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Ele desceu a pequena colina até adentrar entre as enormes árvores. Empurrou os galhos que se encontravam em seu caminho, xingando quando seu dedo foi cortado por um. Odiava os lugares que Taeyong escolhia, algumas vezes eram tão tenebrosos que causavam desconfiança nele.

Chegou a um pequeno rio e pode avistar Taeyong o olhando fixamente com um olhar maligno que era da sua característica. Se fosse em outra situação, pensaria que aquele seria o lugar da sua morte.

-Você não poderia escolher outro lugar mais agradável? - Mark perguntou irritado.- O que você queria me dizer? Encontrou algo interessante?

-Por que você não mandou o dinheiro? Eu tava precisando. Eu me meti em problemas por sua causa.

-Por que eu mandaria? Você não tá fazendo um bom trabalho.

-Eu fiz até demais.

-Não. O que você fez? - Mark perguntou agindo de maneira inocente.- Você não me deu evidências do Jeno, as que têm não são suficientes. Você sabia que até teria que investigar por conta própria se fosse necessário. Além disso, o garoto que iria sumir continua vivo. Um bom trabalho? Você só é um idiota.

-Eu o matei.

-Não, ele continua vivo.

-Tanto faz, só me dá o dinheiro, agora.

Mark soltou uma risada sarcástica em resposta. Taeyong não reagiu.

-Some daqui.

-Só me dê o maldito dinheiro! - Taeyong gritou.

-Eu sabia que não devia vir. Só foi perda de tempo. Não preciso mais de você.

Mark deu a volta e se foi pelo mesmo caminho que usou para chegar. Taeyong apertou os punhos até que os nós dos seus dedos se tornassem brancos por conta da força exercida.

Ele fez tanta bagunça que até se sentia mal e culpado. Se sentia com nojo por ter ajudado ele.

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Jeno tinha muitos sentimentos embolados. Não se arrependia de ter criado Jaemin, mas de alguma forma ele se arrependia. Lá no fundo ele sabia que era errado criá-lo para começo de conversa. O mais normal, que qualquer pessoa poderia fazer, era só deixar ele ir e superar a dor, mas agora ele também havia metido o Renjun nisto.

Se ele só tivesse focado em cumprir seu verdadeiro sonho, então nada disto teria acontecido. Ele estaria vivendo feliz, pelo menos era isso que ele queria acreditar.

Ele era um homem terrível. Ele tinha medo até de se olhar no espelho.

-Você vai ficar bem? - Jisung perguntou estacionando o carro ao lado da cafeteria onde ele se encontraria com Jaemin.

-Sim. Pode tirar uma folga pela manhã. Faça algo que você goste.- Jeno disse carinhosamente ao abrir a porta e sair do carro.

Quando entrou na cafeteria, Jeno notou que Jaemin estava olhando o milk-shake à sua frente junto com um pedaço de bolo, como se tivesse com defeito. Jeno soltou uma pequena risada de ternura. Pelo menos ele tentaria ver o lado bom disto.

-Por que você pediu algo para beber? Você não tem papilas gustativas.- Jeno falou sentando-se de frente para ele.

-Eu queria tomar de qualquer forma.

-Você odeia milk-shake. Bom... O Jaemin humano odiava.

-Você viu o que eu te dei? - Perguntou mudando de tema, já que era o que ele queria saber.

-Ainda não.

-Jeno, por favor. Olha logo, é muito importante.- Ele implorou juntando suas mãos.- Isso poderia te ajudar muito, sua empresa pod...

-Não vim falar sobre isso.

-Eu sei, mas eu preciso que você...

-Jaemin.- Jeno interrompeu.

-Aconteceu alguma coisa, não foi? - Perguntou e o mais velho negou.

-Você quer saber como eu realmente me sinto? - Perguntou sentindo um nó em sua garganta.- Eu te criei porque não queria enfrentar a sua morte. Soa egoísta, mas se alguma forma eu queria voltar a sentir essa felicidade que ele me dava. Achei que fazer diferentes robôs com a sua personalidade encantadora serviriam para cativar o público como você fez comigo. Assim eles teriam uma fama enorme e também você estaria ao meu lado. Mas... Só me deixei levar pelas minhas emoções e tudo acabou sendo um desastre.

-Eu estou certo que o Jaemin humano foi muito importante para ti, então não se sinta assim em relação a mim.

-Eu sinto muito.- Jeno sussurrou.

Jeno tentou buscar seus olhos, mas não pôde sustentar o olhar. Era difícil. Ficava mais difícil falar a cada respiração por conta da vontade de chorar que ele estava reprimindo.

-Você não deveria se sentir culpado enquanto eu estou sendo grato à você.- Disse Jaemin.

-Huh? Por que você se sentiria grato?

-Porque graças a você eu pude conhecer o Renjun.

Sua resposta o atacou de surpresa. Jaemin deu um leve sorriso ao pensar nele, como um adolescente apaixonado.

-Tudo acontece por algum motivo, o destino não é bobo.- Jaemin disse. Os olhos de Jeno marejaram.- Muito obrigado por tudo Jeno. Por me criar e por cuidar de mim. Vou lembrar disso para sempre, de verdade. Eu te juro.

Jaemin se levantou, estendendo o milk-shake e o pedaço de bolo. Jeno ansiava por se aproximar dele e abraçá-lo até que ele fosse seu, mas ele se conteve.

Este Jaemin não era seu e nunca seria.

-Na verdade, eu comprei pra você. Coma algo delicioso para curar seu coração.

O mais doeu no mais velho foi ver o sorriso inocente do robô sem saber o que aconteceria com ele.

Era o mesmo sorriso que o Jaemin humano tinha antes que a tormenta aparecesse.

E quando Jaemin se foi, Jeno não pode continuar segurando suas lágrimas.

Second Life (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora