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Jaemin pegou a bola de basquete que ele encontrou no chão, para se aproximar da cesta e acertá-la com facilidade.

Durante todo o dia ele ficou preocupado com Haechan. Pela manhã, ele queria entrar em seu quarto para saber como ele estava, mas Mark negou. Sua desculpa era que Haechan precisava descansar.

"Mentiras", Jaemin havia pensado com um olhar sério.

Durante a manhã ele esteve em uma pequena ligação com Renjun. Ele disse que tudo estava bem e que estava cansado por causa da faculdade, mas que ainda sim sentia falta de Jaemin.

-Posso jogar com você? - Perguntou uma doce voz atrás dele. Jaemin se virou.

Haechan parecia cansado. Seus olhos estavam um pouco sonolentos, suas olheiras eram proeminentes, seu rosto estava magro a ponto de marcar os ossos da sua mandíbula e a roupa folgada ficava enorme nele. Jaemin engoliu seco ao vê-lo assim.

-Você pode jogar? - Perguntou Jaemin.- O médico disse que você não deveria fazer esforço físico.

-Claro que posso, não é como se este fosse um esporte extremo.- Disse ele enquanto pegava a bola e começava a batê-la contra o solo.- Achei que ia te ver hoje de manhã. Onde cê tava? Você de novo... Saiu com ele?

-O Mark não deixou. Eu fiquei a noite toda do lado de fora do seu quarto.

Haechan assentiu compreendendo a situação, mas ele ainda estava curioso sobre o tal Renjun.

-Quem é o garoto que estava contigo?

-Renjun? Ah...

Quando um tímido apareceu no rosto de Jaemin, o mais velho soube que esse garoto podia ser alguém importante para ele. Não pode evitar de sentir-se mal, mas disfarçou.

-É só um amigo.

-Achei que eu era seu amigo.- Contradisse Haechan deixando a bola de lado.

Jaemin não respondeu. Ele mesmo sabia que Haechan sempre mudava as coisas para seu benefício, ele não queria ver a realidade. Mas Jaemin não o deteve, já que o garoto não tinha muito tempo.

Jaemin o deixaria ser feliz com esse pensamento.

-Você é, sei que não sou o Jaemin humano, mas me alegra saber que, de alguma maneira, você voltou a se sentir animado comigo... Com um robô parecido com ele.

-Sendo honesto contigo, agora eu me sinto um pouco melhor, já que você é um robô e não o Jaemin humano. Se ele estivesse aqui, ele acabaria chorando e sofrendo... Você não.- Ele o olhou com os olhos perdidos, como se fosse um cachorrinho de rua pedindo carinho.- Pelo menos eu vou para o mesmo lugar que ele.

-Por que você diz isso? Por acaso você não tem esperanças? - Jaemin perguntou.- Por que você tá desistindo agora?

-Este é meu destino. Pra que eu vou mudar algo que tá escrito na minha vida?

-Haechan não fale...

-Eu sei, mas é a verdade. Não posso viver com medo de que logo eu morrerei. Aproveitarei cada segundo em que eu siga respirando. Anda, vamos jogar pelo menos uma partida.

Haechan lhe passou a bola, sorrindo em seguida. Jaemin voltou a sentir esse "sentimento" estranho dentro dele.

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Jeno pegou Mark pelo pescoço para jogá-lo contra a parede. O mais velho levou suas mãos até seu pescoço para se afastar das garras dos outros.

-Você achou que eu não ia perceber? - Perguntou Jeno lentamente, para que ele entendesse suas palavras. Mark gemeu de dor ao sentir o aperto aumentando, dificultando a sua respiração.- O que você tá escondendo? Eu já tô farto de você!

Mark deu um empurrão em seu peito, fazendo com ele se afastasse. O mais velho respirou profundamente para soltar um xingamento em seguida.

Mark estava surpreso com a audácia que Jeno tinha ao enfrentá-lo.

-Nunca mais volte a me tocar na sua vida se você quiser continuar vivendo.- Mark o repreendeu furioso.

-Então acho bom você me escutar.- Jeno disse se aproximando dele.- Se você voltar a machucar o Renjun ou o Jaemin, então eu mesmo me encarregarei de machucar o Haechan.

Sem dizer mais nada, Jeno deu meia volta e saiu do edifício. Mark soltou uma pequena risada. Ele achava engraçado a ameaça.

Mark achava Jeno engraçado.

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Chenle encostou sua cabeça na mesa, soltando um suspiro. Ele queria chamar atenção de Renjun, mas não funcionou, então ele voltou a suspirar com força.

Mas também não funcionou.

-Eu contei ao meu pai sobre Jeno.- Chenle disse rompendo o silêncio.

-Por que? - Renjun perguntou desviando seu olhar até ele.

-De novo o mesmo assunto de como meu irmão é melhor do que eu... Queria sair por cima um pouco.

-E no que deu?

-Ele riu na minha cara. Disse que a probabilidade de eu sair com um cara como ele era zero... Sério que você não pode me apresentar pra ele?

-Não, pare de falar sobre isso.

-Nós vamos acabar em uma briga, de todas as maneiras.- Fez um biquinho enquanto se encolhia em seu lugar.- Posso ficar na sua casa hoje? Não quero ver a cara dele.

-Não, não pode.- Renjun respondeu de imediato. De alguma forma, ele também ficou nervoso.

-Por que? Sua mãe tá aqui de novo?

-Não... Eu...Mmhh.

-Você também vai me negar? - Perguntou Chenle revirando os olhos.- O que tem de ruim em eu ficar na sua casa por alguns dias? Faz muito tempo que não ficamos juntos. Você era meu melhor amigo e agora tá sendo só meu colega de classe. Isso é péssimo.

-Por que você não conversa com seu pai? Fale com seu irmão também. Você tá sempre reclamando deles, não é tão difícil.

-Sempre falam que não é tão difícil quando não estão no lugar do outro.

-Não me fale sobre seus problemas se você vai cagar para as soluções que eu te dou.

Chenle abriu a boca surpreso com essa resposta. Ele havia falado de uma forma extremamente brusca e grosseira.

-O que você tá tentando me falar?

-Nada, prefiro ficar quieto antes que você se ofenda e abra um berreiro. Tô indo pra aula.- Renjun respondeu sem dar muita importância, levantando-se do seu lugar e indo embora.

-Berreiro? Eu? Por acaso eu sou um bebê?! - Chenle gritou ao ver Renjun desaparecendo do seu campo de visão.

"Talvez ele esteja estressado", Chenle pensou cruzando os braços. 

Second Life (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora