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Era a primeira vez em anos que Haechan levantou-se da cama sem se sentir pressionado. Ele estava se sentindo muito animado e até emocionado. Quando acordou, ele foi direto em busca de Jaemin, passeando pelos corredores e buscando pelos quartos como se estivessem brincando de esconde-esconde.

Ao chegar no jardim, seu rosto se iluminou ao encontrar Jaemin. Atrás do corpo do garoto podia-se observar o sol brilhando chocando contra ele e assim ressaltando sua beleza igual as flores ao seu redor, dando-lhe um aspecto mágico. Haechan colocou-se ao seu lado sentindo as borboletas em seu estômago.

-O que fazes?

Jaemin se sobressaltou, aproximando-se dele em seguida. Ele não se assustou totalmente, mas ficou surpreso já que não esperava esse tipo de aproximação de outras pessoas que não fossem o Renjun. Haechan soltou um pequeno risinho envergonhado.

-Te assustei? - Perguntou, mas Jaemin não respondeu.- Não acredito. O que cê tá fazendo aqui? Deveria deixar as plantas para os empregados regarem.

Haechan tirou a mangueira da mão do outro para deixá-la no chão, indo até a torneira para fechá-la. Na frente deles se encontrava uma linda vista do céu nublado, mas nenhum dos dois prestou atenção nisso.

-Você parece tanto o Jaemin, mas você não tá agindo como ele... Ou será que eu perdi as memórias sobre ele? - Haechan perguntou mais para si mesmo.- Não acho que ele era tão tímido. Tudo bem, te darei um tempo para você se adaptar a tudo isso. Pode ser estranho até para você.

-Já to-tomou café da manhã? - Perguntou Jaemin observando-o preocupado, sentia que Haechan não estava cem por cento bem.

-Não. Vamos comer juntos?

-Vou preparar seu café. O que você prefe...?

-Não, você não tem que fazer essas tarefas, entendeu?

-Então o que eu deveria fazer? - Jaemin perguntou um pouco brusco.

-Me fazer companhia.

Jaemin virou sua cabeça na diagonal um tanto quanto confuso ao não entender. Haechan soltou um pequeno sorriso ao ver o quão fofo ele estava.

-Posso segurar sua mão? - Perguntou Haechan.- Vi que ontem você ficou incomodado já que eu não pedi permissão...

-Pode sim, sem problemas.

Jaemin estendeu sua mão e Haechan a pegou com toda a confiança, levando-o até a cozinha. O garoto parecia estar desfrutando da sua companhia, mas quando eles entraram na cozinha, seu sorriso desapareceu imediatamente.

-Estão se divertindo? - Mark perguntou sarcasticamente.

-Você não tava trabalhando? - Haechan devolveu.

Mark abaixou seu olhar até suas mãos juntas e não teve nenhuma reação exagerada, apenas sorriu para eles. Um sorriso extremamente fingido, um desses sorrisos que Mark dava para as pessoas que ficavam em seu caminho e eram irritantes. Essa situação era irritante para ele.

-Jaemin já conhece a casa?

-Sim, eu mesmo mostrei para ele ontem.- Respondeu Haechan.

-Nós voltaremos para o Canadá em dois dias, vai arrumando as suas malars.- Mark avisou ao passar do lado deles, mas Haechan o deteve o segurando pelo braço.

-Eu quero ficar em Seul mais uns dias.

-Você tá me desobedecendo? - Mark indagou irritado.

-Eu só quero que Jaemin veja alguns lugares... Só isso.- Haechan sussurrou sentindo-se culpado.- Não vai demorar muito.

-Bom, tanto faz, você sempre faz o que quer como sempre... Suma da minha casa e fique na rua se você quiser isso também, tanto faz para mim.- Mark vociferou enquanto soltava sem braço com estupidez e ia embora com passos firmes.

Haechan olhou para Jaemin envergonhado pela cena.

-Lamento que você teve que escutar isso, Mark sempre se comporta como um idiota. Mas eu prometo que vamos nos divertir juntos. Você já andou por Seul?

-Não muito...- Sussurrou.

-Que ótimo. Vamos nos divertir como nos velhos tempos.

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Jeno chegou a reunião doze minutos atrasado. Ele encontrou o olhar incomodado de Jisung e outros quatro acionistas sentados pela mesa extensa. Todos ficaram de pé para dar as boas-vindas a Jeno enquanto ele se dedicou em sentar-se.

-Lee, você sabe que confiamos em ti, não é? - Perguntou um senhor mais velho ao seu lado.

-Eu sei. Por que a pergunta?

-Você não nos deu nenhuma informação a mais sobre o JAE01. Nós estamos curiosos em saber como anda esse projeto.

-Atualmente estamos configurando um novo sistema para que seja mais fácil a adaptação dele com os humanos. Os senhores não têm que se preocupar, vocês terão notícias novas da minha parte daqui alguns meses.

-Essas suas palavras não são sempre as mesmas?

-Como? - Jeno perguntou confuso.

-Parece que seu pai não te ensinou o suficiente.- Comentou o senhor sobrecarregado.- Sairemos do projeto se isso continuar assim.

-A única maneira de adiantar tudo é firmando uma aliança com o senhor Mark Lee. Sua tecnologia é muito avançada e seria de grande ajuda.- Opinou uma terceira voz.- Fiquei sabendo que vocês se encontraram para... Unir as empresas.

Os rostos na sala tentaram parecer impassíveis, mas se notava que o mal estar crescia em todos. Mas o incômodo de Jeno cresceu mais ainda ao escutar essas palavras.

-Meu pai tomou a firme decisão de evitar alianças iguais a essas e acho que suas razões ainda são tão pertinentes como anos atrás. Sempre devo buscar o melhor para a empresa.

Desculpas eram tudo o que saiam da boca de Jeno. Tinha que admitir que ele poderia arruinar tudo, de alguma forma Mark ainda não tinha atacado sua empresa... Segundo ele.

Jeno ficava apavorado só de esperar um movimento da sua parte. Mark sempre foi essa pessoa que sorri na sua frente, mas te apunhala pelas costas.

-Desculpe, mas você vai deixar sua empresa cair e vai negar a ajuda de Mark? Todos os presentes estão cientes que ele estaria disposto a ceder sua tecnologia. Por que você vai negar?

"Porque ele vai destruir a todos assim que ele tiver oportunidade. Todos ficarão sem emprego", Jeno pensou apertando os punhos debaixo da mesa.

-Eu não aceitarei. Eu mesmo vou fazer com que a empresa seja um sucesso igual ao JAE01, disso eu tenho certeza. Agora, mil perdões, mas tenho trabalho para fazer.

Jeno lhes lançou um último olhar já que se levantou do seu lugar irritado. Ao sair da sala de reuniões, Jisung se aproximou imediatamente preocupado.

-Eu escutei tudo... Você agiu certo.- Jisung o confortou.

-Não, eu não fiz nada.- Jeno disse o olhando em pânico.- Não tô fazendo nada certo.

Second Life (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora