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-Vocês perderam ele!? - Jeno gritou enraivecido enquanto se levantava da sua cadeira rapidamente e batendo as palmas das mãos em sua mesa.

-Sentimos muito. Somente deixamos ele sozinho por alguns minutos e... Pelo o que parece a máquina quebrou e deixou ele cair.

-Deixou ele cair... Deixou ele cair. - Jeno repetiu as palavras simploriamente. - Todos vocês estão demitidos! Cada um de vocês vai pagar pelos danos feitos e não me importa se vai demorar a vida toda! Agora sumam da minha vista!

Os trabalhadores saíram do seu escritório imediatamente e Jeno jogou alguns papéis no chão para se desestressar, soltando um grito alto. Alguém entrou no seu escritório.

-Estive rastreando ele e... Não pude encontrar nada.- Jisung comentou, aproximando-se dele temerosamente. - Pelo o que parece o golpe que teve fez com que algumas partes de seu sistema parassem de funcionar.

Jeno levou suas mãos até a sua cabeça claramente frustrado. Ele estava metido numa grande bagunça.

-Eu pude ver as câmeras de segurança das ruas e achamos ele.- Jisung se aproximou de Jeno e lhe entregou o tablet para que ele pudesse ver o vídeo que as câmeras haviam captado dessa noite.

Ele relutantemente olhou. Podia ver JAE01 saindo do local para observar, confuso, tudo ao seu redor e seguir andando até chegar a uma caixa de papelão. Jeno desligou o tablet para deixá-lo de lado.

-Não deve estar longe.

-Ele não causou nenhum escândalo, as notícias não falam sobre ele.

-Isso é bom. Fique encarregado para que ninguém fique sabendo sobre isso, só vamos comunicar a aqueles que irão nos ajudar com as investigações.

-Claro. Você vai ver que tudo sairá bem.- Jisung disse tratando de animá-lo. Mas não funcionou, já que Jeno quase o matava só com o olhar.

-Não quero gritar com você, então só faça o seu trabalho.

Jisung assentiu e saiu do escritório. Jeno soltou um longo suspiro e começou a sentir o estresse atacando-lhe lentamente até que sua cabeça começou a doer.

Ele tinha que encontrá-lo. Realmente tinha.

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Renjun não dormiu a noite toda. Ele somente ficou no sofá olhando para a porta da sua casa, sentindo o medo em seu corpo a cada pequeno ruído que escutava lá fora, dando pequenos saltos de susto.

No final, ele não chamou a polícia e somente ficou focado em vigiar a porta. Ele estava tão paranoico que tinha uma faca na sua mão direita enquanto tratava de se manter acordado.

Renjun estava a ponto de fechar os olhos novamente para descansar quando escutou um novo som estranho vindo do lado de fora, fazendo com que ele abrisse os olhos de imediato, endireitando-se no seu lugar.

Ele se levantou para espiar pela janela, apenas deixando seus cabelos e seus olhos aparecerem. Deu um pequeno salto de susto ao ver o louco recostado no banco enquanto Mimi estava dormindo em suas pernas.

-Ele não entende mesmo.- Sussurrou Renjun segurando a faca para sair da casa. Antes ele tinha medo, agora ele estava irritado.

Valentemente, Renjun abriu a porta e se aproximou do estranho. Ele abriu os olhos imediatamente ao sentir Renjun ali.

-Eu te disse para ir embora.

-Não tenho para onde ir.

-E você acha que eu me importo? - Parecia que a raiva de Renjun vacilava todas as vezes que seus olhares se encontravam.

-Este é um lugar público.

-Não, não é. - Renjun respondeu. - Por acaso você dormiu a noite toda aqui fora?

O garoto assentiu lentamente e tapou os ouvidos da gatinha para ela não acordar. Renjun observou o felino.

-Solta a Mimi também.

-Mimi? - O garoto perguntou confuso.

-A gata.

-É sua?

-Não, mas...

-Acho que ela gosta de mim.

"Por que estou falando com ele? Só chama a polícia e pronto." Renjun pensou.

-Não tenho para onde ir. - Repetiu. - Eu acordei em um lugar estranho e segui a direção predestinada que eu tinha.

-Direção? Alguém te deu a direção da minha casa?

-Não, eu tinha guardado nos meus dados.

-Dados? - Renjun perguntou escondendo a faca atrás de sua calça, já que pelo o que parecia, nem isso o intimidava. - Do celular?

-Da minha programação. - Esclareceu enquanto apontava para sua cabeça.- Somente segui o caminho que ela me indicou.

Renjun se aproximou lentamente dele e deu um tapa em seu ombro como se estivesse matando um mosquito. Entretanto, no momento em que ele fez isso, ele imediatamente se arrependeu. Doeu tanto que ele até ofegou de dor. Renjun se sentiu como se tivesse golpeado uma rocha ou uma parede.

-Você está bem? - Perguntou preocupado.

-Que merda você é? Por que... Por q-que? Uau, devo estar ficando louco.- Renjun disse surpreendendo a si mesmo, levando as mãos até sua cabeça, começando a negar.

-Sou um robô com inteligência artificial. Meu nome de protótipo é JAE01.- Ele se apresentou.

-Você é o que...? - Renjun sussurrou. -Que sorte a minha.

-Jura? Ontem você estava...

-Era sarcasmo. - Disse o mais velho. -Sério que esse é seu nome?

JAE01 assentiu.

-Não minta, ninguém chama assim. Me diga seu nome.

-Acesso negado.

-Huh? - Renjun perguntou confuso. - Só me diga seu nome, pare com esse joguinho.

-Não posso fazer isso, a empresa te negou em meu sistema.

-Só me fala! Não tá vendo que eu estou ficando louco?

JAE01 checou Mimi e ela continuava dormindo. Nem com os gritos ela acordou.

-Jaemin. - Respondeu sem mais.

-Jaemin... Jaemin... Bom, agora já tenho o nome do meu assassino.

-Não fala isso. Não sou seu assassino.

-Então... Você não era um cara mau tentando me seguir? Só é um robô com inteligência artificial que por alguma razão acabou na minha casa?

Jae assentiu. Havia sentido para ele, mas não para Renjun.

O celular do menino começou a tocar e ele percebeu que era Chenle. Renjun desviou o olhar para a hora no seu telefone e abriu tanto boca de surpresa que seu rosto até doeu.

-Meu Deus! Minhas aulas estão começando e eu sequer tomei banho.

Renjun voltou a entrar na casa para começar a se trocar da maneira mais rápida que podia, enquanto metia suas coisas na mochila rapidamente. Jaemin continuava do lado de fora observando Mimi dormir.

Minutos depois Renjun saiu da casa enquanto trancava a porta do local.

-Quer que eu te acompanhe? - Jaemin perguntou se levantando com Mimi em seus braços.

-O que? Não! - Renjun gritou ofendido e na defensiva. - Só... Vai embora, ok? Olha, só vá para outro lugar e não me incomode mais.

Sem mais delongas, Renjun desceu as escadas com cuidado e saiu correndo pelas ruas em busca de um táxi.

-Ele é rude.- Jaemin sussurrou olhando Mimi abrindo seus olhinhos e espreguiçando. Ela miou como se tivesse concordado. 

Second Life (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora