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No momento que Renjun saiu da sua sala, ele sentiu um puxão forte em seu braço e ele observou o culpado para reclamar, mas calou-se ao perceber que era seu amigo. Ele estava com uma expressão de preocupação.

-Você tá bem? O que aconteceu? Não vai voltar pra casa, certo? Pode ficar na minha casa o tempo que precisar até que você fique bem.

-Chenle, relaxa. Eu tô bem.

Chenle segurou seu rosto com as mãos e começou a verificar se havia algum machucado, o que não havia. Renjun afastou ele de imediato.

-Eu disse que estou bem. É só que... Foi a minha imaginação.

-Sua imaginação? Tá louco? Com isso não se brinca.

-Eu sei, mas no começo eu achei que alguém estava me perseguindo, só que era apenas um vizinho meu. Ele me pediu desculpas pelo inconveniente.

-Não volte a me assustar desse jeito.- Chenle gritou batendo nele.- Eu me preocupei de verdade com você, fiquei correndo a manhã toda pelo campus atrás de você.

-Me desculpa.

-Sabe como vou aceitar suas desculpas?

-Como?

-Me compra o café da manhã.

-Você caga dinheiro, mas sempre quer que eu compre tudo.

Ambos foram até a cafeteria da faculdade e pediram a comida que cada um mais gostava. Eles se sentaram em uma mesa ao ar livre, tendo a vista de algumas árvores e plantas abaixo deles, viram alguns alunos sentados na grama ou passando por ali.

Quando Chenle pegou seu celular, o robô veio até a mente de Renjun. Neste instante, ele estava curioso para saber o que o outro estaria fazendo. Em parte estava preocupado, já que não sabia se esse robô estranho poderia estar queimando sua casa ou vendendo Mimi no mercado negro.

-Chenle. - Chamou o mais velho.

-Diga.

-O que você faria se... tivesse um... robô?

Assim que Chenle deu a ele um olhar estranho, Renjun soube que a pergunta parecia normal apenas na sua cabeça.

-Robô? Esses de limpeza?

-Sim... Esses.

-Então eu ficaria encantado. Temos três em casa e são uma maravilha. Se você tiver um, nunca vai se arrepender.

-Mas não te incomodam?

-Por que eles me incomodariam? Na realidade, eles me ajudam, limpam tudo no seu caminho.

-Então deve ser bom...

As duas coisas eram totalmente diferentes, mas ele não seguiu com a conversa. Quando Chenle trocou de assunto, falando sobre a faculdade, ele agradeceu mentalmente, já que terminaria contando o acontecido ao amigo.

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Durante todo o caminho para casa, Renjun desejou que o outro tivesse ido embora. Entretanto, ele teve um pequeno pensamento de que se o outro realmente tivesse ido embora, então ele teria levado Mimi junto e isso doeu. Pobre Mimi, não sabia com quem estava se metendo.

Quando chegou no seu bairro, começou a olhar para ambos os lados em busca dele. Ele aumentou seus passos e subiu a escada. Quando chegou em casa, ao vê-lo, sentiu todo seu humor ficar negativo.

-Tu ainda tá aqui? - Renjun gritou com raiva.

Jaemin o olhou sem nenhuma reação, enquanto Mimi continuava brincando com o seu braço, dando leves mordidinhas.

-Eu te disse que não tenho para onde ir.

-E você acha que eu vou te deixar entrar? Acha que eu vou deixar um louco entrar na minha casa?

-Não sou um louco... Sou um robô com inteligência artificial.

-Isso soa tão ridículo, mas em parte é mais ridículo do que eu acreditar em você...- Renjun ficou pensando um pouco. Precisava ficar calmo, claramente era um robô. O dia anterior havia sido muito estranho e ele continuava estressado por causa disso. Sua curiosidade aumentou mais ao pensar que ele estaria aqui por alguma razão.- Entra na casa, agora.

-O que você disse? - Perguntou Jaemin confuso.

-Tenho muitas perguntas pra te fazer. Vem.

Jaemin assentiu e se levantou do seu lugar para entrar na sua casa. Renjun se surpreendeu ao ver que Mimi nunca se separava do outro, coisa que ela nunca havia feito com nenhum dos vizinhos ou com as pessoas que passavam na rua.

-Agora sim. Me diga seu nome.- Disse tomando o assento no sofá, Jaemin ficou na frente dele.

-Como eu te disse anteriormente, meu nome é Jaemin, mas sou o protótipo JAE01.

-Como chama a empresa que te projetou?

-NT Company.- Jaemin disse com um inglês perfeito.

Renjun abriu a boca surpreso. Era uma das maiores empresas de toda a Coreia.

-Por que você não volta para eles?

-Esta é a minha casa. - Ele repetiu e Renjun revirou os olhos.

-É a minha casa e não a sua. Sou eu quem paga por ela, então ela é minha.

-Meu dados me indicam que esta é minha casa.

-Por que...? - Renjun perguntou, mas foi interrompido.

-Qual é seu nome? - Indagou Jaemin.

-Não vou te dizer.

-Mas eu te disse o meu...

-E? Isso te faz um idiota.

-Há algo que te impeça de me dizer?

-Sim, você é um desconhecido louco.

Jaemin começou a escanear seu rosto, para depois observar uma caixa verde ao lado do rosto do menino, informando-o sobre ele.

-Huang Renjun. Esse é seu nome?

-Yah! Co-mo? - Ele perguntou gaguejando, isso o surpreendeu muito.

-Só identifiquei seu rosto com meu scan...

-Você não pode fazer isso!

-Mas...

-Já não tenho mais dúvidas que você é um robô. Mas só não entendo o porquê da Mimi não se afastar de ti.

Ambos observaram a gata brincando no chão, dando voltinhas e saltitando por toda parte.

-Ela nunca se atreveu a entrar aqui. Será que os animais são atraídos por lixo como você?

-Não sou...

-Sim, eu já sei. Só disse a primeira coisa que veio na mente.- Renjun falou se voltando para ele.- Na verdade, não sei o que fazer contigo. Se te deixo lá fora, pode ser que passe dias lá, mas também não vou deixar que fique aqui dentro.

Neste exato momento, o estômago de Renjun roncou e ambos observaram sua barriga. Renjun se cobriu.

-Está com fome?

-Talvez...

-Você gostaria que eu fizesse algo para comer? - Jaemin indagou, se levantando do sofá.

-Você não vai encostar na minha cozinha. Vou cozinhar sozinho.

Renjun igualmente se levantou e foi caminhando até a cozinha com um Jaemin atrás de si disposto a ajudar.

Second Life (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora