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Chenle caminhou pelo campus até chegar à cafeteria que ficava ao ar livre. Ele buscou seu amigo e decidiu se aproximar dele ao notá-lo em uma mesa afastada.

-Tava te procurando.- Chenle disse sentando-se na frente dele. Renjun estava lendo um livro.- Você tá fazendo o projeto que nos passaram? Eu deveria estar começando, sempre deixo para a última hora. Além disso, temos que expor com...

-Chenle, tô ocupado.- Interrompeu o mais velho sem muito ânimo.

-Ah, eu entendo. Como eu disse é difícil e tem que estar totalmente concentra...

Uma coisa que Renjun sabia muito bem era que Chenle nunca parava de falar. Em parte era irritante, mas em outras ocasiões era uma vantagem, já que ele só escutava e concordava sem prestar atenção.

Contudo, desta vez, ele não tinha vontade e nem ânimo de escutá-lo.

Renjun fechou o livro para levantar o olhar até seu amigo.

-Cê teve algum avanço com o Jaemin? - Chenle perguntou.

O mais velho, sem querer, mordeu a língua ao escutar esse nome. Já haviam passado alguns dias e tinha sido difícil se comunicar com ele, Renjun não havia tido nenhuma notícia. Ele respirou fundo, estirando as palmas das mãos sobre a mesa.

-Eu investiguei sobre Jeno um pouco mais a fundo e descobri que sua fortuna é magnífica. Cê não pode me apresentar ele? Se meu pai soubesse dele, então ele ficaria orgulhoso de mim. Poderei ganhar do meu irmão pelo menos uma vez.

-Não. Deixa ele em paz.

-Por que cê tá tão agressivo? Te falo algo tão pequeno e você já tá levantando a voz. Você tá estranho ultimamente.

-Não fale mais sobre eles, de verdade, eu não quero mais ouvir sobre eles.

-O que eles fizeram? Espera... Espera... Acho que já saquei tudo. O gatíssimo Jeno na verdade saia com o Jaemin e eles viviam juntos todo esse tempo? Porra, se essa for a razão da tua raiva, então eu também ficaria puto. Ficar apaixonado por um cara pra no final ele me trocar por alguém melhor que eu seria um...

-Por que você continua abrindo essa maldita boca?! - Renjun gritou enquanto se levantava e jogava o livro contra a mesa. Chenle se assustou.

-Falei demais? Desculpa. Não fique mal, uma coisa levou a outra e sem querer eu tirei essas conclusões loucas.

Renjun abriu a boca para gritar de novo, mas imediatamente se calou. Não valia a pena. Ele não entenderia e no final teria que terminar contando-lhe tudo.

Ele sentia falta de Jaemin. Nas manhãs ele se sentia desolado e quieto. Odiava a si mesmo por ter criado tanto carinho por ele. No mesmo dia em que ele se foi, Renjun não pode evitar e acabou desabando de tanto chorar durante a noite até que sua cabeça começasse a doer.

O celular de Renjun vibrou e ele o pegou com má vontade.

Era Lucas

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Era Lucas. Ele havia se esquecido dele completamente.

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Jeno colocou a última caixa dentro do porta-malas do carro para depois fechá-lo. Ele soltou um suspiro olhando a casa onde ele estava morando.

Já não era necessário seguir morando ali, agora ele poderia voltar para o seu verdadeiro lar, longe das velhas e novas memórias que ele havia criado. Jeno estava a ponto de abrir a porta do carro quando um miado o deteve.

Ele retrocedeu uns passos para observar a parte de trás do carro. Ali estava uma Bongsik que olhava fixamente para a casa de Renjun. Ele se aproximou.

-Quer vir comigo Bongsik? - Perguntou ficando de joelho para acariciá-la. Ela miou.- Você tá esperando ele? Pobre de ti, de novo você não pode se despedir de Jaemin.

A gatinha sequer olhou para ele. Ela continuava olhando para a casa com um olhar triste, como se suas palavras tivessem afetado ela.

Parecia como se em qualquer momento o humano Jaemin sairia dali como anos atrás e só de pensar nisso o coração de Jeno doía.

-Vou te adotar. Renjun não te merece, ele não entende tudo isso... Ninguém entende.

Jeno pegou a gatinha em seus braços e ela se apegou ao seu corpo para sentir-se protegida.

Um som de flash se fez presente atrás dele. Ele ficou tenso no mesmo instante para depois observar o reflexo pela janela do carro.

Ele pôde avistar uma pessoa escondida atrás de uma árvore a uns passos dele, mais afastado. Jeno tentou identificar a pessoa, mas ele estava totalmente coberto, só dava para ver seus olhos.

Agindo como se nada tivesse acontecido, ele entrou no carro com um cuidado extremo. Fez tudo normalmente, colocou as chaves na ignição, deixou Bongsik no banco do passageiro e deu partida no carro.

Quando ele estava a ponto de acelerar, seu olhar foi até o espelho retrovisor frontal do carro. A pessoa retirou sua máscara e Jeno imediatamente sentiu a raiva ardendo em seu corpo.

Seu rosto era o mesmo de quem havia estava no carro no dia do acidente, era óbvio que era ele.

E Jeno já sabia quem estava por trás de tudo isso. 

Second Life (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora