33. Nosso amor é possível

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Depois de alguns dias as coisas continuaram estranhas. A conversa que tive com Keyth não foi totalmente esclarecedora, conversamos algumas vezes mais, no entanto, nenhuma dessas conversas foi sobre nós. Isso estava me deixando atordoado e obviamente era nítido. A verdade é que eu não tive coragem para questioná-la se ainda sentia algo por mim e se o nosso namoro ainda estava de pé, fiquei com medo de forçá-la e acabar causando outro sumiço dela. Se ela for embora novamente, eu não irei superar.

— Por que está tão pra baixo? — Meu sogro perguntou assim que me viu.

— Eu? Pra baixo? Que isso, sogro, até parece- — Seu olhar inquisitivo me impediu de mentir — Nada não.

— Tem a ver com Keyth? — Arregalei os olhos surpreso — É, pela sua reação, tem sim.

Suspirei frustrado, não acredito que não consigo resolver minha vida amorosa mesmo com o amor da minha vida estando aqui.

— É que desde que ela voltou eu não sei se nós também voltamos, ou melhor, se continuamos.

— Por que não conversa com ela?

— É que não é tão fácil assim. Tenho medo de pressioná-la e ela acabar indo embora de novo.

Noeri riu e eu o encarei perplexo, agora virei motivo de piada?

— E qual a dificuldade nisso? Você vai falar o mesmo que falou para mim agora e da mesma forma. E ela não vai embora novamente, isso eu posso garantir.

— Como pode ter tanta certeza?

— Ela mesma me disse.

Abri a boca sem argumentos suficientes para dizer.

— Poxa, ela nem pra me contar. — Encostei a cabeça na guarnição da janela, que melancolia braba essa.

— Gojou, você só vai saber se perguntar. Converse com Keyth, desabafe, coloque suas inseguranças pra fora que ela vai saber entender, afinal, é a mulher que você ama, não é?

— Ainda assim, ultimamente temos ficado tão distantes. Não sei se seria uma boa.

— Isso é porque ela passou dois anos longe, vocês não estão mais acostumados àquele convívio que tinham antes de tudo acontecer. Mas se você der o primeiro passo, quem sabe ela não dê o outro. — Sorriu.

— Caramba, não sabia que você era tão bom em dar conselhos. Valeu, sogrão.

— Disponha, da próxima eu cobro. Fica esperto, Gojou, só faço isso porque quero a felicidade da minha filha.

— O que tem eu? — Keyth adentrou o local surpreendendo a todos nós.

— Que bom que chegou, Key, Gojou quer conversar com você.

— Comigo?

— É, escute-o porque ele está com umas ideias erradas.

Ele deu um beijo na testa dela e caminhou até a porta enquanto me lançava um olhar e gesticulava para que eu conversasse com ela. Eu por outro lado estava nervoso e doido pra bater em Noeri por ele ter me metido nessa.

— E aí. — Keyth aproximou e sentou-se ao meu lado na janela — O que tá acontecendo?

— Do que está falando?

— Eu conheço você, Satoru, sei que algo tá te afligindo e suponho que eu esteja relacionada a isso. Afinal, se até meu pai estava falando com você é porque eu estou envolvida nisso. Do contrário ele não teria dito aquilo.

Não contive a surpresa, apenas suspirei e pensei em uma forma de falar.

— Andou malhando? — Ela perguntou me tirando dos meus devaneios.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Onde histórias criam vida. Descubra agora