11. Keyth Fushiguro Zen'in

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Assim que a reunião acabou, esperei Noeri no lado de fora da sala, ele estava terminando de conversar com os outros antes de sair. Um dos xamãs que estava presente saiu da sala arrastando Itadori desacordado pelo chão, o garoto saiu com algumas marcas no braço e rosto depois dos testes, nada que não suma a longo prazo, junto dele um fino rastro de sangue se fazia presente no chão.

— Droga de moleque imprestável, nem pra sangrar direito! — O xamã reclamou — Agora vou ter que limpar isso depois, mas que porr-

— O que vão fazer com ele? — Perguntei me aproximando. O xamã me olhou com uma cara de nojo da cabeça aos pés, ergui uma sobrancelha sentindo-me indignada com sua atitude.

— Ele voltará para sua cela de onde nunca deveria ter saído. Com licença! — Respondeu rude levando o garoto.

Assim que ele cruzou o corredor, Noeri saiu de dentro da sala com uma cara nervosa. Fui até ele com certa urgência e fiquei frente a frente sem saber direito por onde começar, ele parecia tão ansioso quanto eu.

— Noeri, eu-

— Aí está você Zen'in, não pense que vai escapar de nossa conversa! — Gakuganji saiu já provocando — Há muito a ser esclarecido aqui. — Ele me olhou com desconfiança.

— Conversamos em breve, Key. — Noeri sorriu fraco e eu apenas anui.

[...]

A noite logo chegou e nada dele vir falar comigo, sem sono e muito, mas muito inquieta, levantei e passei de frente o seu escritório algumas vezes, mas Gakuganji parecia querer tomar todo o tempo possível dele. Algumas vezes eles se alteraram, porém não demorava para baixarem o tom de voz, numa dessas Watanabe precisou intervir para que não se matassem lá dentro, claro, observei de longe para que não me vissem, mas creio que ela sabia que eu estava ali.

Cansada de esperar, levantei do chão e fui até o quarto de Killa para contar tudo o que aconteceu e o resultado da reunião, afinal, ela tinha que ir se preparando para a execução de Itadori que seria daqui a três dias sem atraso. Espero que ela reaja bem a isso.

Bati levemente na porta e esperei que ela dissesse algo, demorou um pouco para escutar sua resposta e decidi entrar antes que ela dissesse algo.

— Então você não se opõe a isso? — Ela estava em seu banheiro conversando com alguém no viva-voz.

Não, sem problemas guria. Estarei no aguardo de novidades, se cuida hein! — Parecia ser a voz de Tsukumo.

Estranhei pois ela não era de ligar. Quando Killa saiu do banheiro se assustou ao me ver parada de braços cruzados, ela suspirou um pouco tensa e foi guardar algo em seu armário.

— Conversava com Yuki? — Perguntei e ela tossiu antes de responder.

— Sim, faz muito tempo que está aí? — Perguntou de uma maneira suspeita.

— Não, acabei de chegar. O que ela queria? — Killa ficou imóvel por um tempo e espirrou.

— Bom, você anda ocupada nesses últimos tempos e eu precisava conversar com alguém, o jeito foi ligar para ela. — Encolhi os ombros me sentindo mal por ter ficado ausente.

— Ouvi você perguntando algo sobre ter ou não problema, está pretendendo viajar com ela?

— Óbvio que não, não irei deixar Itadori nas mãos desses capetas! Eu apenas queria saber se ela iria se opor caso eu ligasse novamente. — Respondeu pegando um cobertor e indo se deitar.

Ela tossiu e espirrou mais algumas vezes e acabei me dando por vencida, era certo que ela não iria querer papo justamente comigo.

— Desculpe, Killa. Eu deveria ter ficado mais perto ao invés de me distanciar tanto, porém, tudo tem uma explicação e você sabe disso! — Tentei me justificar.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora