E Vitória dos Santos, a aprendiz

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— Sei lá, Vitória, você está perguntando para as pessoas erradas isso.

Daniel aponta para todos nós que estávamos sentados na mesa da cozinha de Heitor.

— O que mais chegou perto de ter alguma coisa com alguém foi o Lucas.

— Eu peguei nos peitos de uma menina, serve? – ele faz uma careta, e negamos em seguida.

— Transar online conta? – Daniel pergunta.

— Se for por isso – Heitor gesticula para todos – todos nós temos experiência, não é?

Concordamos envergonhados.

— Por que você não pergunta para as mães da Ana? – Heitor sugere – Elas devem fazer isso desde antes da gente nascer, tem experiências de sobra.

— Acha mesmo que eu vou chegar pra uma das mães da Cris e perguntar como é que se pega uma mulher?

— Elas têm experiência, né – Lucas dá com os ombros.

— Não, eu dispenso, sem contar que falando assim vai parecer que quero transar com a filha delas.

— E você não quer não? – Daniel levanta uma das sobrancelhas.

— Cala a boca, claro que não – nego envergonhada.

— Essa tua saga de deixar de ser virgem tá pior que zerar o Dark Souls – Heitor suspira descontente – só vai e faz.

— Já sei – Lucas diz como se tivesse tido uma ideia genial – e a mulher vestida que nem o Neo do Matrix? Que você viu na rua e te aconselhou.

— O que tem ela? – digo curiosa.

— Ela parece ser experiente também, pelo que você falou. Acho que ela pode te ajudar, não?

— Devo falar da minha inexperiência sexual com uma estranha? – repito mais para mim mesmo do que para eles. Realmente, não parece uma ideia tão ruim. Julgando pela impressão que ela dá, tenho cada vez mais certeza que não é uma má ideia.

— O máximo que ela pode te chamar é de estranha, o que você realmente é – Daniel complementa, e logo leva um empurrão meu.

— Se você está tão focada em fazer aquilo – Heitor faz o gesto com as mãos – isso não será um problema.

— Certo... – concordo, pegando o cartão na minha carteira – Hector, me empresta teu telefone.

— Por quê?

— Porque eu não tenho crédito.

— Conta uma novidade... – ele diz rindo, entregando o telefone.

Digito os números e a poucos toques, a voz que concluo ser dela atende.

— Alô, é a Jude? Oi, é a Vitória, então...

*

Sofia e eu estamos mais uma vez na casa de Isabela, que está até mais tarde trabalhando, e claro, estamos mais uma vez em um momento...caloroso.

— Hm... – porra, é a única coisa que eu consigo pensar enquanto ela beija o meu pescoço dessa forma, usando a língua com tanto gosto. Arranho minhas unhas sob sua pele lentamente, e nossos corpos se entrelaçam, movimentando-se devagar em cima do outro. Puxo seu cabelo lentamente, pressionando ela mais contra minha pele. Fazemos isso quase toda vez que estamos a sós.

Eu tento revidar seus carinhos, mas ela sempre toma essa pose de ativa, então só aceito o seu toque no meu corpo. Ela arrasta as mãos por minhas pernas, e eu só me presto a me arrepiar por inteira. Puta que pariu, como ficar com essa mulher é gostoso.

Minha vida (não) tão chataOnde histórias criam vida. Descubra agora