29. Fuga dos pecados

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Santorini, Grécia.

1 ano depois.

— Deseja mais alguma coisa, senhorita? — O garçom me perguntou educadamente após trazer meu prato.

— Não precisa, obrigada.

Mal cheguei a tocar na comida e o mesmo garçom já tinha voltado com uma garrafa de vinho em mãos. O olhei com uma sobrancelha arqueada questionando a ação com o olhar.

— Perdoe-me, senhorita, aquele rapaz da mesa próxima a janela mandou que eu trouxesse o melhor vinho da casa para a senhorita. — Olhei na direção que o garçom mostrou e avistei o homem alto, de grande porte, cabelos louros e fino, olhos claros e barba bem aparada — Permita-me servi-la.

Não respondi nada, apenas deixei que fizesse seu trabalho. Vou levar essa garrafa para casa e beber ela todinha sozinha. Motivos para me embriagar é o que não falta.

— Com licença. — Disse o garçom se retirando.

Olhei mais uma vez para o homem e ele lançava olhares sedutores tentando flertar comigo. Não consegui conter a expressão de nojo, esse grego é mais teimoso que uma mula. Ignorei todas as suas tentativas paqueradoras e me concentrei na comida enquanto algumas memórias vinham e iam com uma velocidade absurda quase me deixando doida.

"— Mas Keyth, eu sei que Gojou não fez por mal, ele nem sabia que você os conhecia! Ele só fez isso para proteger Itadori-kun, por que não falamos com ele e nos resolvemos para não termos que matar o pobre Itadori?"

"— Eu me recuso a matar Itadori-kun, mas não sairei do seu lado, nee-san. Eu te peço, não faça isso, Erza odiaria ver você com planos de vingança."

" — Ainda há tempo para desistir..."

"— Eu só queria que você desistisse disso e fôssemos felizes juntos."

"— Você sabe, péssima. Quando lembro que ele me amava e que estraguei tudo... me sinto pior ainda."

"— Adiar? Que se foda o adiamento, o Itadori não vai morrer! Sai daqui."

"— Como não haveriam de confiar na minha própria filha?"

"— Ah claro, claro que sei. Foi exatamente por isso que preferi falar com Yuki ao invés de atrapalhar você!"

"— Não! Itadori não pode morrer! Se você tivesse falado com Gojou-san quando ele queria ajudar, nada disso estaria acontecendo!"

"— Parece que você é mesmo filha do Noeri. Fecha a porta quando sair."

" — Hmpf, imagino e a verdade é que eu não ligo. Sabe, foi muito difícil para mim permanecer naquela situação: minha irmã distante e o garoto que amo sofrendo numa prisão. Aquilo foi muito doloroso e eu não tive outra escolha."

" — O meu lugar é onde Itadori estiver e se em Kyoto ele não é bem vindo, eu também não sou!"

" — Eu amo você de todo o meu coração, Keyth-nee-san, mas agora chegou a hora de seguir minha vida. Me perdoe por isso, seja feliz e... adeus."

" — Eu não vou a lugar nenhum com você."

"— Se duvidar, aposto que nem sabia que eu tinha maldições."

"— Se alguém for morrer aqui, acredite, não será ele!"

"— Por que não luta como gente? Ou vai me dizer que está com medo?"

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora