C H R I S T M A S

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Angel

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Angel

Los Angeles, Califórnia 21:00 PM


Manipulo as pinças cirúrgicas, atenta para o crânio exposto durante uma cirurgia de emergência decorrente a um acidente automobilístico.

Era véspera de Natal, e todos desfrutavam de suas residências em meio a banquetes generosos e trocas de presentes. No entanto, encontrávamo-nos aqui, em uma sala de operação.

Antigamente, eu pouco me importava com o Natal. Raramente tirava folgas para passar com minha família. O hospital parecia mais agradável e útil.

Querendo ou não, esse feriado podia ser um dos mais desafiadores. Muitas pessoas se reuniam, resultando em conflitos e ferimentos uns nos outros. Eu desejava estar presente para oferecer auxílio.

Entretanto, agora as coisas eram diferentes. Queria estar com minha família,meus dois filhos, meu marido e uma gata chamada Dory, nomeada em homenagem ao filme favorito de Felicite.

— Sucção. — Instruo um dos residentes.

Observo a extensa lesão no crânio, esforçando-me para conter o sangramento e reduzir o volumoso hematoma.

Sigo meticulosamente o procedimento, até que a porta se abre, desviando meu olhar para Clark.

— Desculpe a demora, Dra. Ramsey! — Ele se aproxima.

Clark e Smith recentemente se tornaram Staff, destacando-se nas provas finais de residência. Eles eram competentes, inteligentes e promissores neurologistas.

— Pensei que passaria o Natal com sua família, Clark. — Comento.

— Prefiro estar aqui salvando vidas. — Ela para ao meu lado. — Posso ajudá-la?

— Pegue outras pinças. — Respondo, retornando minha atenção ao paciente.

Deixo os instrumentos cirúrgicos apressadamente, tentando conter a hemorragia enquanto o aparelho apita incessantemente, fora de ritmo.

Persisto por alguns segundos para evitar o inchaço cerebral e a morte cerebral iminente. Franzo a testa nervosamente, meu tempo estava acabando.

— Encontrei! — Grita Clark, usando um clipe para conter o sangramento.

Colaboro com a mulher, auxiliando da melhor forma possível, afastando-me e observando as luvas manchadas de sangue. Ergo o olhar para o monitor que persiste em apitar, sem batimentos...

— Verifique as pupilas! — Ordeno ao anestesista. — Tragam o desfibrilador!

O carrinho de parada se aproxima, seguro o aparelho pressionando-o no peito do homem. Grito "afasta" antes que os choques atinjam seu corpo.

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