Passei a metade da viagem de cabeça baixa. Me encontro envergonhada por dentro, e totalmente decepcionada. Respiro profundamente, olhando para o violão que Liam me presenteou mais cedo.
- Aquele cara não me passa uma boa imagem, deve ser um malandro que fica assaltando por ai pra pintar uma grana, mas eu não caio nessa - comenta a motorista de pele clara e cabelos cacheados. A mulher move o volante e me faz bater o rosto no vidro da janela do carro. - Esses ladroeszinhos estão cada vez piores, não é mesmo garota?
- Sim - respondo, sem aparentar medo por estar sendo perseguida.
- Ah! Me livrei do rapaz, agora vou já lhe deixar em casa - anuncia num tom de vitória.
[...]
Entro em casa, jogando a mochila no chão e seguindo para cozinha em passos calmos. Pego num pote de sorvete na geladeira e uma colher no armario.
Volto para a sala, deliciando o sorvete na boca enquanto vejo minha mãe pondo brincos nas orelhas.
Hoje é dia de jantar na casa do Dylan, por que nossas mães tem que ser tão amigas?
- Vamos? - franze o cenho, e quando repara na minha situação, ela relaxa os ombros - Lhe dou 20 minutos para se arrumar. - olha para o relógio no pulso.
- Pode ir, eu vou ao cinema hoje - digo, me sentando no sofá.
- Que filme? - mamãe so pode ter um poder de ler mentes.
- Homem Aranha, foi lançado recentemente e eu odeio receber spoiler, então tenho que assistir logo - Apesar de querer muito ver o filme, eu não me encontro no clima, as minhas costas estão doendo, mas tive que inventar uma desculpa para não sair do meu conforto e não me atordoar com o Dylan.
- Esta bem, Emma - ela anuncia, formulando um sorrizinho no rosto - Eu já vou indo, se precisar de alguma é so me ligar. - aceno a cabeça positivamente - Tchau, meu anjo - fala a medida que se aproxima e me surpreende com um beijo na testa.
- Tchau, mãe!
- Não fica pelas ruas ate tarde quando voltar do cinema.
- Esta bem... - digo baixinho quando a mulher passa pela porta e à fecha.
[...]
Não conseguia dormir, nem ter contato com Louise, e muito menos me concentrar nas séries que estão pendentes na fila. Então, tomei um banho e para relembrar do passado, vim para o parque.
Me sento no velho banco, notando a passividade do ambiente, a última criança foi embora com sua mãe logo após ao comprar um doce do homem que se estabelece no local.
Era como se estivesse me afundando no passado. Vinha aqui toda vez quando mamãe brigava comigo ou quando alguém me chateava na escola, mas com o tempo isso mudou, pois eu me refugiava aqui por que sabia que encontraria o velho Dylan, e ele me animaria com sua bola de futebol americano.
Como ele sempre amou esse esporte!
Olho para o lado e me redordo do primeiro fora que tive. Beijar Dylan foi uma loucura. E repúdio em pensar que já toquei em seus lábios. Me deito no banco e avisto o céu. O frio da noite é confortante, e o silêncio me faz fechar os olhos e desfrutar do momento mais ainda.
Permaneço em paz durante alguns minutos, até perceber alguém se aproximar perto da minha cabeça.
- Sua mãe sabe que não foi ao cinema? - Dylan se encontra me encarando por cima enquanto brinca com a bola em suas mãos.
- Por que está aqui? - digo, voltando a ficar sentada enquanto arrumo o cabelo - Não aguentou a saudades?
- Saudades de você - ele gargalha - eu só estava passando, e vi você igual uma louca aqui.
- Sua casa é a várias quadras daqui! - digo sem entender a sua argumentação, enquanto cruzo os braços.
- Acha que ando por essa parte do bairro só por que é onde fica a sua casa? - ele questiona, jogando a sua bola para o alto e depois à garrando novamente.
- Eu não acho nada, Dylan! O que você faz não me importa - me levanto e em passos calmos sigo na direção da minha casa, observando a sua moto estacioanada logo a frente, e ao me virar, vejo que o mesmo me segue - Dylan! Eu não lhe convidei para entrar. Por que esta me acompanhando? Não estava só de passagem?
- Na verdade a sua mãe me pediu para lhe trazer o jantar, porém, não sabia que você estaria aqui. Ela disse que você ia para o cinema. Então, não desvaneia! Se soubesse que encontraria você, Emma, eu não vinha.
- Ok... Então vai embora! O que esta esperando? - ponho as mãos na cintura, aguardando a resposta.
- Ainda não lhe entreguei a comida - nega a cabeça, afogando as mãos nos bolsos da calça e seguindo em direção a sua moto, onde pega uma sacola e deixa a bola- Sabia, eu podia ter modificado o tempero!
- Idiota - resmunga - É comida japonesa? - me interesso. Amo comiga japonesa, é por isso que mamãe deve ter feito a cabeça de Dylan para vim deixar aqui.
- Sim - ele confirma.
- Me dá logo! - exclamo impaciente.
- Vem pegar, se quiser - nega a cabeça a medida que formula um sorriso brilhante no rosto. Ele ama me zombar.
Vou em passos apressados e busco a sacola na sua mão, e logo após dou as costas ao rapaz, na intenção de entrar em casa.
- Emma - pega no meu pulso e me leva de volta para ele, nos fazendo ficar frente a frente. - Tia Lia não lhe educou? Tem que dizer obrigada quando alguém faz um favor - a sua boca esta tão perto que a respiração dele bate nos meus lábios, causando arrepios na pele. A tensão de seus olhos é desesperadora, mas não consigo evitar, Dylan me domina mais uma vez, e a aflição na barriga é reconhecível. Eu já senti isso.
Não pode ser. Que seja so vontade de defecar.
♡♡♡
Florzinhas, comentem se vcs quiserem mais, pois me motiva.
Continua? E agora, vocês são #emmasemninguém kkkkkkkkk ou tem um preferido?
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Não Somos Irmãos
Teen FictionEmma, aos 10 anos de idade, nutre sentimentos pelo filho da melhor amiga de sua mãe. Porém, o mesmo a rejeita na época, por considera-la uma irmã. Eles crescem no meio de muitas brigas e confusões, até que Emma começa a sair e conhecer outros garot...