fui atingido. Caí ao chão num precipício que não parecia ter fim e quando meu corpo fez contato com o solo senti meus ossos quebrarem e um simples suspiro parecia a foice da morte me levando, por fim chorei temeroso, tremendo e negando que aquele seria o meu fim. De repente, em meio ao pranto, surge uma luz, tão linda e nítida, cheia de sonhos e esperanças que me confortava mesmo em meio às dores. Ela me estende a mão e me garante que tudo ficará bem, que irá me proteger e que estarei livre desse tormento e entregue de corpo e alma a ela eu segurei sua mão macia e fiquei de pé com sua ajuda, seu toque foi cura para o meu sofrimento, não havia mais medo ou dor em mim e por um momento eu senti que estava em paz. Sorrindo e completamente inebriado por aquele sentimento, me perdi em seu olhar. Até que num piscar de olhos aquela luz estava sendo ofuscada, sangue caía sobre nossas mãos e as garras da besta atravessava minha esperança, os demônios assistiam tudo com risos e gargalhadas. Imediatamente tudo de mal que senti voltou e vendo a luz apagar me desesperei, por fim, ela sumiu. Olhar vago, os demônios sem misericórdia me atacaram e instintivamente tentei me defender.

NÃO!

Despertei num susto, aquele pesadelo havia exacerbado os limites do realismo. Minha alma voltou lentamente para o corpo e aos poucos meus olhos se abriram, ainda sem foco algum. Uma tontura bateu e minha cabeça pendeu para os lados, parecia mais pesada, então tentei prestar atenção nos detalhes, haviam inúmeros papéis nas paredes, o local era mal iluminado contando com o auxílio de apenas uma vela, foi aí que me dei conta dos detalhes que se passava em mim, meu peito doía, também não conseguia respirar direito e eu estava... preso? Minhas mãos estavam acorrentadas atrás do encosto de uma cadeira, meus pés também se encontravam nessa situação e me vi preso como um animal feroz.

Eu não estava entendendo nada e essa dor me impedia de pensar com clareza. O que está acontecendo?

- Bom dia, dorminhoco. Dormiu bem?

Eu não havia notado a presença de ninguém até o momento, aquela voz feminina tão intimidadora me soava familiar. Levantei a cabeça para olhar para frente mas tive meu movimento limitado, foi aí que percebi a corrente que prendia meu pescoço e nesse instante tive a certeza que estava longe de território amigo.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora