Second Life (Tradução)

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Lucas desceu do ônibus junto com os seus colegas. Quando saiu, ele recebeu um empurrão em seu ombro quando uma pessoa passou ao seu lado. Ele resmungou em voz baixa enquanto encostava no local ferido.

-Você disse alguma coisa? - Perguntou Doyoung olhando-o com diversão. Lucas apenas ficou calado.- Foi o que eu pensei.

Doyoung soltou uma risada e continuou caminhando com seus amigos. Lucas odiava as viagens escolares. Eles apenas ficavam escutando alguém falar e falar enquanto o lugar era sempre extremamente chato.

Por todo o caminho, eles haviam aprendido algumas coisas. Coisas que não interessavam nem um pouco a Lucas e muito menos aos seus colegas de classe, já que eles só conversavam entre si.

Lucas pegou seu celular e não pôde evitar soltar uma pequena risada ao ver seu papel de parede. A foto foi tirada no dia em que eles haviam ido até o arcade.

Ele sentia falta de sair com Renjun e Jaemin. Quando ele chegasse em casa, ele os convidaria para que saíssem para algum lugar só para que passassem algum tempo juntos. E se eles não aceitassem, Lucas usaria as aulas de inglês como desculpa.

-Tá rindo do que?

Lucas ficou tenso ao escutar essa voz atrás de si. Ele imediatamente bloqueou seu celular e se virou.

-Por acaso é a sua namorada? - Perguntou Doyoung.- Duvido. Você é tão sozinho que nem um cadáver ia te querer.

Lucas não respondeu e apenas focou em seguir seus colegas para tentar escapar dessa situação, mas ficou em alerta ao sentir um puxão em seu o uniforme, fazendo com que ele virasse e voltasse a encarar, mais uma vez, o rosto malvado de Doyoung.

-Cê tá me ignorando?

-Só me solta.

Doyoung achou graça da sua voz trêmula e observou seus amigos.

-E se a gente brincasse alguma coisa? - Perguntou um garoto ao lado de Lucas.

-Ótima ideia. Vamos brincar de esconde-esconde, mas... O Lucas vai se esconder e ninguém vai conseguir encontrar ele.

Doyoung segurou seu corpo com brutalidade, cobrindo a boca dele para que ninguém o escutasse gritar. Os outros começaram a puxá-lo até uma sala que continha o aviso "acesso restrito" na porta. Doyoung abriu a porta e jogou o corpo de Lucas para dentro.

-Que os jogos comecem! - Gritou antes de fechar a porta de metal.

A respiração de Lucas estava descompassada enquanto ele podia escutar as risadas se afastando. Aos poucos ele processava o que havia acontecido.

-Por que eu? - Lucas perguntou em um sussurro enquanto seu olhar estava direcionado ao chão. Ele sentiu vontade de chorar por conta da situação em que se encontrava. Aquele era o fundo do poço?

Lucas tratou de se levantar para poder observar ao seu redor. Pelo menos gostaria de saber onde ele havia se metido. Havia algumas caixas de papelão jogadas no chão e algumas máquinas estranhas que ele desconhecia. Além disso, o local não estava totalmente iluminado.

-Onde é que eu tô? - Perguntou-se.

Lucas se aproximou de uma louca com várias anotações pregadas com fita. Aos seus pés se encontravam alguns cabos com cores diferentes emaranhados que se perdiam na escuridão do fundo da sala.

"JAE01", Lucas leu mentalmente em uma das notas, além de alguns números estranhos com palavras difíceis de pronunciar. Ele deslizou seus dedos pela enorme lousa até se aproximar de alguns documentos que estavam bagunçados em cima de uma mesa.