Second Life (Tradução)

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-Seja rápido, não temos muito tempo.- Jeno avisou enquanto entrava no carro.

Renjun fez um biquinho enquanto segurava a mão de Jaemin e brincou com ela antes de levantar o olhar.

-Sei que no começo eu fui grosso com você e até achei que você era um pervertido. Eu peço desculpas por isso... Eu sou grato por você ter entrado na minha vida.

Jaemin acariciou seus cabelos com ternura enquanto um sorriso aparecia em seus lábios.

-Não acate as ordens de ninguém, se você sentir que algo ruim vai acontecer, volte pra mim imediatamente. Entendeu? - Ordenou o mais velho.- Escolha o que for melhor pra você se for preciso e tome as suas próprias decisões.

-Eu não tenho permissão para...

-Faça sua própria identidade. Comigo você agiu como se fosse você mesmo... Em nenhum momento você agiu como se fosse um robô. Não quero que eles se aproveitem de você, não conheço eles e tenho medo só de pensar em te ver machucado.

-Renjun.

-Sim...?

-Sei que você tá preocupado comigo, mas não gosto de ver você chorando.

Renjun sussurrou um "huh?" e levou seus dedos até seus olhos para dar-se conta que ele tinha razão.

-Eu estaria tão agradecido se eu fosse um humano. Lamento por dizer isso sem sentimentos.

-Eu sei que lá no fundo você sente, não se preocupe, eu sei.- Renjun entrelaçou seus dedos enquanto acalmava suas lágrimas lamentáveis.- Eu prometo que logo vamos nos encontrar.

-Quando é logo?

"Não sei. Eu não sei", Renjun pensou já que tinha medo de admitir em voz alta.

Quando ele ia responder, o som de uma buzina os interrompeu. Jeno se apoiou na janela e fez um sinal para que eles se apressassem. Renjun lhe devolveu o sinal indicando que ele calasse a boca.

-Você ainda tem o celular que o Jeno te deu? - Renjun perguntou apressando suas palavras.

-Sim, ainda tenho ele.

-Me liga ou me manda mensagem.

-Pode deixar.

Jaemin segurou Renjun entre seus braços e deixou um amargo beijo em sua testa.

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Eles ficaram quietos por todo o caminho. Só a música no rádio se fazia presente. Jeno mantinha seu olhar fixo na estrada enquanto, de vez em quando, movia seus dedos no ritmo da música sobre o volante.

-Vou poder voltar para o Renjun?

-Não sei.- Jeno respondeu sem dar atenção.

-Como o Haechan é?

-Logo vai saber. Você vai ter que obedecer tudo o que ele ordenar. Não pense muito, já que tu não tens muito tempo com ele. Quando tudo acabar, você vai voltar pro laboratório e seguiremos com o nosso projeto...

-Mas o Renjun...

-Não mencione esse nome.- Protestou revirando os olhos.- A partir de hoje eu quero que você pare de falar sobre ele.

-Você disse que...

-Esquece. Não sei porque fico te dando essas explicações. Você sempre faz o que quer.

-Seria melhor se você deixasse seus sentimentos de lado. Você só está se machucando.

-Não fale mais nada. Já chegamos.

Jeno estacionou seu carro algumas quadras próximas de uma enorme casa. O mais velho tirou o cinto de segurança, pronto para sair do veículo, mas uma mão o segurou pelo cotovelo.

-Espera.- Jaemin o deteve. Jeno sentiu um calafrio ao escutar sua voz grave.- Eu tenho que fazer tudo o que ele mandar, mesmo se isso me fizer mal? Algo pode ser ruim para mim e bom para ele. Todo ser humano tem uma perspectiva diferente.

-Seja bom ou ruim, é essencial. O ser humano só complica as coisas para seu próprio benefício e para satisfazer a si mesmo.

-Então eu tenho que aceitar? - Perguntou Jaemin com medo, ou pelo menos ele queria se expressar dessa maneira.

-Se você notar que é ruim, então pare. Se você se sentir em perigo ao lado dele... Só faça com que ele pare, se afaste de Haechan se for necessário. Confio em você e não nele.

Jaemin não soube como responder, invés disse ele só assentiu lentamente. Jaemin observou as árvores com formatos de animais ao seu redor à medida que caminhavam até a entrada do local. Era um bom lugar.

Mas algo não estava certo, tudo parecia muito estranho e incomum.

Jeno se aproximou da segurança e se encarregou de algumas coisas para que pudessem entrar em seguida.

Um Mark se fez presente ao descer as escadas até ficar de frente para eles e dar-lhes as boas-vindas, dando uma rápida olhada para Jaemin.

-Haechan logo estará aqui.- Disse Mark e seu olhar se desviou para Jeno.- Quero falar contigo.

Mark indicou com um gesto para que o outro o seguisse e Jeno acatou. Os mais velhos desapareceram da entrada para irem até o jardim para ter total privacidade.

Uns passos acelerados foram escutados de repente. O olhar de Jaemin se dirigiu até as escadas, já que o som vinha dali.

Um garoto de cabelos castanhos, um porte extremamente magro e um olhar devastador apareceu. Parecia que ele estava vendo um fantasma conforme descia os degraus. O garoto era muito fofo e bonito, tendo uma aura extremamente triste.

Jaemin imediatamente pensou que ele era o Haechan. Quando a distância foi cortada, ele fez um pequeno escaneamento no garoto à sua frente, tendo as informações em um quadro ao lado do seu rosto.

-Você é igual ao...- Sussurrou impressionado.

Jaemin limpou sua garganta e deu alguns passos para trás ao notar que ele estava se aproximando mais do que era devido.

-Olá. Sou o protótipo JAE01. Qual o seu nome? - Perguntou com educação.

-Lee Haechan. Eu sou o Haechan-an.- Gaguejou nervoso.

Haechan não podia crer no que estava na sua frente, parecia tão irreal. Ele começou a ficar emocionado e com vontade de chorar, mas se conteve, não era o momento adequado.

Haechan levantou sua mão trêmula, desejava tocar na bochecha de Jaemin para certificar-se que não era outro de seus sonhos malvados, mas imediatamente se afastou ao se sentir ridículo. Ele estava tão assustado ao ponto de achar que tudo isso era um sonho?

-Jaemin, quer que eu te mostre a casa? - Perguntou Haechan.

-Parece uma mansão.- Opinou o robô ganhando um sorriso de Haechan. Um sorriso que não saia fazia anos.

Jaemin imaginou a casa como uma espécie de castelo encantado, como nos contos que Jeno havia lido para si. Onde Haechan era um doce príncipe cercado pela solidão e melancolia.

Um pequeno puxão trouxe Jaemin de volta para a realidade. Haechan havia segurado sua mão para começar a guiá-lo pelo lugar.

Neste momento, Jaemin começou a ter visões sobre as vezes que Renjun havia segurado suas mãos. Ele tentou tirar essas imagens da sua mente como se tratasse de uma mosca que estava o perturbando.

Ao notar que as imagens não iriam embora de imediato, ele soltou a mão de Haechan como se fosse algo perigoso.

-Desculpa se eu te incomodei, eu só... Fazia isso com meu amigo antes, acho que é um costume meu.

Desta vez, Haechan arrumaria tudo antes de ir embora.