31. Encarando o passado

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— Como se sente agora, Key? — Noeri me perguntou enquanto caminhávamos pela escola. Ele estava me mostrando as mudanças que teve e sinceramente, quanta coisa mudou em tão pouco tempo.

— Agora me sinto melhor. Realmente meu mal era sono. — Rimos.

— Fico feliz por podermos conversar agora. Key, por onde esteve esse tempo todo?

— Muitos lugares. Na verdade, muitos lugares da Grécia e Noruega. Eu cheguei a visitar outros cantos, mas são irrelevantes.

— Aproveitou?

O olhei realmente sem entender o sentido dessa pergunta.

— Podemos dizer que cumpriu com o esperado. Aproveitar mesmo só se a situação pela qual fui lá fosse diferente.

— Claro, desculpe, foi uma pergunta estúpida.

— Tudo bem.

Chegamos ao jardim da escola e fiquei impressionada com o tamanho dele. Abriram um espaço maior para plantar outros tipos de flores e até uma árvore. Espero conseguir ver ela grande um dia.

— Por que resolveu voltar? — Noeri perguntou enquanto me observava ver o jardim.

— Percebi que já estava na hora, eu estava com saudades e já tinha passado tempo demais sem dar notícias. Austin fez um ótimo trabalho em me convencer a voltar para Kyoto. — Noeri me olhou com uma sobrancelha arqueada — O que foi?

— Você terminou Gojou?

— Que?! Não, não!! Austin é um amigo que fiz em Oslo, não temos nada além disso.

— Menos mal. Por sinal, Gojou já sabe que voltou?

Meu olhar subiu de encontro ao céu.

— Não. Acredito que não.

— Quando vai falar com ele? Afinal, ele ficou arrasado quando achou sua carta no dia que você foi embora.

— Sério? Ele te mostrou a carta?

— O que acha? A mulher que ele ama foi embora sem dizer nada a ele, deixando apenas um recado e ficou sem dar notícias durante dois anos. Key, tenha bom senso. — Ele suspirou enquanto recriminava minha atitude — Lembro que quando ele encontrou o envelope passou um tempo em seu quarto tentando assimilar tudo, depois foi falar comigo sobre isso. Ele esperava que você tivesse pedido para que ele a acompanhasse ou ao menos desse a notícia pessoalmente.

— Tem razão. Eu não estava com a cabeça no lugar quando fiz isso, precisava urgentemente fugir daquela situação e me recuperar... ou ao menos dar um tempo. — Suspirei frustrada e voltamos a caminhar — Acha que ele vai me perdoar por isso?

— Provavelmente sim, ele ama você e nunca deixou de te amar.

— Isso significa que ele...? — A coragem me faltou para completar minha frase.

— Que ele...?

— Que ele não seguiu em frente?

Noeri soltou uma risada alta e eu fiquei sem entender o motivo.

— Isso só pode ser uma piada! Key, aquele cara AMA você, nem sequer passou pela cabeça dele. Gojou veio aqui a cada duas semanas a fim de saber se eu tinha notícias suas e muitas vezes passava horas no seu quarto como se isso fosse fazer você voltar assim do nada.

— Ah, bem... menos mal assim. — Sorri sem jeito.

— E você, ainda ama ele?

É uma ótima pergunta. A verdade é que sim, eu amo Satoru e nunca deixei de amar. Se não fosse assim, eu não teria rejeitado os cortejos do galã grego e muito menos teria dado um fora em Austin.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora