capítulo 43

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Não teve nenhum podcast, livro, documentário, entrevista ou qualquer outra coisa que assisti ou li sobre maternidade que me mostrava o quão difícil e desafiador seria dia após dia.
Passar pelo puerpério esta sendo uma das experiências mais loucas da minha vida. A privação de sono, o estresse que vem como consequência, o medo de fazer tudo errado e machucar minha menina, medo de não ser suficiente, medo de não conseguir lidar com o trabalho, vida de mãe e de praticamente casada, medo de Bruno perder a paciência e meter o pé, medo de não conseguir lidar com tudo que acontece e desabar. Eu tinha medo de tudo, praticamente a todo momento, mas era só ver algum momento dos dois juntos ou sentir o cheirinho da Manu que absolutamente tudo ia embora.

Mesmo sendo uma novidade para os dois, estávamos saindo uma ótima equipe. Eu não precisava cobrar ajuda ao Bruno, não precisava lembrar a ele do que ele tinha que fazer, ele sabia que nao precisava me ajudar a ser mãe, ele precisava ser o pai e isso é mais que o suficiente. Ele sabia que nós dois tínhamos que fazer o melhor para ela, que nós dois tínhamos que abrir mão de algumas coisas para o bem dela e isso fazia tudo ser mais fácil.

No início, a cada  choro que ela dava, nós dois levantavamos correndo e íamos para o quarto dela para ver o que estava acontecendo. Por diversas vezes eu ficava na cadeira dando de mama por enquanto que o Bruno ficava no chão me esperando para dormir, ou outras vezes que os dois levantavam mas só ele trocava a fralda e eu ficava observando. No final ou no início do dia, já que inicialmente estávamos sem rotina, os dois estavam mortos e estressados.

Tentamos várias vezes deixar apenas um ir e o outro ficar dormindo, mas era quase impossível, o que ficava sempre despertava e acabava que nada resolvia. Depois de muito pensar o Bruno criou um plano. Durante toda a noite eu que lidava com a Manuela, trocava fralda, fazia arrotar, dormir e por aí vai, ele durante esse tempo, ficava dormindo que nem um bebê e descansava dos treinos do sul-americano. Quando dava umas cinco da manhã, ele acordava e chegava o meu momento de brilhar. Não queríamos que ela confundisse a pega da mamadeira com a do meu peito, foi muito difícil fazer com que a amamentação fosse menos dolorosa e qualquer coisa que colocasse dúvida na cabeça dela novamente, me dava arrepios. Tirava o leite com a bombinha e o Bruno dava de mama em uma espécie de colher, própria para essas situações. No início fiquei me sentindo culpada, mas depois vi que deu extremamente certo e isso fazia com que a Manuela tivesse os dois pais dispostos durante o dia.

- ela é tão linda dormindo

- nem parece a mesma pessoa que berra quando está com fome - olho para o Bruno que começa a rir

- é estranho estar extremamente cansado mas ainda sim ter vontade de ir e acordar ela para ficar com a gente ? - ele fala ainda observando a babá eletrônica que chamavamos de Manuflix

- sim ? - respondo e rimos - estou brincando, eu também tenho essa vontade de ficar grudada nela o dia inteiro

- sentir aquele cheirinho dela, segurar aquelas mãozinhas pequenininhas, ter dor de ouvido com o choro dela

- ela é dramática que nem você!

- e mandona que nem você! Fui colocar ela no berço ontem e ela segurou a pontinha daquela franjinha que tem no lençol, sabe ? - ele pergunta e eu afirmo- eu fui tirar por que pensei que fosse incomodar ela, e Yasmin, a bichinha chorou tanto que se acalmou quando eu coloquei aquele negócio na mão dela novamente. - ele fala indignado

 - ele fala indignado

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