Aos 24 anos, Angel Ramsey se tornou a chefe de Neurologia de um dos hospitais mais renomados de Los Angeles. Em uma semana ruim e exaustiva, com muitos pacientes que vieram a óbito, ela decide sair com suas amigas para se distrair e esquecer um pouc...
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Angel
Los Angeles, Califórnia 14:45 PM
Ando pelos corredores do andar infantil do hospital, indo direto para o quarto de brinquedos. Onde as crianças ficavam.
Hoje, estava tudo calmo no trabalho, por incrível que pareça. Principalmente nesse andar, já que a maioria das crianças barulhentas havia ido para casa, passar as férias longe de um hospital. As que estavam em condições, claro.
Entro, vendo os pequenos espalhados. Alguns brincavam com bichos de pelúcia de outros desenhavam. Sorrio e vejo Maya um pouco distante, sentada em uma das mesinhas desenhando. Parecia estar extremamente concentrada. Aproximo e me agacho.
— Hey! — Chamo sua atenção.
— Angel! — Sorri me abraçando.
— Olá May, como você está? — Pergunto, sorrindo.
— Bem, estava desenhando. — Diz me mostrando.
— Que desenho é esse? — Observo o papel sulfite.
— Soube que você vai sair com Harry hoje, então fiz um desenho para ele, já que não vem mais aqui. — Arregalo os olhos.
— Quem te contou isso? — Vejo ela dar um sorrisinho de canto.
— Tia Louise. — Claro, tinha que ser! — Sinto saudade dele. — Murmura.
— Ele também sente saudade. — Sorrio. — Aliás, tenho certeza que logo, ele estará aqui para te ver de novo.
— O que aconteceu? Ele sumiu.
— Começou a trabalhar a pouco tempo querida, é normal que esteja sem tempo. Mas, tenho certeza que ele vem assim que puder.
— Espero que seja logo, sinto que não tenho muito tempo... — Ouço ela falar baixinho, fazendo meu coração se partir.
Maya estava muito triste, por não conseguir ir para casa passar suas férias. Andava se cansando muito rápido e às vezes passava mal com tonturas e vômitos. Achamos melhor mantê-la no hospital.
Os resultados de seus exames, continuam a mesma coisa. O que muda é que ela havia emagrecido um pouco, mas nada se agravou e nem melhorou.
— May... não diz isso. — Suspiro. — Você é forte demais para acreditar que não terá muito tempo. — Acaricio suas costas.
— Às vezes eu me canso de ser forte. — Vejo seus olhos encherem de lágrimas. — Estou cansada!
— Imagino que esteja, você não merece passar por isso, aliás ninguém e nenhuma criança. Mas, quando digo que você é a garota mais forte que eu conheço, não estou mentindo. — Sorrio levemente. — Você nunca desiste, nunca desistiu e eu espero que não esteja pensando desistir agora. Estamos com você, em qualquer situação. Se estiver com vontade de chorar e contar o que está sentindo... tudo bem, estou aqui, estou com você. Mas, continue mostrando ser essa garota forte, não desista agora você tem chance, eu não vou desistir de você nunca. — Sinto ela me abraçar, me fazendo retribuir. — Não vou desistir dos seus amiguinhos também, mas preciso que você prometa não desistir da gente também. Você promete? — Limpo seu rostinho, cheio de lágrimas.
