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Jeno levantou sua cabeça do apoio dos seus braços imediatamente quando ouviu a porta abrir, como se ele não estivesse dormindo horas atrás. Seu estresse havia aumentado nos últimos dias e ele não podia dormir com tranquilidade.

Além disso, Mimi andava extremamente inquieta nos últimos dias. Não parava de miar, nem de resguardar a porta. Ela até havia fugido da casa e Jeno teve que ir procurá-la durante a madrugada.

-Lee.- Jisung o chamou timidamente.- Trago más notícias... Bem péssimas.

-O que é? - Jeno perguntou esfregando os olhos, bocejando em seguida.

Jisung lhe entregou algumas folhas, mordendo seu lábio por conta do nervosismo. Jeno as pegou para começar a lê-las com dificuldade.

-Nossa empresa acaba de perder cinquenta por cento dos acionistas graças ao anúncio que Mark fez esta manhã. Alguns acionistas nos abandonaram.

Jeno folheou os papéis até encontrar um gráfico que indicava os índices de vendas. Este ano o índice estava baixo, extremamente baixo para uma empresa como a dele.

-Notícia? Que notícia?

-Você não viu o vídeo ou pelo menos leu as notícias? Esta por todos os lados, todos estão falando sobre isso.

-A que você se refere? - Jeno perguntou prestando atenção.

-E-eu achei que você tinha um plano. Por acaso você tá dizendo que não sabe de nada? - Jisung perguntou boquiaberto, entrando em pânico.

Jeno levou as mãos até suas têmporas para começar a massageá-las com desespero. Era muita informação.

-Você entregou todos os direitos legais do JAE01, eu até vi alguns de nossos funcionários enviar nossa tecnologia. Por acaso você foi na onda do Mark e uniu as empresas? Eu achei que você tinha alguma carta debaixo da manga e por isso não te impedi... Caralho, estamos acabados.

-Eu não entreguei nada pra ele.

-Claro que entregou. Nas folhas tem a cópia da sua assinatura.

Jeno levantou uma sobrancelha confuso ao escutar isso. Jisung se aproximou dele para empurrá-lo e começar a folhear até encontrar o contrato.

Quando ele o encontrou, ambos ficaram em total silêncio.

-Ele planejou...- Jisung sussurrou surpreso ao ver o contrato onde a assinatura de Jeno se encontrava. Ele pegou a folha para vê-la de perto.- Ele planejou tudo. Ele te deu a cópia do contrato por debaixo das outras folhas para que você não o visse e assim não tivesse tempo de protestar.

Mark havia enganado Jeno. Ele mentiu sobre unir as empresas. Ao invés disso, Jeno havia assinado sobre os direitos legais do JAE01.

Jeno se levantou da sua cadeira com irritação, saindo do escritório soltando fogo pelas ventas por conta da raiva que estava sentindo. Jisung, assustado, o seguiu.

-Seria melhor você esfriar a cabeça um pouco e...

Jeno parou no meio do caminho para metralhar Jisung com o olhar, fazendo com que o mais novo desse um sobressalto de susto.

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-Encontrou mais alguma coisa? - Mark perguntou pelo telefone enquanto movia uma caneta entre seus dedos com agilidade.

-Não tem provas claras. Só as mesmas de antes.

-E as câmeras de segurança?

-Nada. Parece que ele se encarregou de eliminar todo o rastro.- Taeyong sussurrou saindo do hotel e colocando seu capuz.

Mark soltou um suspiro de frustração soltando a caneta depois de girá-la com seus dedos.

-As provas que você tem são o suficiente. Pra que você precisa de mais? Ele o matou, você tem o áudio da conversa.

-Quero mais provas. Quero que toda a Coreia o odeie e que a sua vida seja miserável, preciso de algo que o deixe arruinado.

Taeyong bufou.

-Continue investigando.

-Pode deixar.

Mark desligou a ligação justo quando escutou uma porrada na porta de entrada. Ele foi até o som.

"Demorou desta vez", Mark pensou ao ver o rosto familiar.

-A traição dói para ambas as partes. Não acha? - Mark perguntou quando Jeno jogou algumas folhas em sua mesa.

-Que merda é essa?!

-Você assinou elas. Já deve saber o que é.- O mais velho respondeu dando de ombros.

-Você me manipulou.

-Claro que não. É um grande erro assinar algo antes de ler. Seu... Grande erro.

-Acionarei meu advogado.

-Fiquei à vontade. Eu acionarei o meu e nos vemos no tribunal. O caso do seu pai pode ser reaberto. Você ficaria uma gracinha com o uniforme da cadeia.

O sorriso cínico de Mark apareceu e Jeno só queria socar a cara dele.

-Pra que você quer o JAE01?

-Quero clonar ele. Claro, não igualzinho, mas similar... Quero entrar no ramo de venda de robôs humanoides. Você consegue imaginar quantas pessoas pagariam por ele?

-Você vai roubar meu plano! O quão longe você quer chegar?! - Jeno perguntou apertando os punhos. O pânico estava o inundando.

-O quão longe eu puder.- Contestou aumentando seu sorriso.- Ainda podemos fazer um acordo se o robô te interessa tanto.

-Qual? - Perguntou com brutalidade.

-Você me dá a sua empresa.

Jeno se negava profundamente. Entretanto, ele não tinha opção, das duas maneiras ele saía perdendo. O jogo havia acabado para Jeno.

Das duas maneiras Jeno perdia o Jaemin.

O som do telefone tocando interrompeu o longo silêncio ali instalado. Mark o pegou para atender a chamada sem tirar os olhos do mais novo.

A expressão egocêntrica de Mark foi lentamente mudando para uma de preocupação. Ele se levantou em questão de segundos para sair correndo, deixando para trás um Jeno totalmente confuso.

Second Life (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora