Second Life (Tradução)

15

Chenle agarrou o milk-shake de morango, tomando-o lentamente enquanto olhava para Jaemin fixamente. Era quase como se estivessem jogando um jogo de encarar. De alguma forma, eles se sentiam incomodados com o silêncio, mesmo que as pessoas ao redor fizessem barulho.

-Amigo? - Chenle perguntou sem acreditar no que Renjun dizia.- Ele realmente é seu amigo?

-Por que isso te assusta? - Indagou Renjun na defensiva.- Você acha que eu não sou capaz de ter amigos?

-Exato, você só fica focado no seu trabalho. E você mesmo disse que era péssimo em socializar.

-Não é assim também, não minta.

-Não estou mentindo.- Atacou o mais novo.- Qual o seu nome?

-Sou o protótipo JAE...- Antes que Jaemin pudesse terminar sua fala, debaixo da mesa, Renjun o chutou na perna para que ficasse quieto, mas no mesmo instante ele se arrependeu, pois a dor que ele havia sentido fez com que sua pele se eriçasse e seu pé latejou. Doeu mais em Renjun do que em Jaemin.

Renjun soltou um pequeno gemido de dor, levando a mão até o seu pé. Novamente ele havia esquecido que Jaemin era um robô.

-O que foi?- Chenle perguntou confuso.- Chutou a mesa? Ah, seu tonto.

O mais velho lhe deu um olhar furioso a Jaemin e sussurrou baixinho "só responda Jaemin".

-Meu nome é Jaemin.

-Você tem quantos anos?

-Ele tem vinte e quatro.- Renjun mentiu, já que sabia que Jaemin responderia algo desnecessário.

-Em qual faculdade você estuda?

-Por que cê tá fazendo tantas perguntas? Deixa ele, é só um amigo.

-Amigo? - Jaemin indagou confuso, olhando para ele. Jaemin tratou de buscar o significado, mas como era de se esperar, seu sistema não permitiu, mostrando-lhe uma pequena mensagem em vermelho que dizia "informação negada".

-Sim... Amigo.- Confirmou Renjun.

De repente, o celular de Renjun começou a tocar e ele verificou para ver quem era. Era sua mãe. Ele queria rejeitar a ligação, já que não confiava em deixar Jaemin sozinho com Chenle, mas lá no fundo ele queria conversar com sua mãe.

-Já volto rapidinho.- Informou Renjun se levantando do seu lugar, dando um olhar de advertência para Jaemin antes de se afastar e ir para um local mais reservado.

Quando Renjun saiu de vista, Chenle colocou as palmas das mãos em cima da mesa e se inclinou para frente enquanto cerrava os olhos, tentando intimidar o outro.

-Então... Onde se conheceram?

-Do lado de fora da casa dele.

-Do lado de fora? Oi? - Chenle levantou uma das sobrancelhas.- Ele é seu vizinho?

-Não, eu vivo com ele.

-Você curte fazer piadinhas? Já saquei. Então, vocês são vizinhos. Como vocês se aproximaram?

-Cheguei na minha casa e ele ficou paranoico e me bateu com uma raquete de tênis.

-Bom... Infelizmente ele é assim, louco. Quando eu o conheci, ele achava que eu era japonês. Onde que eu tenho cara de japonês? - Contou desacreditado.- Mas vejo que vocês se dão bem. Vocês tem um caso? - Jaemin tombou a cabeça para o lado confuso.- Você tá apaixonado pelo Renjun por um acaso?

-Não, não posso me apaixonar.

-Por que não? Você acha que Renjunie não é bom o suficiente para ti? - Chenle questionou enquanto se endireitava na cadeira e cruzava os braços.- Você é hétero?