Aos 24 anos, Angel Ramsey se tornou a chefe de Neurologia de um dos hospitais mais renomados de Los Angeles. Em uma semana ruim e exaustiva, com muitos pacientes que vieram a óbito, ela decide sair com suas amigas para se distrair e esquecer um pouc...
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Angel
Saio do elevador com Harry, andando pelos corredores movimentado. Havia adesivos infantis pelas paredes. Estávamos na maternidade.
Paro de andar, ao chegarmos na frente do enorme vidro. Onde os bebês recém-nascidos ficavam. Familiares estavam por ali também, provavelmente para conhecer o novo membro da família.
— Quando vou em hospitais, sempre procuro por essa parte. — Diz ele. — Mas nunca acho.
— Por quê? — Rio.
— Porque adoro bebes e crianças. — Sorri de volta para mim, deixando suas covinhas notáveis.
— Imaginei, por isso lhe trouxe aqui. — Falo, desviando minha atenção para o vidro. — Venho quase todos os dias, gosto de observar a felicidade das famílias, ao conhecê-los
— Deve ser emocionante... — Murmura.
Ficamos em silêncio, por um tempo. Apenas observando os bebês na incubadora. Um acabou de chegar, coberto com uma toalha amarela. O homem sentado, se levanta em um pulo. Aproximando do vidro.
Ele faz sinal, para a enfermeira. A mulher nega com cabeça. Eu sabia o que aconteceu, só de observar a feição chorosa e desesperada do homem. Mas, ao mesmo tempo, estava emocionado ao ver seu filho. Pela primeira vez.
Nem sempre há um final feliz, principalmente num hospital.
— É o que estou pensando? — Harry pergunta em sussurros.
— Sim... — Respondo, sussurrando também.
Vejo ele abaixar a cabeça levemente, suspirando chateado. Seu olhar para no homem, grudado ao vidro ainda chorando. Observando limparem o bebê.
Ele se aproxima devagar, tocando a mão no ombro do rapaz. Chamando sua atenção.
— Olá, eu sou Harry. Desculpe, notei o que aconteceu e sinto muito... — Diz reconfortante. — Qual seu nome? — Pergunta.
— Charles. — Responde, com a voz falha pelas lágrimas.
— Certo, Charles. Seu filho é lindo e irá precisar muito de você agora. Então, tente ser forte. Por ele e por ela também...
Harry conversava mais um pouco com Charles, dando apoio a ele. O homem parecia até melhor, não chorava mais. Não como antes, aquele desespero pareceu sumir por um momento.
